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Influências familiares e olímpicas embalam promessas do tiro com arco

Repro­dução: © Beto Noval/COB

Pouco conhecido no país, esporte é novidade dos Jogos da Juventude


Pub­li­ca­do em 15/09/2023 — 07:32 Por Lin­coln Chaves — Envi­a­do espe­cial — Ribeirão Pre­to (SP)

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A maran­hense Rena­ta Estrela foi apre­sen­ta­da ao tiro com arco quan­do tin­ha sete anos. O esporte, ain­da pouco tradi­cional no Brasil, estre­itou os laços entre ela e a mãe.

“A min­ha mãe saía de man­hã, eu esta­va dor­min­do. Ela volta­va à noite, eu tam­bém esta­va dor­min­do. Então, ela procurou algu­ma coisa para faz­er­mos jun­tas, porque está­va­mos per­den­do con­ta­to, e achou o tiro com arco. Quan­do cresci, virou uma coisa séria”, recor­dou a jovem, hoje com 15 anos.

Tão séria que Rena­ta foi a Ribeirão Pre­to (SP) para dis­putar os Jogos da Juven­tude, prin­ci­pal even­to esporti­vo do país para atle­tas até 17 anos, e voltará para São Luís com duas medal­has de bronze, con­quis­tadas nes­sa quin­ta-feira (14). A primeira veio nas duplas mis­tas, com o con­ter­râ­neo Jonas Gar­cia, ao vencerem os paulis­tas Gus­ta­vo Pimentel e Rebe­ca Dan­tas. A seguinte foi obti­da no indi­vid­ual fem­i­ni­no, em que der­ro­tou Melis­sa Bon­at­ti, do Dis­tri­to Fed­er­al, em um con­fron­to definido na últi­ma flecha. Ape­sar de feliz com o desem­pen­ho, o que mais a sat­is­fez vai além do resul­ta­do.

“O que fica são as amizades que fiz, com a galera de São Paulo, de out­ros esta­dos. Isso, para mim, é o que mais impor­ta. As memórias que você guar­da, não os obje­tos. São amizades que você leva para a vida. Não só me aprox­imei da min­ha mãe [pelo tiro com arco] como gan­hei uma família”, afir­mou Rena­ta.

A jovem de São Luís divid­iu o pódio fem­i­ni­no com a mineira Gabriela Mon­teiro, medal­hista de pra­ta, e a flu­mi­nense Isabelle Trindade, que con­quis­tou o ouro. Essa últi­ma, aos 17 anos, foi campeã sul-amer­i­cana da Juven­tude no ano pas­sa­do, em Rosario, na Argenti­na, e inte­gra a seleção brasileira. Assim como Rena­ta, Isabelle tam­bém ini­ciou no esporte com incen­ti­vo famil­iar.

14.09.23 - Jogos da Juventude 2023 - Influências familiares e olímpicas embalam promessas do tiro com arco. Foto: Beto Noval/COB
Repro­dução: 14.09.23 — Jogos da Juven­tude 2023 — Influên­cias famil­iares e olímpi­cas embal­am promes­sas do tiro com arco. Foto: Beto Noval/COB — Beto Noval/COB

“O meu pri­mo começou [no tiro com arco], eu tin­ha oito anos. A gente era muito gru­da­do. Eu fui exper­i­men­tar tam­bém, acabei me apaixo­nan­do. Tem que ter mui­ta con­cen­tração, foco. Gos­to bas­tante da sen­sação. [Já gan­ha do pri­mo?] Já, com certeza [risos]”, disse a flu­mi­nense.

Isabelle tam­bém foi medal­hista de ouro nas duplas mis­tas, com­petindo ao lado de Emanuel Gra­vano. Na final, a parce­ria do Rio de Janeiro super­ou a de Minas Gerais, for­ma­da por Gabriela Mon­teiro e André Fon­se­ca. Emanuel ain­da lev­ou a mel­hor sobre André na decisão indi­vid­ual mas­culi­na — a últi­ma da primeira par­tic­i­pação do tiro com arco em uma edição de Jogos da Juven­tude.

Melhor do mundo

Difer­ente­mente de Rena­ta e Isabelle, Emanuel não teve influên­cia famil­iar para entrar no esporte, mas, dire­ta­mente, a de uma atle­ta olímpi­ca, a tam­bém flu­mi­nense Ane Mar­celle dos San­tos, que o apre­sen­tou à modal­i­dade em 2017, durante uma clíni­ca na esco­la do jovem de Mar­icá (RJ). Hoje, ele treina não somente com Ane Mar­celle, mas tam­bém ao lado do ati­rador número um do mun­do na atu­al­i­dade, o con­ter­râ­neo Mar­cus D’Almei­da.

“É muito bom [treinar com o Mar­cus]. A gente aca­ba pegan­do dicas, [aprovei­tan­do] a exper­iên­cia dele. É uma pes­soa muito maneira, que aju­da os ini­ciantes”, desta­cou Emanuel, que tam­bém faz parte da seleção brasileira.

Aos 25 anos, Mar­cus tem duas medal­has em campe­onatos mundi­ais — foi pra­ta em 2021 e bronze na edição deste ano — e mais duas em eta­pas finais da Copa do Mun­do, sendo a mais recente um ouro inédi­to, con­quis­ta­do em Her­mosil­lo, no Méx­i­co, no últi­mo domin­go (10). O suces­so do flu­mi­nense mostra aos jovens que com­pe­ti­ram em Ribeirão Pre­to que é pos­sív­el crescer na modal­i­dade, mes­mo sendomela ain­da pouco difun­di­da no país.

“Ele é uma das min­has maiores inspi­rações. Ver o quan­to se dedi­cou e con­tin­ua se ded­i­can­do. O foco dele, a história. Temos muito orgul­ho”, afir­mou Isabelle, que, em abril, esteve com Mar­cus na eta­pa de Antalya, na Turquia, da Copa do Mun­do.

“O Mar­cus é um ícone do tiro com arco, um ído­lo para todo mun­do, um exem­p­lo, um espel­ho do que faz­er e, tam­bém, do que o esporte pode nos dar”, com­ple­tou Rena­ta.

Além do tiro com arco, mais duas modal­i­dades foram dis­putadas em Jogos da Juven­tude pela primeira vez nes­ta edição: tri­at­lo e esgri­ma. Nes­ta sex­ta-feira (15), ocor­rem as provas de águas aber­tas, mais um esporte estre­ante no even­to. Neste sába­do (16), últi­mo dia de com­petições, a TV Brasil trans­mite, ao vivo, as finais do han­de­bol, a par­tir de 11h (horário de Brasília).

Edição: Graça Adju­to

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