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La Niña deve ter intensidade fraca este ano, diz climatologista

Fenômeno provoca chuva no Nordeste e seca no Sul

Ana Cristi­na Cam­pos – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­da em 29/09/2024 — 16:36
Rio de Janeiro
São Paulo (SP) 16/09/2024 Queda de temperatura e chuva melhora a qualidade do ar na cidade Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil
Repro­dução: © Paulo Pinto/Agencia Brasil

O fenô­meno La Niña, se as tendên­cias dos mod­e­los de pre­visão estiverem cor­re­tas, provavel­mente será fra­co e talvez não se sin­ta os efeitos cos­tumeiros, segun­do a cli­ma­tol­o­gista Fran­cis Lac­er­da, do Insti­tu­to Agronômi­co de Per­nam­bu­co, em entre­vista ao pro­gra­ma Natureza Viva, da Rádio Nacional da Amazô­nia.

O La Niña é mar­ca­do pelo res­fri­a­men­to anor­mal das águas do Oceano Pací­fi­co.

De acor­do com Fran­cis, o La Niña provo­ca chu­va no Nordeste do Brasil, e gera seca na Região Sul, em boa parte do Cen­tro-Oeste e no Sud­este.

A cli­ma­tol­o­gista expli­ca que o fenô­meno ini­ciou há dois meses o proces­so de res­fri­a­men­to, porém em veloci­dade mais lenta que o habit­u­al.

“O que a gente tem obser­va­do e os mod­e­los de pre­visão do mun­do inteiro indicam é que o La Niña este ano está atrasa­do, já era para estar um pouco mais avança­do no tem­po e a pre­visão é que seja uma La Niña fra­ca”, disse.

De acor­do com Insti­tu­to Nacional de Mete­o­rolo­gia (Inmet), a prob­a­bil­i­dade do La Niña nos meses de out­ubro-novem­bro-dezem­bro aumen­ta para 60%.

Para o mês de out­ubro, a pre­visão do Inmet é quan­ti­dade de chu­vas aci­ma da média em grande parte da Região Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e deve haver vol­ta grad­ual das chu­vas para a parte cen­tral do país na segun­da quinzena.

Mudanças climáticas

A cli­ma­tol­o­gista desta­cou a questão das mudanças climáti­cas, que foi abor­da­da na Assem­bleia Ger­al das Nações Unidas (ONU) na últi­ma sem­ana, prin­ci­pal­mente no dis­cur­so do pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va, que defend­eu o mul­ti­lat­er­al­is­mo como cam­in­ho para super­ação da urgên­cia climáti­ca.

Para Fran­cis Lac­er­da, as ações para min­i­mizar os impactos do descon­t­role climáti­co, como a redução das emis­sões, ain­da enfrentam resistên­cia de setores econômi­cos para serem colo­cadas em práti­ca, como o agronegó­cio, ain­da “pau­ta­do em cima da pro­dução em larga escala e da pro­dução de bovi­nos e carne que é expor­ta­da”.  “A ener­gia e a água são con­ver­tidas nes­sas com­modi­ties e a gente aqui pade­cen­do de ações para que esse setor de com­modi­ties e do agronegó­cio cresça em detri­men­to do nos­so bio­ma e do descon­t­role total do cli­ma”, ressalta.

Out­ro pon­to cita­do pela cli­ma­tol­o­gista é a pos­si­bil­i­dade de a Amazô­nia chegar ao pon­to de não retorno (está­gio em que deter­mi­na­do proces­so se tor­na irre­ver­sív­el, por exem­p­lo, o des­mata­men­to) o que trará, con­forme Fran­cis Lac­er­da, graves con­se­quên­cias ao país. Ela defende que é pre­ciso parar de con­sid­er­ar o bio­ma “um pas­to gigante” para cri­ação de gado e plan­tação de soja.

Quan­to aos incên­dios flo­restais, ocor­ri­dos em diver­sas regiões do país, a cli­ma­tol­o­gista disse que a maio­r­ia deve ter intenção crim­i­nosa com intu­ito de queimar áreas de pro­teção ambi­en­tal.

Um mon­i­tora­men­to, a par­tir de ima­gens de satélite e aler­tas de fogo, mostra que 99% das queimadas no Brasil têm ação humana, prin­ci­pal­mente na Amazô­nia, Cer­ra­do e Pan­tanal.

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