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Internações por infarto aumentam no inverno, dizem especialistas

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Uma das causas é que o frio faz vasos sanguíneos se contraírem


Publicado em 27/07/2024 — 09:57 Por Alana Gandra — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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De acor­do com dados do Obser­vatório de Saúde Car­dio­vas­cu­lar do Insti­tu­to Nacional de Car­di­olo­gia (INC), basea­do em infor­mações do Data­sus, do Min­istério da Saúde, que abrangem o perío­do de 2008 a 2023, a estação do inver­no prop­i­cia aumen­to de inter­nações por infar­to. Esse aumen­to alcança até 12%, no Brasil, em pes­soas que apre­sen­tam fatores de risco, disse nes­ta sex­ta-feira (26) à Agên­cia Brasil a dire­to­ra do INC, Auro­ra Issa. Em nív­el mundi­al, o índice chega a 30%.

Alguns aspec­tos fisiopa­tológi­cos colab­o­ram para o aumen­to de infar­tos nes­sa época do ano, desta­cou a douto­ra Auro­ra.

“Uma das situ­ações é que o frio faz os vasos san­guí­neos se con­traírem em respos­ta ao frio. Com isso, em alguns casos, pode ter aumen­to da pressão arte­r­i­al e isso aca­ba crian­do uma resistên­cia ao bombea­men­to de sangue do coração, o que pode sobre­car­regar um pouco o coração. É um dos mecan­is­mos”.

Out­ra fator é o número de inter­nações por infecções res­pi­ratórias que ocor­rem no inver­no.

“A infecção res­pi­ratória tem poten­cial de, nos pacientes que têm pla­ca de gor­du­ra nas artérias coro­nárias, prin­ci­pal sub­stra­to para a ocor­rên­cia de infar­to, insta­bi­lizar as pla­cas e for­mar trom­bos”. O trom­bo impede a pas­sagem do sangue no vaso e isso acon­tece com fre­quên­cia sig­ni­fica­ti­va em pacientes com infecção res­pi­ratória no inver­no, diz a espe­cial­ista.

Sintomas

Alguns sin­tomas podem aler­tar que a pes­soa está ten­do um infar­to. “O sin­toma clás­si­co é a dor no peito pro­lon­ga­da, em ger­al uma dor a que o paciente não está acos­tu­ma­do e que não pas­sa com med­icações usuais”.

Tam­bém podem ocor­rer apre­sen­tações atípi­cas. Algu­mas vezes, o paciente pode ter ape­nas um descon­for­to, fal­ta de ar, cansaço. “Se tiv­er sin­tomas difer­entes do habit­u­al, a pes­soa deve procu­rar auxílio para. Sem dúvi­da, o mais fre­quente é a dor no peito pro­lon­ga­da, que pode irra­di­ar para o braço esquer­do.

Are­comen­dação é procu­rar ime­di­ata­mente o serviço médi­co. “Quan­to mais tem­po a pes­soa que está infar­tan­do demo­ra para rece­ber assistên­cia, mais vai per­den­do mús­cu­lo cardía­co e o dano pode chegar à necrose, que é a morte celu­lar.” O atendi­men­to tem que ser rápi­do para a des­ob­strução da artéria, o que pode ser feito por meio de med­icação ou do pro­ced­i­men­to de angio­plas­tia”, expli­cou.

Prevenção

O car­di­ol­o­gista Flavio Cure, respon­sáv­el pelo serviço de Car­dio-oncolo­gia da Rede D’Or, afir­mou que as pes­soas com maior propen­são a doenças car­dio­vas­cu­lares, como car­diopatas, idosos e por­ta­dores de out­ras doenças crôni­cas devem ado­tar medi­das pre­ven­ti­vas ao infar­to no inver­no.

“Quan­do está frio, para man­ter a tem­per­atu­ra, o organ­is­mo diminui o cal­i­bre dos vasos e lib­era adren­a­li­na, então o coração tra­bal­ha mais”. Ele recomen­da que as pes­soas con­trolem a pressão, o peso, a gli­cose e o coles­terol. “Devem ten­tar man­ter os fatores de risco sob con­t­role.”

Out­ra coisa é que no frio, cos­tu­ma-se beber menos água, o que faz o sangue ficar mais espes­so. Daí, recomen­dou que se beba uma maior quan­ti­dade de líqui­dos nes­sa época do ano. O médi­co deixa claro que qual­quer pes­soa pode ter infar­to, emb­o­ra para quem tiv­er alter­ação na cir­cu­lação do coração, a chance seja maior. “Muitas vezes, a pes­soa nem sabe. Então, todo mun­do deve se pro­te­ger do frio.”

O infar­to é mais fre­quente nos home­ns do que nas mul­heres. segun­do a dire­to­ra do INC, Auro­ra Issa.

Segun­do o car­di­ol­o­gista Flavio Cure nos home­ns, a ocor­rên­cia de infar­to aumen­ta mais a par­tir dos 50 anos de idade e, na mul­her, aci­ma de 60 anos. Pode acon­te­cer com jovens, mas é mais raro, porque a cir­cu­lação do jovem é maior, des­de que ele não ten­ha nen­hu­ma doença de base.

Edição: Maria Clau­dia

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