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sexta-feira ,16 maio 2025
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Leão XIV: “O Senhor me chamou para carregar uma cruz e realizar uma missão”

Depois de eleito, Leão XIV celebra sua primeira missa com os cardeais. Em sua homilia, citou o Concílio Vaticano II, Santo Inácio de Antioquia e seu predecessor Francisco.

Vat­i­can News

Após a eleição na tarde de 8 de maio, o Papa Leão XIV voltou esta man­hã à Capela Sisti­na para pre­sidir à San­ta Mis­sa com todos os mem­bros do Colé­gio Car­di­nalí­cio.

No iní­cio de sua homil­ia, fez em inglês uma saudação aos cardeais, repetindo as palavras do Salmo respon­so­r­i­al: “Cantarei um cân­ti­co novo ao Sen­hor, porque ele fez mar­avil­has”.

“E, de fato, não ape­nas comi­go, mas com todos nós. Meus irmãos cardeais, ao cel­e­brar­mos esta man­hã, con­vi­do-os a refle­tir sobre as mar­avil­has que o Sen­hor fez, as bênçãos que o Sen­hor con­tin­ua a der­ra­mar sobre todos nós por meio do Min­istério de Pedro. O Sen­hor me chamou para car­regar essa cruz e realizar essa mis­são, e sei que pos­so con­tar com cada um de vocês para cam­in­har comi­go, con­tin­u­amos como Igre­ja, como uma comu­nidade de ami­gos de Jesus, como fiéis para anun­ciar a Boa Nova, para anun­ciar o Evan­gel­ho.”

Ouça a reportagem com­ple­ta com a voz do Papa Leão XIV

Fiel administrador a favor de todo o Corpo místico da Igreja

Em segui­da, começou a ler o tex­to pre­vi­a­mente prepara­do, em que refletiu sobre a frase que Simão Pedro dirige a Jesus, con­ti­da no capí­tu­lo 16 do Evan­gel­ho de Mateus: ‘Tu és o Cristo, o Fil­ho do Deus vivo’.”

Essas palavras de Pedro, afir­ma o Papa recém-eleito, expres­sam em sín­tese o patrimônio que há dois mil anos a Igre­ja preser­va, apro­fun­da e trans­mite através da sucessão apos­tóli­ca. Ou seja, Jesus é o úni­co Sal­vador e o rev­e­lador da face do Pai.

Citan­do a “Gaudi­um et spes” do Con­cílio Vat­i­cano II, Leão XIV recor­da que o Fil­ho de Deus se rev­ela a nós através dos olhos con­fi­antes de uma cri­ança, mostran­do-nos assim um mod­e­lo de humanidade san­ta que todos podemos imi­tar.

Este tesouro ago­ra “é con­fi­a­do tam­bém a mim, para que eu seja um fiel admin­istrador a favor de todo o Cor­po mís­ti­co da Igre­ja, de modo que esta seja sem­pre mais cidade colo­ca­da sobre o monte (cfr Ap 21,10), arca de sal­vação que nave­ga através das ondas da história, farol que ilu­mi­na as noites do mun­do. E isso não tan­to pela grandiosi­dade de suas estru­turas, mas pela san­ti­dade dos seus mem­bros”.

Chamados a testemunhar a alegria da fé

Retoman­do o episó­dio bíbli­co nar­ra­do em Mateus, Leão XIV reflete ain­da sobre a respos­ta de Jesus a Pedro, quan­do diz “Quem dizem os home­ns ser o Fil­ho do homem?”.

Não se tra­ta de uma questão banal, afir­ma o Papa, pelo con­trário, é de grande atu­al­i­dade. Pois há duas pos­síveis inter­pre­tações. A primeira é a que iden­ti­fi­ca Jesus como uma pes­soa sem importân­cia algu­ma, ao máx­i­mo um per­son­agem curioso, como fiz­er­am os habi­tantes de Cesareia de Fil­ipe. Out­ra pos­sív­el respos­ta é a das pes­soas comuns, que veem Jesus não como um char­latão, mas uma pes­soa reta, com cor­agem e que diz coisas jus­tas. Mas o con­sid­er­am somente um homem e, por isso, no momen­to do peri­go, durante a Paixão, O aban­don­am.

“Tam­bém hoje, não são poucos os con­tex­tos em que a fé cristã é con­sid­er­a­da algo absur­do des­ti­na­da a pes­soas débeis e pouco inteligentes; con­tex­tos em que a ela pref­er­em-se out­ras segu­ranças, como a tec­nolo­gia, o din­heiro, o suces­so, o poder e o praz­er.”

Tra­ta-se de ambi­entes onde não é fácil teste­munhar nem anun­ciar o Evan­gel­ho, e onde quem acred­i­ta se vê ridic­u­lar­iza­do, con­trasta­do, despreza­do, ou, quan­do muito, supor­ta­do e dig­no de pena.

No entan­to, pre­cisa­mente por isso, são lugares onde a mis­são se tor­na urgente, porque a fal­ta de fé, muitas vezes, traz con­si­go dra­mas como a per­da do sen­ti­do da vida, o esquec­i­men­to da mis­er­icór­dia, a vio­lação da dig­nidade da pes­soa, a crise da família e tan­tas out­ras feri­das das quais a nos­sa sociedade sofre, e não pouco.

“Ain­da hoje, não fal­tam con­tex­tos nos quais Jesus, emb­o­ra apre­ci­a­do como homem, é sim­ples­mente reduzi­do a uma espé­cie de líder caris­máti­co ou super-homem, e isto não ape­nas entre quem não crê, mas tam­bém entre muitos bati­za­dos, que acabam por viv­er, a este nív­el, num ateís­mo práti­co.”

Este, por­tan­to, é o mun­do que nos está con­fi­a­do e no qual, como tan­tas vezes nos ensi­nou o Papa Fran­cis­co, somos chama­dos a teste­munhar a ale­gria da fé em Jesus Sal­vador.

Antes de con­cluir, citou a frase de San­to Iná­cio de Antio­quia ao se encam­in­har para o seu martírio: «Então serei ver­dadeiro dis­cípu­lo de Jesus, quan­do o meu cor­po for sub­traí­do à vista do mun­do» (Car­ta aos Romanos, IV, 1).

Essas palavras, afir­mou, recor­dam um com­pro­mis­so irre­nun­ciáv­el para quem, na Igre­ja, exerce um min­istério de autori­dade: desa­pare­cer para que Cristo per­maneça, faz­er-se pequeno para que Ele seja con­heci­do e glo­ri­fi­ca­do gas­tar-se até ao lim­ite para que a ninguém falte a opor­tu­nidade de O con­hecer e amar.

“Que Deus me dê esta graça, hoje e sem­pre, com a aju­da da ter­na inter­cessão de Maria, Mãe da Igre­ja.”

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vaticannews.va/pt/

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