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ICMBio vai apurar causas da morte de botos no Amazonas

Repro­dução: © MIGUEL MONTEIRO/INSTITUTO MAMIRAUÁ

Equipes de veterinários e servidores foram mobilizadas


Pub­li­ca­do em 30/09/2023 — 15:28 Por Luciano Nasci­men­to — Repórter da Agên­cia Brasil — São Luís

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O Insti­tu­to Chico Mendes de Con­ser­vação da Bio­di­ver­si­dade (ICM­Bio) infor­mou hoje (30) que vai apu­rar as causas das mortes de botos em Tefé, no Ama­zonas.

Des­de a últi­ma segun­da-feira (23) até ontem (29), o Insti­tu­to de Desen­volvi­men­to Sus­ten­táv­el Mami­rauá reg­istrou a morte de mais de 100 mamífer­os aquáti­cos como o boto ver­mel­ho e o tucuxi, que vivi­am no lago.

Até o momen­to, as causas não foram con­fir­madas, mas há indí­cios de que o calor e a seca históri­ca dos rios este­jam provo­can­do as mortes de peix­es e mamífer­os na região. O ICM­Bio disse que já mobi­li­zou para a região equipes de vet­er­inários e servi­dores do seu Cen­tro de Mamífer­os Aquáti­cos (CMA) e da Divisão de Emergên­cia Ambi­en­tal, além de insti­tu­ições par­ceiras para apu­rar as causas dessas mortes.

“Pro­to­co­los san­itários foram ado­ta­dos para a des­ti­nação das car­caças. O ICM­Bio segue reforçan­do as ações para iden­ti­ficar as causas e, com isso, ado­tar medi­das para pro­te­ger as espé­cies”, infor­mou o ICM­Bio.

Diante do cenário, ontem (29), o Insti­tu­to de Desen­volvi­men­to Sus­ten­táv­el Mami­rauá lançou um aler­ta à pop­u­lação que mora nas prox­im­i­dades do Lago Tefé para evi­tar o con­ta­to com as águas do lago e o uso recre­ati­vo. Segun­do o Mami­rauá, em alguns pon­tos do lago a tem­per­atu­ra está ultra­pas­san­do a mar­ca dos 39°.

Neste sába­do (30), em entre­vista à jor­nal­ista Mara Régia no pro­gra­ma Viva Maria, da Rádio Nacional da Amazô­nia, um dos veícu­los da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC), a coor­de­nado­ra do Grupo de Pesquisa em Mamífer­os Aquáti­cos Amazôni­cos do Mami­rauá, Miri­am Mar­mon­tel, disse que ess­es ani­mais acabam atuan­do como sen­tinelas da qual­i­dade da água e são os primeiros a ser afe­ta­dos com mudanças provo­cadas no ambi­ente.

“Eles nos der­am o aler­ta e ago­ra a gente tem que ficar aten­to a isso. A tendên­cia, se não mudar­mos os nos­sos hábitos, ess­es even­tos vão con­tin­uar acon­te­cen­do, mais aque­c­i­men­to glob­al, mudança nos parâmet­ros climáti­cos e eles estão uti­lizan­do um ambi­ente que uti­lizamos muito, espe­cial­mente no Ama­zonas. A água para é pri­mor­dial para os amazônidas e essa água, que atual­mente não está propí­cia para o boto, tam­bém não é propí­cia para o humano. Tan­to para nadar, como con­sumir. Então, que a gente fique muito aler­ta quan­to a isso”, disse a pesquisado­ra.

» Ouça aqui a entre­vista ao pro­gra­ma Viva Maria

“O cor­po [dos ani­mais] sente, a fisi­olo­gia sente e, cer­ta­mente, os ani­mais estão sofren­do com isso. É parte do prob­le­ma asso­ci­a­do à mor­tal­i­dade deles”, afir­mou.

“A situ­ação é muito críti­ca, é emer­gen­cial, é uma coisa inusi­ta­da. Nun­ca tín­hamos vis­to algo semel­hante, emb­o­ra já ten­hamos pas­sa­do por várias secas grandes aqui grandes na Amazô­nia, aqui na região de Tefé, mas esse ano, além da seca, da diminuição da super­fí­cie dos rios, da difi­cul­dade dos ribeir­in­hos, con­seguirem água, de se deslo­carem de suas casa até o rio prin­ci­pal, nós tive­mos esse even­to de uma mor­tal­i­dade muito grande de golfin­hos. Temos ani­mais, o boto ver­mel­ho e o tucuxi pere­cen­do aqui na nos­sa frente, em um lago que, nor­mal­mente, é cheio de vida, cheio de água e os ani­mais estão encal­ha­dos na pra­ia ou boian­do ao lon­go do lago”, com­ple­tou.

Em nota, o insti­tu­to, que atua na pro­moção do desen­volvi­men­to sus­ten­táv­el e para a con­ser­vação da bio­di­ver­si­dade, disse que vem tra­bal­han­do para iden­ti­ficar as causas da mor­tan­dade extrema dess­es ani­mais, real­izan­do ações de mon­i­tora­men­to dos ani­mais ain­da vivos, bus­ca e recol­hi­men­to de car­caças, cole­tas de amostras para anális­es de doenças e da água, e “mon­i­tora­men­to das águas do lago, incluin­do a tem­per­atu­ra da água e batime­tria dos tre­chos críti­cos.”

As ações são real­izadas em parce­ria com a prefeitu­ra de Tefé, o Insti­tu­to Chico Mendes de Con­ser­vação da Bio­di­ver­si­dade (ICM­Bio) e a Defe­sa Civ­il. Para ten­tar diminuir os danos, entre hoje (30) e domin­go (1.º), será real­iza­da uma ação emer­gen­cial para a reti­ra­da dos ani­mais ain­da vivos.

“A par­tir desse final de sem­ana vão chegar equipes que vão nos dar apoio e com exper­iên­cia em res­gate de cetáceos vivo para que nós pos­samos cap­turar e res­gatar alguns dos ani­mais ain­da com vida, anal­is­ar a saúde, o sangue, alguns parâmet­ros vitais dos ani­mais para enten­der mel­hor o que está acon­te­cen­do. E a par­tir daí tomar­mos decisões do que faz­er com ess­es ani­mais, como mel­ho­rar a situ­ação deles, se é pos­sív­el faz­er algu­ma coisa para que eles não con­tin­uem pere­cen­do aqui no lago”, disse Miri­am.

Edição: Maria Clau­dia

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