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Governo classifica como inaceitável assédio a repórter da EBC em Paris

Repro­dução: © Arqui­vo pes­soal

Ministra das Mulheres e Secom prestaram solidariedade


Publicado em 04/08/2024 — 10:22 Por Agência Brasil — Brasília

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A min­is­tra das mul­heres, Cida Gonçalves, e a Sec­re­taria de Comu­ni­cação Social da Presidên­cia da Repúbli­ca (Sec­om) prestaram sol­i­dariedade neste fim de sem­ana à jor­nal­ista Verôni­ca Dal­canal, cor­re­spon­dente da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC) nos Jogos Olímpi­cos de Paris que sofreu assé­dio de três home­ns enquan­to tra­bal­ha­va em uma trans­mis­são ao vivo para a TV Brasil no últi­mo sába­do. Ambas clas­si­ficaram o crime como “ina­ceitáv­el”.

“Essa é uma Olimpía­da espe­cial para a igual­dade entre home­ns e mul­heres no esporte. Pela primeira vez o Time Brasil tem maio­r­ia fem­i­ni­na e, das nos­sas medal­has até hoje, a maio­r­ia foi con­quis­ta­da por mul­heres. É ina­ceitáv­el que acred­item ter pro­priedade sobre nos­sos cor­pos, e que jor­nal­is­tas e out­ras mul­heres em espaços de poder passem por situ­ações como essa. Pre­cisamos ser respeitadas em todos os espaços”, disse a min­is­tra por meio de suas redes soci­ais.

A jor­nal­ista repor­ta­va o dia dos atle­tas brasileiros nos Jogos de Paris durante o inter­va­lo da trans­mis­são de uma par­ti­da da Série B do Campe­ona­to Brasileiro, quan­do três home­ns, aparente­mente estrangeiros, se aprox­i­maram e começaram a can­tar. Um deles, então, chegou mais per­to da jor­nal­ista e bei­jou seu ros­to sem con­sen­ti­men­to, ato que foi pronta­mente repeli­do por ela. Logo depois, out­ro dos home­ns tam­bém a bei­jou, o que nova­mente foi rechaça­do por Verôni­ca.

Por meio de nota, a Sec­re­taria de Comu­ni­cação Social da Presidên­cia da Repúbli­ca, tam­bém se sol­i­dari­zou e disse ser “ina­ceitáv­el que jor­nal­is­tas mul­heres con­tin­uem sendo víti­mas dessa vio­lên­cia”.

“A Sec­om dará o apoio que se faça necessário nesse momen­to. Saudamos toda a equipe da EBC — em Paris e no Brasil — que com seu profis­sion­al­is­mo e ded­i­cação vem fazen­do a cober­tu­ra da par­tic­i­pação brasileira nos Jogos Olímpi­cos, levan­do infor­mação de qual­i­dade nos mais diver­sos meios para todo o país e for­t­ale­cen­do a comu­ni­cação públi­ca e gov­er­na­men­tal”, pub­li­cou a sec­re­taria.

O pres­i­dente da EBC, Jean Lima, declar­ou ser “inad­mis­sív­el que mul­heres ain­da sejam sub­meti­das a esse tipo de agressão, prin­ci­pal­mente jor­nal­is­tas no exer­cí­cio da sua profis­são. Verôni­ca, min­ha sol­i­dariedade”.

A man­i­fes­tação se soma à da dire­to­ra de jor­nal­is­mo da EBC, Cid­in­ha Matos, que já havia declar­a­do apoio à Verôni­ca em nome de toda a dire­to­ria da empre­sa públi­ca na noite de sába­do (3).“É ina­ceitáv­el o assé­dio à repórter da TV Brasil, emis­so­ra da EBC, Verôni­ca Dal­canal, durante trans­mis­são ao vivo nas Olimpíadas, em Paris. É uma agressão à jor­nal­ista, à mul­her e ao espíri­to olímpi­co, espe­cial­mente nes­ta edição em que as mul­heres, em par­tic­u­lar as brasileiras, estão con­qui­s­tan­do o mere­ci­do pro­tag­o­nis­mo”, desta­cou. “Nos­sa sol­i­dariedade e apoio da EBC e todos os cole­gas de tra­bal­ho à Verôni­ca e seu profis­sion­al­is­mo na cober­tu­ra das Olím­píadas de 2024”.

A jor­nal­ista que foi víti­ma do assé­dio desta­cou que a situ­ação é revoltante e triste, e se tor­na uma lem­brança ruim em meio ao son­ho de realizar a cober­tu­ra de uma Olimpía­da.

“Acho revoltante que jor­nal­is­tas mul­heres ain­da passem por esse tipo de situ­ação tra­bal­han­do. Pes­soal­mente, fico tam­bém triste porque essa cober­tu­ra vai ficar mar­ca­da tam­bém por esse episó­dio. Cobrir os Jogos Olímpi­cos em Paris é um son­ho profis­sion­al que tive a feli­ci­dade de poder realizar. Como out­ros cole­gas, que­ria lem­brar dessa cober­tu­ra ape­nas pelas entre­vis­tas, pelas matérias escritas, pelas entradas ao vivo e pela emoção de acom­pan­har nos­sos atle­tas. Infe­liz­mente não será assim. Mas vou me lem­brar tam­bém da sol­i­dariedade dos meu cole­gas aqui e no Brasil, fun­da­men­tais para que eu encerre o dia de hoje bem. Em Paris as mul­heres pud­er­am par­tic­i­par de uma Olimpía­da pela primeira vez. Nes­sa edição dos jogos bus­cou-se a igual­dade no número de atle­tas home­ns e mul­heres par­tic­i­pan­do. 124 anos depois. Infe­liz­mente ain­da pre­cisamos brigar para ser­mos tratadas com respeito. Mas não esta­mos soz­in­has na luta”, declar­ou Verôni­ca.

 

Edição: Vini­cius Lis­boa

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