...
quarta-feira ,9 julho 2025
Home / Noticias / Ibaneis: documento achado na casa de Torres revela intenção de golpe

Ibaneis: documento achado na casa de Torres revela intenção de golpe

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Governador passou 64 dias afastado do comando do DF


Pub­li­ca­do em 16/03/2023 — 14:45 Por Alex Rodrigues — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

ouvir:

O gov­er­nador do Dis­tri­to Fed­er­al, Ibaneis Rocha, disse hoje (16) que o ras­cun­ho de um even­tu­al decre­to pres­i­den­cial apreen­di­do na casa do ex-min­istro da Justiça e Segu­rança Públi­ca do gov­er­no Bol­sonaro, Ander­son Tor­res, rev­ela que “alguém” chegou a plane­jar um golpe de Esta­do.

“Inde­pen­den­te­mente de não ter a assi­natu­ra de ninguém, o doc­u­men­to rev­ela que, em algum momen­to, alguém pen­sou em dar um golpe no Brasil. Rev­ela que havia na cabeça de alguém a intenção de dar um golpe [de Esta­do]”, declar­ou Ibaneis em sua primeira cole­ti­va de impren­sa depois que o min­istro do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF) Alexan­dre de Moraes o autor­i­zou a reas­sumir o car­go.

O gov­er­nador pas­sou 64 dias afas­ta­do do coman­do do Poder Exec­u­ti­vo dis­tri­tal. O afas­ta­men­to foi deter­mi­na­do por Moraes após o dia 8 de janeiro, quan­do vân­da­los e golpis­tas invadi­ram e depredaram o Palá­cio do Planal­to, o Con­gres­so Nacional e o pré­dio da Supre­ma Corte.

Ini­cial­mente, Moraes deter­mi­nou que Ibaneis per­manecesse 90 dias afas­ta­do do gov­er­no do Dis­tri­to Fed­er­al para não atra­pal­har as inves­ti­gações sobre as respon­s­abil­i­dades das autori­dades públi­cas quan­to aos atos anti­democráti­cos de 8 de janeiro. Ape­sar dis­so, ontem (15), o próprio Moraes autor­i­zou Ibaneis a reas­sumir o car­go.

Já o ex-min­istro Ander­son Tor­res, que assum­iu a Sec­re­taria de Segu­rança Públi­ca do Dis­tri­to Fed­er­al no dia 2 de janeiro, está pre­so des­de o dia 14 de janeiro. Sua detenção tam­bém foi autor­iza­da por Moraes, a pedi­do da Polí­cia Fed­er­al (PF), que o acu­sou de, já na condição de secretário dis­tri­tal, ter sido omis­so e facil­i­ta­do os atos anti­democráti­cos de 8 de janeiro. A min­u­ta do decre­to cita­da por Ibaneis foi encon­tra­da na casa de Tor­res, por poli­ci­ais fed­erais que cumpri­am um man­da­do de bus­ca e apreen­são. Se colo­ca­da em práti­ca, a medi­da pos­si­bil­i­taria que o resul­ta­do das últi­mas eleições pres­i­den­ci­ais fos­se inval­i­da­do. Em depoi­men­to, Tor­res desqual­i­fi­cou o doc­u­men­to, dizen­do que seu teor não tem “via­bil­i­dade jurídi­ca”. Ele tam­bém asse­gurou à PF que não sabe quem redigiu o tex­to, que rece­beu quan­do min­istro da Justiça.

“O Ander­son Tor­res foi meu secretário de Segu­rança entre 2019 e 2021. É uma pes­soa que goza da min­ha con­fi­ança. Goza­va. E quan­do o [ex-]presidente Bol­sonaro perdeu a eleição, enten­di que ele seria uma boa pes­soa para voltar para o gov­er­no do Dis­tri­to Fed­er­al”, disse Ibaneis, expli­can­do o moti­vo de ter con­vi­da­do Tor­res para reas­sumir a Sec­re­taria de Segu­rança Públi­ca após a fim da gestão Bol­sonaro.

“Ago­ra, o que acon­te­ceu no 8 de janeiro é uma coisa impre­visív­el. Até o dia 6 de janeiro, não tín­hamos nen­hu­ma per­spec­ti­va de que ia acon­te­cer aqui­lo. Os ônibus começaram a chegar ao DF nos dias 6 e 7 [de janeiro]. Tive­mos aque­le prob­le­ma todo, mas, na min­ha visão, não foi cul­pa do Ander­son. Acho que foi um con­jun­to”, acres­cen­tou o gov­er­nador, min­i­mizan­do a respon­s­abil­i­dade do então secretário dis­tri­tal de Segu­rança que, na véspera dos ataque aos pré­dios públi­cos, via­jou para os Esta­dos Unidos, de férias.

Emb­o­ra estivesse à frente da pas­ta havia ape­nas cin­co dias, Tor­res já tin­ham feito uma série de mudanças nos pos­tos de coman­do da segu­rança públi­ca. Ape­sar dis­so, para Ibaneis, o que hou­ve naque­le dia em que mil­hares de pes­soas avançaram sobre os pré­dios públi­cos diante de um número insu­fi­ciente de agentes públi­cos foi um “apagão ger­al” que acome­teu inclu­sive tropas sob o coman­do do gov­er­no fed­er­al.

Brasília (DF), 16/03/2023 - O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, durante entrevista coletiva para falar sobre seu retorno ao governo após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Repro­dução:> O gov­er­nador do DF, Ibaneis Rocha, durante entre­vista cole­ti­va para falar sobre seu retorno ao gov­er­no após deter­mi­nação do min­istro Alexan­dre de Moraes — Marce­lo Camargo/Agência Brasil

“O que acon­te­ceu foi um apagão ger­al. Eu mes­mo rece­bi men­sagens do secretário de Segu­rança Públi­ca em exer­cí­cio [Fer­nan­do de Sousa Oliveira] dizen­do que as coisas estavam extrema­mente tran­quilas. Hou­ve fal­has da Polí­cia Mil­i­tar. No Palá­cio do Planal­to, que tem um batal­hão a sua dis­posição, hou­ve um relax­am­en­to total. A Força Nacional de Segu­rança Públi­ca tam­bém não atu­ou. Foram diver­sas fal­has em con­jun­to, e as inves­ti­gações em cur­so vão apu­rar tudo isso”, enfa­ti­zou Ibaneis.

O gov­er­nador ain­da lem­brou que, após o que­bra-que­bra ocor­ri­do em 12 de dezem­bro, quan­do man­i­fes­tantes ten­taram invadir o pré­dio-sede da Polí­cia Fed­er­al, no cen­tro de Brasília, o gov­er­no do Dis­tri­to Fed­er­al ten­tou desmo­bi­lizar o acam­pa­men­to mon­ta­do em frente ao Quar­tel Gen­er­al do Exérci­to, em Brasília, onde parte das pes­soas que pos­te­ri­or­mente par­tic­i­param da depredação dos pré­dios públi­cos esta­va con­cen­tra­da.

“Ao menos duas vezes ten­ta­mos tirar os man­i­fes­tantes da por­ta do QG do Exérci­to. Como em 12 de dezem­bro já tin­ham queima­do ônibus e feito o que fiz­er­am, sabíamos que aqui­lo era um bar­ril de pólvo­ra, mas nas duas vezes fomos impe­di­dos pelo Coman­do do Exérci­to”, garan­tiu Ibaneis. “Ain­da assim, no 8 de janeiro, a infor­mação que eu tin­ha era que as coisas estavam pací­fi­cas. Por isso eu não tin­ha como ter out­ra pos­tu­ra. Hoje, olhan­do para trás, é fácil avaliar que algo difer­ente pode­ria ter sido feito, mas fiz aqui­lo que esta­va den­tro da min­ha com­petên­cia, a par­tir das infor­mações que eu tin­ha na ocasião.”

Sobre seu afas­ta­men­to, Ibaneis afir­mou que foram dias muito difí­ceis, mas que entende terem sido necessários. “É com mui­ta ale­gria que volto ao Palá­cio do Buri­ti. Rece­bi a decisão de meu afas­ta­men­to com respeito, paciên­cia e pas­sei por este perío­do com toda resil­iên­cia. Não ten­ho mágoa, ran­cor ou rai­va de ninguém. E, emb­o­ra ten­ha toma­do um grande sus­to, enten­di a reação do min­istro Alexan­dre de Moraes. O que ocor­reu em 8 de janeiro foi muito grave e [a decisão de Moraes] foi necessária”.

Edição: Juliana Andrade

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Preços das apostas das Loterias Caixa aumentam a partir desta quarta

Mega-Sena passa a custar R$ 6,00, Lotofácil R$ 3,50 e a Quina R$ 3,00 Agên­cia …