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Índice de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é de 28,3%

Repro­dução: © TV Brasil

Dados são da pesquisa Pessoas com deficiência e desigualdades sociais


Pub­li­ca­do em 21/09/2022 — 10:02 Por Ana Cristi­na Cam­pos – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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As pes­soas com defi­ciên­cia apre­sen­taram, em 2019, taxas de par­tic­i­pação (28,3%) e de for­mal­iza­ção (34,3%) no mer­ca­do de tra­bal­ho muito menores do que as das pes­soas sem essa condição (66,3% e 50,9%, respec­ti­va­mente). A des­ocu­pação obser­va­da nesse con­tin­gente (10,3%) foi maior do que a ver­i­fi­ca­da entre as pes­soas sem defi­ciên­cia (9%).

Os dados con­stam da pub­li­cação Pes­soas com defi­ciên­cia e as desigual­dades soci­ais no Brasil (PNS 2019), divul­ga­da hoje (21) pelo Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca (IBGE).

De acor­do com o anal­ista da pesquisa, Leonar­do Queiroz Athias, a inserção no mer­ca­do de tra­bal­ho, prin­ci­pal­mente em ocu­pações for­mais com maiores bene­fí­cios em ter­mos de rendi­men­to e com pro­teção social, é um desafio para as pes­soas com defi­ciên­cia, que devem lidar com diver­sos obstácu­los, como a inadap­tação dos espaços, tan­to no local de tra­bal­ho quan­to no deslo­ca­men­to.

“A pes­soa com defi­ciên­cia procu­ra tra­bal­ho, mas tem difi­cul­dade de encon­trar ocu­pação, pois há pou­ca aceitação dos empre­gadores, pre­con­ceito, pou­ca aces­si­bil­i­dade para chegar ao local e pou­ca aces­si­bil­i­dade. Os empre­gos que con­seguem, em ger­al, são de pior qual­i­dade, com menor pro­teção e menor taxa de for­mal­i­dade”, disse o pesquisador.

Rendimentos

A desigual­dade tam­bém se reflete nos rendi­men­tos, segun­do a pub­li­cação. Em 2019, as pes­soas com defi­ciên­cia tin­ham rendi­men­to médio men­sal de R$ 1.639, enquan­to os tra­bal­hadores sem defi­ciên­cia rece­bi­am, em média, R$ 2.619.

“Desta­ca-se que as pes­soas com defi­ciên­cia rece­bi­am menores val­ores em todos os gru­pos de ativi­dades econômi­cas e estavam mais con­cen­tradas naque­las com rendi­men­tos médios rel­a­ti­va­mente menores, como serviços domés­ti­cos, agropecuária e alo­ja­men­to e ali­men­tação”, diz a pesquisa.

Em 2019,18,2% das pes­soas com defi­ciên­cia estavam abaixo da lin­ha da pobreza (com ren­da infe­ri­or a US$ 5,5 por dia). Esse per­centu­al era de 22% para pes­soas sem defi­ciên­cia. Entre as pes­soas com defi­ciên­cia visu­al, 22,5% estavam abaixo da lin­ha de pobreza.

A PNS 2019 iden­ti­fi­cou 17,2 mil­hões de pes­soas com defi­ciên­cia de 2 anos ou mais de idade, o que cor­re­sponde a 8,4% da pop­u­lação dessa faixa etária.

A defi­ciên­cia se con­cen­tra em pes­soas mais idosas: entre aque­las com 60 anos ou mais, 24,8% tin­ham algu­ma defi­ciên­cia, enquan­to no con­tin­gente de 2 a 59 anos esse resul­ta­do cor­re­spon­dia a 5,1%. O per­fil das pes­soas com defi­ciên­cia é mais fem­i­ni­no (9,9%) do que mas­culi­no (6,9%), e, rel­a­ti­va­mente à cor ou raça, mais inci­dente entre as pes­soas pre­tas ou par­das (8,7%) do que entre as bran­cas (8%).

Em 2019, cer­ca de 14,5 mil­hões de domicílios tin­ham moradores com pelo menos uma defi­ciên­cia, o que rep­re­sen­tou 19,8% dos domicílios brasileiros, ten­do a Região Nordeste o maior per­centu­al (23,7%) e o Cen­tro-Oeste, o menor (16,5%). Esse índice foi maior nos domicílios em áreas rurais (23,5%) do que naque­les situ­a­dos em áreas urbanas (19,2%).

No Brasil, 55% das esco­las dos anos ini­ci­ais do ensi­no fun­da­men­tal estavam adap­tadas para alunos com defi­ciên­cia. Nas esco­las dos anos finais do ensi­no fun­da­men­tal, a pro­porção era de 63,8% e para as de ensi­no médio, de 67,4%. Na dis­tribuição ter­ri­to­r­i­al, as desigual­dades region­ais são rel­e­vantes: ape­nas 33% das esco­las de ensi­no médio de São Paulo, por exem­p­lo, eram adap­tadas, con­tra 96,1% em San­ta Cata­ri­na, no ano de 2019.

Ape­nas 58,2% das pes­soas com defi­ciên­cia tin­ham aces­so simultâ­neo aos três serviços de sanea­men­to bási­co (esgo­to san­itário, água por rede ger­al e cole­ta de lixo). Entre aque­les sem defi­ciên­cia, esse per­centu­al era de 62,4%.

Em 2019, cer­ca de 68,8% das pes­soas com defi­ciên­cia tin­ham inter­net em casa, enquan­to para as pes­soas sem defi­ciên­cia essa pro­porção era 86,1%.

Edição: Graça Adju­to

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