...
quarta-feira ,11 setembro 2024
Home / Noticias do Mundo / Israel, Hamas, Palestina: entenda a guerra no Oriente Médio

Israel, Hamas, Palestina: entenda a guerra no Oriente Médio

Repro­dução: © Reuters

Conflito tem disputa por terras como pano de fundo


Pub­li­ca­do em 15/10/2023 — 14:16 Por Luiz Clau­dio Fer­reira — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

ouvir:

O con­fli­to entre Israel e Hamas tem origem na dis­pu­ta por ter­ritórios que já foram ocu­pa­dos por diver­sos povos, como hebreus e fil­is­teus, dos quais descen­dem israe­lens­es e palesti­nos. Em difer­entes momen­tos, guer­ras e ocu­pações, eles foram expul­sos, retomaram ter­ras, ampli­aram e as perder­am.

De acor­do com o pro­fes­sor de dire­ito e de Relações Inter­na­cionais Dani­lo Por­fírio Vieira, des­de o sécu­lo 19, a comu­nidade judaica, prin­ci­pal­mente na Europa, começou a se mobi­lizar em torno de uma ideia de nacional­i­dade e do retorno ao que con­sid­era seu ter­ritório “bíbli­co”, per­di­do durante o Império Romano.

Quan­do o Império Otomano perdeu a 1ª Guer­ra, aque­la região do Ori­ente Médio foi divi­di­da entre france­ses e britâni­cos. A região do Líbano e da Síria ficou sob con­t­role da França e, regiões como Kuwait, Iraque, Jordâ­nia e Palesti­na, sob col­o­niza­ção britâni­ca. Nesse perío­do, gan­hou força entre os judeus refu­gia­dos pelo mun­do a ideia de retornar à Palesti­na para cri­ar um esta­do judaico.

“O pro­je­to ini­cial era a com­pra de ter­ritórios de pro­priedades den­tro de uma região que esta­va, des­de a déca­da de 1920, sob con­t­role do Império britâni­co (Manda­to Britâni­co da Palesti­na)”, afir­ma o pesquisador, com pós-doutora­do na Uni­ver­si­dade de São Paulo (USP) sobre a “Irman­dade Muçul­mana”, orga­ni­za­ção que acabou geran­do, na Palesti­na, o Hamas.

Na 2ª Guer­ra Mundi­al, com o Holo­caus­to, a comu­nidade inter­na­cional voltou a dis­cu­tir a ideia de um esta­do que abri­garia o povo judeu. Após o nasci­men­to da Orga­ni­za­ção das Nações Unidas (ONU), o Esta­do de Israel foi cri­a­do. Isso se deu com o apoio dos norte-amer­i­canos e até mes­mo do Brasil. Rep­re­sen­tantes inter­na­cionais tam­bém defendi­am a cri­ação do Esta­do Palesti­no.

Durante as nego­ci­ações, o litoral seten­tri­on­al ficou sob con­t­role dos israe­lens­es e, o merid­ion­al, dos palesti­nos. A região inte­ri­o­rana ao sul da Palesti­na foi para os israe­lens­es. Por seu caráter históri­co e por ser sagra­da pra árabes, judeus e cristãos, Jerusalém iria se tornar uma cidade autôno­ma, den­tro da Palesti­na e sob o jugo dos britâni­cos.

13/10/2023, Arte Evolução - Origem do Conflito. Foto: Arte/EBC
Repro­dução: Ter­ritório israe­lense foi se expandin­do com o pas­sar dos anos. Ao mes­mo tem­po, os palesti­nos foram per­den­do espaço na região. Por Arte/EBC

Israel vence guerras

Diante de diver­sos impass­es, hou­ve a Guer­ra da Inde­pendên­cia, em 1948, ven­ci­da por Israel com apoio prin­ci­pal­mente dos norte-amer­i­canos. A ten­são não reduz­iu. Israel pas­sou a con­tro­lar 75% do ter­ritório. O êxo­do de palesti­nos se inten­si­fi­cou e mil­hões per­manecem refu­gia­dos em out­ros país­es.

Na segun­da metade do sécu­lo 20, out­ras guer­ras com nações viz­in­has àquela região, como Egi­to, Síria, Jordâ­nia, Líbia, a chama­da União Árabe, der­am mais força para Israel, que gan­haria o sta­tus e potên­cia béli­ca. Entre as vitórias, a Guer­ra dos Seis Dias (entre 5 e 10 de jun­ho de 1967), quan­do Israel enfren­tou e sufo­cou os viz­in­hos.

Seis anos depois, em 1973, hou­ve a Guer­ra do Yom Kip­pur, do Egi­to e Síria con­tra Israel. As con­quis­tas ter­ri­to­ri­ais de Israel em meio a guer­ras duplicaram o seu ter­ritório. Mas deixou mar­cas.

Por isso, os povos palesti­nos reivin­dicam o seu esta­do inde­pen­dente e autono­mia. Em 1993, hou­ve um novo acor­do (Oslo) entre israe­lens­es e palesti­nos, com medi­ação amer­i­cana e europeia, no qual ficou acer­ta­do o recon­hec­i­men­to da Autori­dade Palesti­na.

Hamas

Em 1987, um grupo políti­co palesti­no lig­a­do ao movi­men­to políti­co islâmi­co suni­ta, chama­do “Irman­dade Muçul­mana”, ger­ou o movi­men­to Hamas.

Esse grupo não acei­ta a pre­sença dos judeus e israeli­tas naque­la região, tan­to que o Hamas defend­eu a aniquilação do esta­do de Israel nos anos 2000. O Hamas, inclu­sive, deu um golpe na Autori­dade Palesti­na e pas­sou a con­tro­lar a Faixa de Gaza, um ter­ritório de pouco mais de 360 km quadra­dos super­pop­u­loso com mais de 2,6 mil­hões de habi­tantes.

Por isso, a Autori­dade Palesti­na não alcança Gaza. Out­ro ter­ritório palesti­no, a Cisjordâ­nia, está sob o con­t­role do par­tido Fatah, com regiões ocu­padas por colonos israe­lens­es e con­t­role mil­i­tar do gov­er­no de Israel.

Edição: Marce­lo Brandão e Juliana Nunes

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Brasil fala em “preocupação” com ordem de prisão de opositor de Maduro

© Reuters/Leonardo Fer­nan­dez Viloria/Proibida repro­dução Itamaraty lembrou dos compromissos assumidos nos Acordos de Barbados Publicado …