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Inpe cria plataforma gratuita de dados do solo brasileiro

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Repro­du­ção:  © Divul­ga­ção TV Bra­sil

Meta é extrair informações de uso e cobertura do solo


Publi­ca­do em 17/04/2021 — 13:05 Por Mari­a­na Tokar­nia — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

O Ins­ti­tu­to Naci­o­nal de Pes­qui­sas Espa­ci­ais (Inpe) pre­pa­ra-se para dis­po­ni­bi­li­zar ao públi­co uma pla­ta­for­ma com um gran­de volu­me de dados de ima­gens de sen­so­ri­a­men­to remo­to, orga­ni­za­das como cubo de dados que podem ser usa­dos para extrair infor­ma­ções de uso e cober­tu­ra do solo bra­si­lei­ro. 

O cha­ma­do Bra­zil Data Cube — Cubo de Dados Bra­sil, em tra­du­ção livre — reú­ne ima­gens de diver­sos saté­li­tes e é capaz de mos­trar, ao lon­go do tem­po, como o solo bra­si­lei­ro é uti­li­za­do. O pro­je­to, ini­ci­a­do em 2019, deve­rá ser con­cluí­do em 2022, mas já é pos­sí­vel aces­sar e pro­ces­sar algu­mas des­sas infor­ma­ções.

Cubos de dados são uma série de ima­gens de saté­li­tes orga­ni­za­das no tem­po de deter­mi­na­das regiões bra­si­lei­ras. O pro­je­to cria esses cubos para todo o Bra­sil. Assim, com o sis­te­ma desen­vol­vi­do pelo Inpe é pos­sí­vel sele­ci­o­nar uma par­te do ter­ri­tó­rio e usar méto­dos de inte­li­gên­cia arti­fi­ci­al para extrair infor­ma­ções de como o espa­ço é ocu­pa­do, por exem­plo, por flo­res­tas ou agri­cul­tu­ra e como foi essa ocu­pa­ção ao lon­go do tem­po.

“Dado de uso e de cober­tu­ra do solo é mui­to impor­tan­te para defi­nir polí­ti­cas públi­cas e a pre­ser­va­ção do meio ambi­en­te”, dis­se a pes­qui­sa­do­ra do Inpe, Kari­ne Fer­rei­ra. “É impor­tan­te para a soci­e­da­de e para o país con­se­guir pro­ces­sar esse gran­de volu­me de dados de ima­gens de saté­li­tes hoje dis­po­ní­veis e extrair infor­ma­ções des­ses dados de manei­ra inte­gra­da”, acres­cen­tou.

Parcerias

Os dados come­ça­ram a ser dis­po­ni­bi­li­za­dos e o Inpe está fir­man­do par­ce­ri­as para o uso deles com enti­da­des como o Ins­ti­tu­to Bra­si­lei­ro de Geo­gra­fia e Esta­tís­ti­ca (IBGE) e a Empre­sa Bra­si­lei­ra de Pes­qui­sa Agro­pe­cuá­ria (Embra­pa). Segun­do pes­qui­sa­do­res, o Bra­sil tam­bém deve­rá ampli­ar a uti­li­za­ção da tec­no­lo­gia e gerar cubos de dados seme­lhan­tes para o Uru­guai.

“Como tudo é públi­co, a gen­te vai ter que seguir as regras de como ofe­re­cer isso para as pes­so­as usa­rem e, obvi­a­men­te, será livre de cus­to”, dis­se o tam­bém pes­qui­sa­dor do Inpe, Gil­ber­to Quei­roz. A pla­ta­for­ma desen­vol­vi­da para pro­ces­sar esses dados é com­pos­ta por soft­ware livre. Softwa­res livres são aque­les que per­mi­tem que usuá­ri­os aces­sem, exe­cu­tem, dis­tri­bu­am e façam modi­fi­ca­ções na estru­tu­ra do pro­gra­ma.

Os pes­qui­sa­do­res par­ti­ci­pa­ram esta sema­na do even­to AWS Public Sec­tor Sum­mit Onli­ne. A AWS é uma pla­ta­for­ma de ser­vi­ços de com­pu­ta­ção em nuvem ofe­re­ci­da pela empre­sa mul­ti­na­ci­o­nal Ama­zon. Des­de mea­dos de 2019, o Inpe uti­li­za os ser­vi­ços da AWS para pro­ces­sar gran­des volu­mes de dados.

“O nos­so desa­fio é o gran­de acer­vo de ima­gens de obser­va­ção da Ter­ra que a gen­te tem atu­al­men­te. Esse é o mai­or desa­fio, por isso a gen­te está pro­du­zin­do cubos de dados e evo­luin­do em téc­ni­cas de machi­ne lear­ning [apren­di­za­gem de máqui­na] para clas­si­fi­ca­ção auto­má­ti­ca ou semi­au­to­má­ti­ca des­ses cubos”, afir­mou Kari­ne Fer­rei­ra.

De acor­do com Quei­roz, a inten­ção é que o Inpe dis­po­ni­bi­li­ze, até 2022, um gran­de volu­me de dados que podem ser pro­ces­sa­dos na pró­pria pla­ta­for­ma do ins­ti­tu­to, sem a neces­si­da­de que os pes­qui­sa­do­res bai­xem os dados para os pró­pri­os com­pu­ta­do­res, uma vez que são gran­des volu­mes de dados que exi­gem mui­to espa­ço de arma­ze­na­men­to.

“[Que­re­mos] ofe­re­cer prin­ci­pal­men­te para as ins­ti­tui­ções públi­cas e para a soci­e­da­de uma for­ma de uti­li­zar esses dados sem a neces­si­da­de de fazer down­lo­ad, por­que esta­mos falan­do de big data [gran­des volu­mes de dados]. Uma for­ma de fazer isso será na estru­tu­ra do Inpe. Desen­vol­ve­mos tam­bém fer­ra­men­tas para as pes­so­as faze­rem isso nas pró­pri­as estru­tu­ras. Par­te tam­bém foi mon­ta­da para fun­ci­o­nar na AWS. Se a empre­sa bai­xar o soft­ware, con­se­gue fazer o pro­ces­sa­men­to por lá tam­bém”, dis­se o pes­qui­sa­dor.

Bra­zil Data Cube é um sub­pro­je­to do pro­gra­ma Moni­to­ra­men­to Ambi­en­tal dos Bio­mas Bra­si­lei­ros, finan­ci­a­do com recur­sos do Fun­do Amazô­nia, por meio da cola­bo­ra­ção finan­cei­ra do Ban­co Naci­o­nal de Desen­vol­vi­men­to Econô­mi­co e Soci­al (BNDES) e Fun­da­ção de Ciên­cia, Apli­ca­ções e Tec­no­lo­gia Espa­ci­ais (Fun­ca­te).

 

Edi­ção: Kle­ber Sam­paio

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