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Incidência do câncer de mama vem aumentando no mundo todo

Repro­dução: © José Cruz/Agência Brasil

Diretora do Ministério da Saúde fala sobre o tema no Brasil em Pauta


Pub­li­ca­do em 30/10/2022 — 12:08 Por Rober­to Camar­go — Repórter da EBC — Brasília

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Em 2020, foram esti­ma­dos cer­ca de 2,3 mil­hões de novos casos de câncer de mama no mun­do, o tipo que mais causa mortes entre as mul­heres. Prati­ca­mente, um a cada qua­tro diag­nós­ti­cos de câncer na pop­u­lação fem­i­ni­na é de mama. Em algu­mas regiões do plan­e­ta, como Ásia, África e Améri­ca do Sul, essa prevalên­cia vem aumen­tan­do à medi­da que se inten­si­fi­cam proces­sos de migração que expõem a pop­u­lação a novos fatores soci­ais e ambi­en­tais.

“Acred­i­ta-se que essas difer­enças inter­na­cionais e esse aumen­to da prevalên­cia em deter­mi­na­dos locais este­jam rela­ciona­dos mais a mudanças soci­ais que ocor­reram durante o proces­so de indus­tri­al­iza­ção. Os estu­dos sobre padrões migratórios são con­sis­tentes com a importân­cia dessas mudanças, tan­to cul­tur­ais quan­to ambi­en­tais”, disse a dire­to­ra do Depar­ta­men­to de Saúde Mater­no-Infan­til da Sec­re­taria de Atenção Primária do Min­istério da Saúde, Lana de Lour­des Aguiar Lima, entre­vis­ta­da do pro­gra­ma Brasil em Pau­ta neste domin­go, que vai ao ar às 22h30 na TV Brasil.

Fatores demográ­fi­cos tam­bém estão por trás do aumen­to da incidên­cia do câncer de mama, como a cres­cente pop­u­lação de mul­heres com sobrepe­so ou obesi­dade após a menopausa e o aumen­to do número de mul­heres que deci­dem não engravi­dar ou que tem sua primeira gravidez em idade mais avança­da. Além dis­so, o próprio aumen­to da expec­ta­ti­va de vida, bem como a incidên­cia do alcoolis­mo e tabag­is­mo entre as mul­heres con­tribuem para a ele­vação do número de casos de câncer de mama.

No Brasil, não é difer­ente, o câncer de mama é o que mais mata. Por ano, são 11,84 óbitos a cada 100 mil mul­heres no país — mais do que out­ros tipos de câncer que ocor­rem na pop­u­lação fem­i­ni­na.

Outubro Rosa

Emb­o­ra seja foca­do no com­bate ao câncer de mama, o Out­ubro Rosa é uma cam­pan­ha que procu­ra des­per­tar para a importân­cia da saúde ampla e inte­gral da mul­her, com ênfase nas ações de pre­venção que con­seguem diminuir o risco de doenças no públi­co fem­i­ni­no: o con­t­role do peso e da gor­du­ra cor­po­ral, ter­apias hor­mon­ais e o com­bate aos hábitos de vida neg­a­tivos, como o alcoolis­mo, tabag­is­mo e o seden­taris­mo.

“Estu­dos obser­va­cionais sug­erem que a ativi­dade físi­ca está asso­ci­a­da ao menor risco de câncer de mama. A redução do risco vis­to com a ativi­dade físi­ca provavel­mente não é medi­a­da ape­nas pelo con­t­role do peso. A ativi­dade físi­ca pode diminuir o risco do câncer de mama através de influên­cias hor­mon­ais e pode tam­bém reduzir a recidi­va do câncer na pop­u­lação sobre­vivente. Seguir um pro­gra­ma de ativi­dade físi­ca reg­u­lar, min­i­mizar o con­sumo de álcool e abster-se de fumar são cuida­dos asso­ci­a­dos cien­tifi­ca­mente à redução do risco e da mel­hor qual­i­dade de vida dessa pop­u­lação”, disse Lana.

Há inclu­sive um pro­gra­ma do Min­istério da Saúde que repas­sa recur­sos fed­erais para ade­quar unidades de atenção primária à real­iza­ção de ativi­dades físi­cas. Esse incen­ti­vo pode ser usa­do tan­to para con­tratação de profis­sion­ais de saúde e aquisição de mate­ri­ais, como tam­bém para qual­i­ficar os ambi­entes onde serão ofer­e­ci­das as ativi­dades.

Uma ação impor­tante da cam­pan­ha Out­ubro Rosa é a real­iza­ção da mamo­grafia, um exame essen­cial para a detecção pre­coce do câncer de mama, o que aumen­ta muito as chances de cura das pacientes. Ele con­tribui para o ras­trea­men­to da doença em mul­heres de 50 a 69 anos, e deve ser feito a cada dois anos, pelo menos. Na ausên­cia da mamo­grafia, seja no perío­do entre um exame e out­ro, como tam­bém em mul­heres mais jovens, a iden­ti­fi­cação de uma mas­sa na mama é sufi­ciente para diag­nos­ticar o câncer e encam­in­har a paciente para trata­men­to.

SUS

O Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS) atende gra­tuita­mente mais de 190 mil­hões de pes­soas no Brasil. Com total capi­lar­i­dade, chega às regiões mais remo­tas do país, o que aux­il­ia muito no diag­nós­ti­co e com­bate a doenças como o câncer de mama. A atenção primária à saúde é a por­ta de entra­da para o cidadão que procu­ra o SUS atrás de exam­es e diag­nós­ti­cos, como expli­ca a dire­to­ra.

“Na atenção primária são feitas ações de pro­moção, de pre­venção e de detecção primária do câncer. Quan­do há sus­pei­ta de câncer de mama, essas mul­heres devem ser encam­in­hadas à média com­plex­i­dade, para com­ple­men­tar essa inves­ti­gação ini­ci­a­da na atenção primária”, disse Lana.

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