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segunda-feira ,17 fevereiro 2025
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Jovens dizem que educação foi a área mais afetada durante pandemia

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Repro­dução: © Divulgação/MCTIC

Estudo é da ONG Plan International


Um estu­do da orga­ni­za­ção não gov­er­na­men­tal (ONG) Plan Inter­na­tion­al mostrou que 95% de meni­nas e jovens mul­heres tiver­am suas vidas afe­tadas de for­ma neg­a­ti­va pela pan­demia de covid-19. Para as jovens, a edu­cação foi a área mais atingi­da. O aces­so lim­i­ta­do à tec­nolo­gia, o apoio insu­fi­ciente de esco­las e fac­ul­dades e o espaço físi­co para estu­dar foram as prin­ci­pais difi­cul­dades enfrentadas na edu­cação em casa.

A pesquisa Vidas Inter­romp­i­das 2: em suas próprias vozes – O impacto da covid-19 na vida de meni­nas e jovens mul­heres ouviu, nos meses de jun­ho e jul­ho de 2020, 7 mil mul­heres de 15 a 24 anos sobre temas como edu­cação, saúde e bem-estar, per­cepções sobre a vaci­na e o futuro.

O Brasil está entre os país­es que par­tic­i­param do estu­do, que tam­bém incluiu meni­nas da Aus­trália, do Egi­to, Equador, da Espan­ha, dos Esta­dos Unidos, da Etiópia, França, de Gana, da Índia, de Moçam­bique, da Nicarágua, do Viet­nã e de Zâm­bia.

A solidão e as respon­s­abil­i­dades domés­ti­cas tam­bém inter­feri­ram na capaci­dade das meni­nas de acom­pan­har o ensi­no a dis­tân­cia enquan­to as esco­las e fac­ul­dades foram fechadas.

“O futuro das meni­nas e jovens mul­heres está ameaça­do no Brasil e no mun­do. A pan­demia apro­fun­dou as desigual­dades soci­ais, que já eram muito mar­cantes, e está está fazen­do com que a gente dê vários pas­sos para trás em con­quis­tas impor­tantes de dire­itos fun­da­men­tais para a igual­dade de gênero e de opor­tu­nidades”, afir­ma Cyn­thia Bet­ti, dire­to­ra exec­u­ti­va da Plan Inter­na­tion­al Brasil.

Nas entre­vis­tas, as jovens relataram difi­cul­dades de con­cen­tração e foco ao estu­dar em casa. Elas tam­bém citaram a fal­ta de din­heiro para planos de dados, tele­fones celu­lares e out­ros cus­tos rela­ciona­dos ao apren­diza­do online, além do fato de não ter ninguém para aju­dar a explicar lições ou con­ceitos, como bar­reiras fre­quentes para apren­der durante a pan­demia.

“Na esco­la temos uma abor­dagem mais práti­ca. Nas aulas online temos pou­ca opor­tu­nidade de tirar dúvi­das, e os pro­fes­sores só dão a aula e não esclare­cem nos­sas dúvi­das. Min­ha casa está muito cheia e barul­hen­ta. Não estou con­seguin­do acom­pan­har as aulas”, disse Bár­bara, de 16 anos.

Vidas interrompidas

A primeira eta­pa da pesquisa Vidas Inter­romp­i­das, divul­ga­da no ano pas­sa­do, rev­el­ou que 19% das meni­nas em todo o mun­do acred­i­tam que a covid-19 as forçará a sus­pender tem­po­rari­a­mente os estu­dos, enquan­to 7% temem ter que aban­donar a esco­la. No auge da primeira onda da pan­demia, 1,5 bil­hão de estu­dantes foram afe­ta­dos pelo fechamen­to de esco­las, que ocor­reu em 194 país­es em quase toda a Europa, África, Améri­ca Lati­na e Ásia.

“A covid-19 mudou pro­fun­da­mente nos­sas vidas no últi­mo ano. Mas seu impacto não é o mes­mo para todas as pes­soas, e a pan­demia colo­cou em foco as desigual­dades pré-exis­tentes, seja entre ricos e pobres, jovens e idosos, home­ns e mul­heres”, afir­ma Jacqui Gallinet­ti, dire­to­ra de Mon­i­tora­men­to, Avali­ação, Pesquisa e Apren­diza­gem da Plan Inter­na­tion­al.

Barreiras financeiras

Para reduzir os impactos do cenário rev­e­la­do pela pesquisa, a orga­ni­za­ção defende que os gov­er­nos reú­nam esforços para lidar com as bar­reiras finan­ceiras impostas às meni­nas. Entre as medi­das pro­postas na pesquisa estão o paga­men­to de vale-ali­men­tação, meren­da esco­lar e trans­fer­ên­cia de ren­da para incen­ti­var as meni­nas a voltarem à esco­la, ali­vian­do a car­ga sobre a ren­da famil­iar.

Out­ro pon­to indi­ca­do pela Plan Inter­na­tion­al é reforçar o treina­men­to para pro­fes­sores e alunos no uso da tec­nolo­gia, para mel­ho­rar a qual­i­dade do ensi­no a dis­tân­cia em país­es onde as esco­las per­manecem fechadas, e para que a edu­cação seja mais resiliente em caso de crises futuras.

“Isso inclui o plane­ja­men­to de futur­os fechamen­tos, iden­ti­f­i­can­do os alunos que mais pre­cisam de apoio e investin­do em meios vari­a­dos, incluin­do rádio, TV e apren­diza­gem online, bem como dis­tribuin­do kits esco­lares com mate­ri­ais de aula e mate­ri­ais esco­lares”, diz a orga­ni­za­ção.

Aumento da ansiedade

O estu­do tam­bém mostrou que a inter­rupção nos estu­dos, com­bi­na­da ao medo do próprio vírus e à neces­si­dade de se adap­tar a medi­das de iso­la­men­to social, afe­tou a saúde men­tal das meni­nas, e muitas par­tic­i­pantes da pesquisa pre­cis­aram lidar com o estresse e a ansiedade.

A primeira edição da pesquisa rev­el­ou que nove em cada dez meni­nas (88%) diziam estar sentin­do níveis altos ou médios de ansiedade como con­se­quên­cia da pan­demia de covid-19.

Por out­ro lado, o estu­do mostrou que ape­nas 5% das meni­nas e jovens mul­heres entre­vis­tadas dis­ser­am que a pan­demia só cau­sou efeitos pos­i­tivos em sua vida.

Edição: Graça Adju­to

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