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Itamaraty lamenta veto dos EUA à resolução negociada pelo Brasil

Repro­dução: © Lula Marques/ Agên­cia Brasil

Proposta condenava os atos do Hamas contra Israel em 7 de outubro


Pub­li­ca­do em 18/10/2023 — 16:10 Por Lucas Pordeus León — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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O Min­istério das Relações Exte­ri­ores (MRE) lamen­tou nes­ta quar­ta-feira (18) o veto do gov­er­no dos Esta­dos Unidos (EUA) con­tra a res­olução nego­ci­a­da pelo Brasil no Con­sel­ho de Segu­rança das Nações Unidas (ONU). Dev­i­do ao veto, a pro­pos­ta não foi aprova­da.

“O gov­er­no brasileiro lamen­ta que, mais uma vez, o uso do veto ten­ha impe­di­do o prin­ci­pal órgão para a manutenção da paz e da segu­rança inter­na­cional de agir diante da cat­a­stró­fi­ca crise human­itária provo­ca­da pela mais recente escal­a­da de vio­lên­cia em Israel e em Gaza. O Brasil con­sid­era urgente que a comu­nidade inter­na­cional esta­beleça um ces­sar-fogo e retome o proces­so de paz”, disse em nota o Ita­ma­raty.

O min­istério desta­cou ain­da que o Brasil ten­tou reduzir a polar­iza­ção em torno da guer­ra no Ori­ente Médio ao “aco­modar posições e inter­ess­es diver­gentes e apre­sen­tar tex­to capaz de pro­te­ger as vidas de civis e de asse­gu­rar o aces­so human­itário à pop­u­lação civ­il da Faixa de Gaza”.

A pro­pos­ta con­de­na­va os atos do Hamas con­tra Israel em 7 de out­ubro como sendo atos ter­ror­is­tas, apela­va para lib­er­tação ime­di­a­ta e incondi­cional de todos os reféns civis e pedia uma pausa no con­fli­to para a entra­da de aju­da human­itária na Faixa de Gaza.

A res­olução exi­gia ain­da “o fornec­i­men­to con­tín­uo de bens essen­ci­ais para a pop­u­lação civ­il, como arti­gos médi­cos, água e ali­men­tos; e pede a rescisão da ordem para que civis e fun­cionários das Nações Unidas evac­uem toda a área em Gaza ao norte de Wadi Gaza”.

A pro­pos­ta teve 12 dos 15 votos do Con­sel­ho de Segu­rança. Porém, como rece­beu o veto dos Esta­dos Unidos – mem­bro per­ma­nente do Con­sel­ho – não pode ser aprova­da. A Rús­sia, out­ro mem­bro com dire­ito a veto, se absteve de votar.

Divisão de opiniões

Em Brasília, nes­ta quar­ta-feira, o chancel­er Mau­ro Vieira expli­cou que o Brasil, na condição de pres­i­dente do Con­sel­ho de Segu­rança, foi deman­da­do pela maio­r­ia dos mem­bros do órgão a redi­gir uma pro­pos­ta que aco­modasse as difer­entes visões sobre a guer­ra. “Infe­liz­mente, não foi pos­sív­el aprovar. Ficou clara uma divisão de opiniões”, rela­tou.

Vieira acres­cen­tou que a diplo­ma­cia brasileira fez “todo o esforço pos­sív­el para que ces­sas­sem as hos­til­i­dades, que parassem os sac­ri­fí­cios humanos e que pudésse­mos dar algum tipo de assistên­cia às pop­u­lações locais e aos brasileiros. A nos­sa pre­ocu­pação foi sem­pre human­itária neste momen­to. Enfim, cada país terá tido sua inspi­ração própria”.

Estados Unidos

Após a votação, a embaix­ado­ra dos Esta­dos Unidos na ONU, Lin­da Thomas-Green­field, lem­brou que o pres­i­dente norte-amer­i­cano, Joe Biden, foi ao Ori­ente Médio e que, por isso, “ape­sar de recon­hecer­mos o dese­jo do gov­er­no brasileiro de aprovar a pro­pos­ta, acred­i­ta­mos que pre­cisamos deixar essa diplo­ma­cia acon­te­cer”.

Lin­da desta­cou que os Esta­dos Unidos ficaram desapon­ta­dos porque a res­olução não men­ciona o dire­ito de Israel de autode­fe­sa. “Como qual­quer out­ro país do mun­do, Israel tem o dire­ito de se autode­fend­er”, disse a diplo­ma­ta.

Na segun­da-feira (16), o con­sel­ho rejeitou a pro­pos­ta de res­olução da Rús­sia sobre o con­fli­to. Os rus­sos pedi­am um ces­sar-fogo ime­di­a­to, a aber­tu­ra de corre­dores human­itários e a lib­er­ação de reféns com segu­rança, mas não con­de­na­va dire­ta­mente o Hamas pelos atos de vio­lên­cia cometi­dos con­tra Israel. Essa pro­pos­ta teve cin­co votos favoráveis, qua­tro con­trários e seis abstenções.

Conselho de Segurança

O Con­sel­ho de Segu­rança da ONU tem cin­co mem­bros per­ma­nentes, a Chi­na, França, Rús­sia, Reino Unido e os Esta­dos Unidos. Fazem parte do con­sel­ho rota­ti­vo a Albâ­nia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Mal­ta, Moçam­bique, Suíça e Emi­ra­dos Árabes. Para que uma res­olução seja aprova­da, é pre­ciso o apoio de nove do total de 15 mem­bros, sendo que nen­hum dos mem­bros per­ma­nentes pode vetar o tex­to.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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