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Guias turísticos buscam recursos para restaurar Escadaria Selarón

Repro­dução: © Tânia Rego/Agência Brasil

Local é tombado pelo patrimônio da cidade do Rio de Janeiro


Pub­li­ca­do em 07/01/2023 — 08:46 Por Vitor Abdala — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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A Escadaria Selarón, no bair­ro da Lapa, no Rio de Janeiro, é um dos pon­tos turís­ti­cos mais con­heci­dos do cen­tro da cidade. Tra­ta-se de um col­ori­do mosaico, feito com cer­ca de 5 mil azule­jos e out­ros ele­men­tos cerâmi­cos com vari­adas estam­pas, que ador­nam 215 degraus e que, des­de 2005, é tomba­do como patrimônio da cidade.

O respon­sáv­el por essa inter­venção artís­ti­ca dinâmi­ca foi o chileno Jorge Morales, con­heci­do como Selarón, artista rad­i­ca­do no Rio de Janeiro des­de a déca­da de 80 e que foi encon­tra­do mor­to na escadaria em 10 de janeiro de 2013.

Mas, 10 anos após sua morte, o mon­u­men­to apre­sen­ta sinais de dete­ri­o­ração, resul­ta­do de des­gastes nat­u­rais, atos de van­dal­is­mo e a colagem de azule­jos “inva­sores” por vis­i­tantes.

Guias turísticos buscam recursos para restaurar Escadaria Selarón, um dos pontos turísticos mais conhecidos do centro do Rio de Janeiro.
Repro­dução?: Escadaria Selarón é um dos pon­tos turís­ti­cos mais con­heci­dos do cen­tro do Rio de Janeiro — Tânia Rêgo/Agência Brasil

Para garan­tir que a escadaria sobre­vi­va com seus azule­jos no futuro, a Liga Inde­pen­dente dos Guias Turís­ti­cos do Esta­do do Rio (Ligu­ia) pre­tende restau­rá-la. O pro­je­to Selarón Pedaço(s) do Mun­do, de preser­vação do mon­u­men­to, começou em 2018.

O primeiro pas­so foi inven­tari­ar todos os ele­men­tos cerâmi­cos do local, que incluem azule­jos, frag­men­tos de azule­jos, painéis e cerâmi­cas tridi­men­sion­ais, a fim de que per­mi­tisse uma pos­te­ri­or restau­ração. Ao mes­mo tem­po, ini­ciou-se uma inves­ti­gação sobre a origem e os detal­h­es dess­es ele­men­tos.

O proces­so de inven­tário foi con­cluí­do em 2020, com a aju­da do Ban­co Nacional de Desen­volvi­men­to Econômi­co e Social (BNDES), que investiu R$ 2 a cada R$ 1 lev­an­ta­do pelo próprio pro­je­to por meio de uma cam­pan­ha de arrecadação.

Ago­ra, no entan­to, são necessários recur­sos para a restau­ração pro­pri­a­mente dita. “A restau­ração é urgente. Já se pas­saram 2 anos [des­de a con­clusão do inven­tário] e a gente ain­da não con­seguiu cap­tar ess­es recur­sos. Enquan­to isso, con­tin­u­am os riscos de van­dal­is­mo e de colo­cação de azule­jos inva­sores”, disse o museól­o­go André Angu­lo, fun­dador da Ligu­ia.

Guias turísticos buscam recursos para restaurar Escadaria Selarón, um dos pontos turísticos mais conhecidos do centro do Rio de Janeiro.
Repro­dução: Escadaria Selarón é um dos pon­tos turís­ti­cos mais con­heci­dos do cen­tro do Rio de Janeiro — Tânia Rêgo/Agência Brasil

A esti­ma­ti­va de cus­tos da restau­ração varia entre R$ 1,5 mil­hão e R$ 4 mil­hões. Para lev­an­tar esse din­heiro, a Ligu­ia e out­ros par­ceiros do pro­je­to devem começar a nego­ciar NFTs (itens dig­i­tais exclu­sivos e autên­ti­cos, como obras de arte vir­tu­ais, que são com­er­cial­iza­dos) envol­ven­do a escadaria. Entre os NFTs haverá artes baseadas na escadaria e nos azule­jos.

A pre­visão é lev­an­tar os recur­sos até setem­bro deste ano. A par­tir daí é necessária a autor­iza­ção das autori­dades munic­i­pais para que a restau­ração seja fei­ta, uma vez que o bem é tomba­do.

A ven­da dos NFTs tam­bém deve garan­tir o finan­cia­men­to da gestão e con­ser­vação do local. A ideia é que, no futuro, os respon­sáveis pelo pro­je­to entrem com um pedi­do de adoção do mon­u­men­to jun­to à prefeitu­ra da cidade.

Homenagens

Os 10 anos da morte de Selarón serão lem­bra­dos nes­ta terça-feira (10), com alguns even­tos. Das 9h às 16h, está pre­vista uma limpeza da escadaria. Das 16h às 18h, será real­iza­da uma roda de con­ver­sa com moradores dos arredores. Por fim, das 18h às 22h, serão lançadas as bases para uma gov­er­nança com­par­til­ha­da do mon­u­men­to da Ligu­ia com out­ros par­ceiros.

“A gente vai faz­er um trib­u­to a Jorge Selarón. Ele era um pin­tor que resolve faz­er uma estraté­gia de mar­ket­ing para atração ao ateliê dele. Ele começa a dec­o­rar a escadaria em frente ao seu ateliê com azule­jos. Ele teve essa ideia por causa da Copa do Mun­do de 1990”, con­ta o museól­o­go e fun­dador da Ligu­ia, André Angu­lo.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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