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Instituto Nacional de Cardiologia alerta para aumento da obesidade

Repro­dução: © Wil­son Dias/Agência Brasil

Quadro é preocupante nas capitais e no Distrito Federal


Pub­li­ca­do em 05/03/2024 — 12:23 Por Ana Cristi­na Cam­pos — Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Estu­do lança­do pelo Insti­tu­to Nacional de Car­di­olo­gia (INC), do Min­istério da Saúde, indi­ca um quadro pre­ocu­pante nas cap­i­tais brasileiras e Dis­tri­to Fed­er­al de aumen­to de moradores adul­tos com sobrepe­so (aci­ma do peso) e obesi­dade (muito aci­ma do peso) e diminuição de pes­soas com peso nor­mal e saudáv­el.

O arti­go Análise tem­po­ral da prevalên­cia da obesi­dade e do sobrepe­so no Brasil entre 2006 e 2023: evidên­cias a par­tir dos dados do Vig­i­tel, dos pesquisadores do INC Arn Migows­ki e Gus­ta­vo Tavares Lameiro da Cos­ta, mostra que, no ano pas­sa­do, pela primeira vez na série históri­ca, o per­centu­al de pes­soas com sobrepe­so (38,45%) nes­sas cidades ultra­pas­sou o daque­les com peso nor­mal (36,93%), enquan­to os obe­sos chegaram a 24,62%.

O Dia Mundi­al da Obesi­dade foi lem­bra­do nes­sa segun­da-feira (4).

O estu­do tomou por base as infor­mações do Sis­tema de Vig­ilân­cia de Fatores de Risco e Pro­teção para Doenças Crôni­cas por Inquéri­to Tele­fôni­co (Vig­i­tel), lev­an­ta­men­to por amostragem do Min­istério da Saúde real­iza­do por meio de lig­ações tele­fôni­cas.

“O exces­so de peso é con­sid­er­a­do a segun­da maior causa de morte evitáv­el, atrás ape­nas do tabag­is­mo. Entre as doenças car­dio­vas­cu­lares rela­cionadas ao exces­so de peso estão a doença arte­r­i­al coro­nar­i­ana (incluin­do o infar­to), AVC e hiperten­são.

Além dis­so, tam­bém é fator de risco para diver­sos tipos de câncer, dia­betes mel­li­tus tipo 2, doença renal crôni­ca, esteatose hep­áti­ca, sín­drome da apneia obstru­ti­va do sono, depressão e artrose, entre out­ras doenças”, afir­mou Auro­ra Issa, car­di­ol­o­gista e dire­to­ra do INC.

O estu­do clas­si­fi­cou a pop­u­lação adul­ta das cap­i­tais em três gru­pos de acor­do com o índice de mas­sa cor­po­ral (IMC), cal­cu­la­do pela divisão do peso (em quilo­gra­mas) pelo quadra­do da altura (em met­ros): peso nor­mal (IMC entre 18,50 e 24,99 kg/m2); sobrepe­so (25 a 29,99 kg/m2); e obesi­dade (supe­ri­or a 30 kg/m2). Foi cri­a­da ain­da uma cat­e­go­ria denom­i­na­da “exces­so de peso”, reunin­do sobrepe­so e obesi­dade, ou seja, pes­soas com IMC supe­ri­or a 25 kg/m2.

Os adul­tos com IMC infe­ri­or a 18,50 kg/m2, uma parcela muito peque­na da pop­u­lação, não foram con­tabi­liza­dos no estu­do, expli­cam os pesquisadores. Essas pes­soas, em ger­al, sofrem de sub­nu­trição ou doenças graves e não foram incluí­das porque o obje­ti­vo do arti­go é avaliar a pro­gressão dos índices de exces­so de peso com­par­a­ti­va­mente ao peso nor­mal.

Sobre a série históri­ca, o médi­co epi­demi­ol­o­gista Arn Migows­ki ressalta que a pro­porção de pes­soas com exces­so de peso (sobrepe­so ou obesi­dade) chegou a 63,07% em 2023: “Se dividirmos a pop­u­lação ness­es dois gru­pos, as pes­soas com peso nor­mal prevale­ci­am até 2009. Entre 2010 e 2011 as cur­vas se encon­traram.

A par­tir daí, a difer­ença aumen­tou e o grupo com exces­so de peso é hoje ampla­mente majoritário nas cap­i­tais. Esse proces­so cul­mi­nou com os resul­ta­dos de 2023, nos quais pela primeira vez a pro­porção de indi­ví­du­os com sobrepe­so ultra­pas­sou a daque­les com peso nor­mal, isso mes­mo sem incluir a pro­porção de indi­ví­du­os obe­sos”.

Jovens e mulheres

Os pesquisadores anal­is­aram a evolução das séries tem­po­rais das prevalên­cias das três cat­e­go­rias de peso por região do Brasil, faixa etária e gênero. Em todos os casos, eles iden­ti­ficaram o mes­mo padrão de cresci­men­to dos gru­pos com sobrepe­so e obesi­dade e diminuição daque­les com peso nor­mal.

As cin­co regiões do país seguiram a mes­ma tendên­cia nacional.

Quan­to às faixas etárias, entre os jovens adul­tos (18 a 24 anos), a prevalên­cia de exces­so de peso é menor do que entre os mais vel­hos. No entan­to, os pesquisadores enfa­ti­zam que o índice de exces­so de peso entre os jovens aumen­tou de 21,57% em 2006 para 36,55% 2023.

Esse fenô­meno é espe­cial­mente pre­ocu­pante pelo lon­go perío­do de exposição ao exces­so de peso que ess­es jovens terão ao lon­go da vida – se não reduzirem seus IMCs –, o que vai poten­cializar o risco de desen­volvi­men­to de doenças.

Em relação ao gênero, o que chamou a atenção dos pesquisadores foi o forte declínio na pro­porção de mul­heres com peso nor­mal, em rit­mo mais acen­tu­a­do do que o ver­i­fi­ca­do entre os home­ns. Em 2006, 59,29% das mul­heres tin­ham peso nor­mal, pro­porção que decli­nou acen­tu­ada­mente para 38,75% em 2023. Entre os home­ns a diminuição foi menor, de 51,61% em 2006 para 34,93% em 2023.

Edição: Maria Clau­dia

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