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Leci Brandão: 80 anos e uma vida dedicada à defesa da cultura negra

Repro­dução: © Lean­dro Almeida/Facebook Leci Brandão

Cantora e deputada conversou com exclusividade com a Agência Brasil


Publicado em 12/09/2024 — 08:02 Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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Uma mul­her negra, com con­vicções fortes e defen­so­ra de pau­tas soci­ais. Uma artista, com­pos­i­to­ra e ativista que teve a vida mar­ca­da por difi­cul­dades, mas tam­bém por mui­ta dis­posição em levar adi­ante a von­tade de se expres­sar de várias for­mas. Essa é Leci Brandão, que com­ple­ta 80 anos nes­ta quin­ta-feira (12).

Quem con­hece a can­to­ra, atriz e dep­uta­da estad­ual Leci Brandão têm uma admi­ração pro­fun­da pela história de vida dela e pelo lega­do que essa história rep­re­sen­ta. Des­de cedo, já demon­stra­va inspi­rações artís­ti­cas.

Gosta­va de sam­ba e se diver­tia quan­do ia para a casa da madrin­ha no Mor­ro da Mangueira. Foi com essa con­vivên­cia que se tornou a primeira mul­her a per­tencer à ala de com­pos­i­tores da Estação Primeira de Mangueira. Essa foi uma das muitas faces do pio­neiris­mo que mar­caram sua tra­jetória.

A relação com a mãe Dona Lecy, con­sid­er­a­da mel­hor ami­ga, sem­pre foi firme. Muitas de suas decisões na vida tiver­am por trás um con­sel­ho da mãe, que tam­bém incen­tivou a sua reli­giosi­dade: “Dona Lecy Assunção Brandão é a sabedo­ria da min­ha vida.”

A ida ao ter­reiro do Cabo­clo Rei das Ervas, em São Gonça­lo, na região met­ro­pol­i­tana do Rio, foi uma sug­estão de Dona Lecy, quan­do a fil­ha enfrenta­va um momen­to de depressão, depois de ficar cin­co anos sem gravar. Lá, deu novo rumo à car­reira e chegou a gan­har um dis­co de ouro pela vendagem de um dis­co em hom­e­nagem a Ogum, seu san­to de cabeça.

Atual­mente, Leci está no quar­to manda­to con­sec­u­ti­vo como dep­uta­da estad­ual na Assem­bleia Leg­isla­ti­va de São Paulo (Ale­sp). Em 2022, ela rece­beu 90.496 votos

O musi­cal Leci Brandão – Na Pal­ma da Mão, que teve estreia em janeiro de 2023 e segue nos pal­cos, tra­ta de todos ess­es temas e sur­preen­deu a artista, que se viu retrata­da em pequenos detal­h­es.

Em entre­vista exclu­si­va à Agên­cia Brasil, Leci Brandão lem­brou de vários momen­tos da sua tra­jetória e, muito car­in­hosa, agrade­ceu por poder con­tar momen­tos impor­tantes que viven­ciou.

Con­fi­ra os prin­ci­pais tre­chos da entre­vista:

Agên­cia Brasil: Todos que par­tic­i­pam do musi­cal pas­sam o sen­ti­men­to de praz­er em faz­er o espetácu­lo, o que achou da sua rep­re­sen­tação no musi­cal?

Leci Brandão: Primeiro gostaria de te agrade­cer pela opor­tu­nidade de dar essa entre­vista. Com o que está acon­te­cen­do na min­ha vida nos últi­mos tem­pos, o meu coração deve ser muito forte, porque a emoção está sendo muito grande. Tem mui­ta coisa acon­te­cen­do ao mes­mo tem­po em função desse aniver­sário de 80 anos. Quan­do paro para pen­sar que em 80 anos já fiz tan­ta coisa, me emo­ciono muito mes­mo. Quan­do fui assi­s­tir a peça no Sesc Copaca­bana [onde teve a estreia] con­fes­so que fiquei impacta­da. Não esper­a­va que eles fos­sem con­stru­ir uma coisa tão boni­ta e tão legí­ti­ma.

A atriz [Verôni­ca Bon­fim], que rep­re­sen­ta min­ha mãe Dona Lecy, eu fiquei encan­ta­da com ela. A out­ra atriz [Tay O’Han­na] que faz a Leci, eu me assustei até. A cor do cabe­lo, as roupas, eu achei que tin­ha essa força, essa magia. Nun­ca pode­ria imag­i­nar que fos­se pegar todos os tre­jeitos e a for­ma como eu can­to. Tem horas que fico pen­san­do, ‘gente isso está acon­te­cen­do mes­mo’? As pes­soas con­seguiram traduzir tudo.

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Agên­cia Brasil: Sua reli­giosi­dade tam­bém é um tema bas­tante explo­rado no espetácu­lo.

Leci Brandão: Eu ten­ho uma sen­ho­ra que foi mãe de san­to aqui no Rio de Janeiro lá em São Gonça­lo. Mãe Alice. Con­heci essa sen­ho­ra e me encan­tei por ela, muito boaz­in­ha e tra­bal­ha­va com uma enti­dade chama­da Cabo­clo Rei das Ervas. Eu devo tudo a esse cabo­clo, que con­heci em 84. Esta­va muito deses­per­a­da porque esta­va sem gravar há cin­co anos. Pedi demis­são da gravado­ra que esta­va e fiquei cin­co anos sem gravar. Quan­do con­heci esse ter­reiro, em São Gonça­lo, o cabo­clo Rei das Ervas disse para mim que eu esta­va triste, em depressão, ‘mas fique tran­quila porque você vai retomar sua car­reira’. Cin­co anos sem gravar, como? [Ele disse:] ‘Você vai retomar a car­reira e antes dis­so acon­te­cer você vai sair do Brasil’.

Não acred­itei em nada. Como pode? Esse tem­po todo sem atu­ar, sem nada. E isso acon­te­ceu: eu saí do Brasil e fui para Ango­la, em novem­bro de 1984 (con­heci Seu Rei das Ervas no princí­pio de 84), para uma apre­sen­tação em Luan­da. Quan­do desci do avião, me lem­bro per­feita­mente, eu disse ‘meu Deus ten­ho que bater cabeça na ter­ra para pedir perdão dessa fala do cabo­clo’. Quan­do eu voltei rece­bi real­mente um con­vite da gravado­ra Copaca­bana e na últi­ma faixa do LP eu colo­quei a saudação ao Seu Rei das Ervas.

Fui a São Gonça­lo de novo para apre­sen­tar a ele o que eu tin­ha feito, por gratidão. Ele falou: ‘a par­tir de ago­ra, sem­pre que você fiz­er um dis­co coloque a últi­ma faixa em hom­e­nagem a um orixá.’ E assim eu fiz. Coin­ci­den­te­mente Ogum, que é o orixá que na ver­dade coman­da a min­ha cabeça, gravei em 88 e rece­bo o meu primeiro dis­co de ouro. Então foram muitas afir­mações que foram feitas e cumpri­das na min­ha vida.

Ten­ho muito respeito e mui­ta gratidão pela religião de matriz africana, porque as coisas foram acon­te­cen­do, retomei min­ha car­reira. Tudo que eu faço e agradeço, nun­ca esqueço daque­le dia que fui lá em São Gonça­lo pedir força, uma fé, inspi­ração, sei lá.

Você sabe que a gente está no par­la­men­to na Assem­bleia Leg­isla­ti­va de São Paulo. Quan­do hou­ve o con­vite eu voltei lá para saber o que era isso. Já esta­va com a car­reira recon­struí­da, tudo dire­it­in­ho, porque então estavam me chaman­do para entrar para a políti­ca? ‘Isso era uma coisa que está pre­vista para você faz­er. Aceite o con­vite’. Aceit­ei e fui elei­ta em 2010, pelo PC do B, que não tin­ha nem assen­to na Assem­bleia Leg­isla­ti­va.

Agên­cia Brasil: Na últi­ma eleição você con­seguiu mais votos que nas três ante­ri­ores. É uma con­fir­mação do seu tra­bal­ho no par­la­men­to?

Leci Brandão: Você falou a palavra cor­re­ta: con­fir­mação. Está sendo tudo con­fir­ma­do. Fico muito espan­ta­da porque é uma sur­pre­sa para mim. Sem­pre fiz as min­has coisas, mas nun­ca pela intenção de rece­ber um resul­ta­do sat­is­fatório, pos­i­ti­vo. Min­ha vida está ten­do uma peque­na rev­olução em tudo e aí vem essa questão tam­bém da peça. Quan­do o [dire­tor] Pilar ligou para mim e falou ‘estou escreven­do [um pro­je­to], vou entrar em um edi­tal’. Depois ele me con­tou ‘vence­mos o edi­tal e vamos faz­er a peça’. Eu falei ‘meu Deus mais uma sur­pre­sa para mim’.

São muitas coisas que ten­ho rece­bido e chego à con­clusão de que estou cumprindo uma mis­são. Nada é porque eu pen­sei que que­ria. Não, é uma mis­são que Deus me deu e está sendo cumpri­da aqui na Ter­ra do jeito que eu pos­so cumprir. Sou uma pes­soa muito sim­ples que não tem a esco­lar­i­dade, ter sido for­ma­da em uma Uni­ver­si­dade. Sem­pre tive a pre­ocu­pação de tra­bal­har para aju­dar a min­ha mãe, que era ser­vente de esco­la públi­ca no Rio. Nun­ca pas­sou pela min­ha cabeça que eu ia ser a segun­da mul­her negra a entrar na Assem­bleia de São Paulo.

Agên­cia Brasil: E a primeira mul­her a entrar na ala de com­pos­i­tores da Mangueira.

Leci Brandão: Da Mangueira, exata­mente. Foi desse jeito aí. Me emo­ciono muito. Ten­ho que tomar cuida­do com as min­has emoções, porque a min­ha saúde está um pouco frag­iliza­da. Estive muito doente no ano pas­sa­do, tive inter­nação inclu­sive, com prob­le­mas de dia­betes, pressão alta, arrit­mia cardía­ca… um bolo só que deixou a min­ha saúde um pouquin­ho mais abal­a­da, mas a gente está tocan­do o bar­co do jeito que pode e dá.

Agên­cia Brasil: Emb­o­ra você ten­ha entra­do na políti­ca ofi­cial­mente como par­la­men­tar, a sua vida toda sem­pre foi políti­ca, com posições muito firmes. Ao con­ver­sar com os atores do musi­cal, notei que há, em todos eles, um traço de muito respeito pela sua tra­jetória e sua luta.

Leci Brandão: O que me encan­tou mais é a for­ma como con­duzi­ram, como foi escrito. Eu parab­enizei e agrade­ci a cada um deles, a luz, as falas, a for­ma como se colo­caram. É um pal­co sim­ples. Não tem hiper, super­pro­dução, não é isso, mas é car­rega­da de uma inten­si­dade de emoção que me fas­ci­nou.

Agên­cia Brasil: Como você avalia o fato de terem lev­a­do para a peça a sua defe­sa da comu­nidade LGBT? Que foi fei­ta em um perío­do muito difí­cil para se dis­cu­tir este tema. Essa foi mais uma causa em que você foi pio­neira.

Leci Brandão: Vi de uma for­ma muito impor­tante. Como você disse, eu fui uma das pio­neiras nes­ta questão da defe­sa da comu­nidade LGBT. Eles terem retrata­do isso, foi mais uma luta con­tra o pre­con­ceito. E a for­ma de expor essa luta foi fei­ta com mui­ta ter­nu­ra e respeito à comu­nidade e à min­ha pes­soa.

Agên­cia Brasil: Onde o espetácu­lo pas­sa, está fazen­do suces­so, des­de a estreia, há quase dois anos. E ain­da vai entrar em out­ros cir­cuitos, em vários esta­dos. Isso tudo é um recon­hec­i­men­to tam­bém do seu tra­bal­ho, da sua tra­jetória?

Leci Brandão: Eu fico me per­gun­tan­do como é que a gente con­seguiu con­stru­ir tudo isso com tan­ta sim­pli­ci­dade, tan­ta tran­quil­i­dade, foi tudo muito nat­ur­al. Primeiro que sou uma pes­soa que eu não minto. Eu, Leci Brandão da Sil­va, não con­si­go men­tir. Falo a ver­dade. Nem sem­pre a gente é bem inter­pre­ta­da, mas sou ver­dadeira. Sou inca­paz de ‘vou sor­rir porque vai ser bom sor­rir’. Não! Faço o que o meu coração pede. O que min­ha cabeça dire­ciona é o que eu faço. O fato da gente ser artista – eu cos­tu­mo diz­er: ‘eu estou dep­uta­da, eu sou artista’. Sem­pre fui artista. Des­de quan­do come­cei nos anos 70, quan­do começo a gravar, sem­pre pro­curei trans­mi­tir nes­sa arte de com­posição, emb­o­ra não sai­ba tocar nen­hum instru­men­to de har­mo­nia, nada dis­so, mas Deus já man­da pron­to letra e músi­ca.

Se você me per­gun­tar, eu digo que isso é coisa de orixá. Não pode ter out­ra expli­cação. Às vezes estou em um lugar, já fiz músi­ca den­tro de ônibus, den­tro de trem, var­ren­do sala de aula, coan­do um café, toman­do uma chu­veira­da. As músi­cas vêm nas horas mais incríveis. Não me preparo para com­por. Se eu diss­er segun­da-feira vou faz­er um sam­ba, men­ti­ra, porque não me preparo para isso. Nat­u­ral­mente que procuro sem­pre ter um gravador por per­to para não esque­cer a melo­dia e quan­do ten­ho par­ceiro em músi­ca, geral­mente, sou par­ceira de quem toca algum instru­men­to.

Agên­cia Brasil: Esta­mos neste momen­to que jun­ta os 80 anos da sua vida e sua tra­jetória con­ta­da nesse musi­cal.

Leci Brandão: Prin­ci­pal­mente a parte que eles escol­her­am deter­mi­nadas músi­cas e tem tudo a ver com a real­i­dade daque­le momen­to em que eu esta­va viven­do a situ­ação do país e con­seguia traduzir o meu posi­ciona­men­to políti­co, sem saber. Dis­ser­am pra mim: ‘você sem­pre foi comu­nista’. Como assim? Nun­ca fui comu­nista, mas foram me provan­do. Nun­ca fui de políti­ca, nem min­ha família. Quan­do me per­gun­tam ‘como você cos­tur­ou esse cam­in­ho todo com posi­ciona­men­tos de luta e questão social, da igual­dade, de democ­ra­cia?’ Digo: ‘olha min­ha mãe tin­ha o primário, mas a grande sabedo­ria que ten­ho na min­ha vida é basea­da nela’.

Vou dar um exem­p­lo. Quan­do fiz o sam­ba as Coisas que Mamãe Ensi­nou, em que eu digo um bom dia, boa tarde, com licença, por favor… tudo isso é resul­ta­do das coisas que mamãe me ensi­nou. Não sei falar nada com ninguém sem diz­er por favor, obri­ga­da, sem pedir com licença. Sou bem à moda anti­ga. Essa coisa do respeito. Não con­si­go con­hecer uma pes­soa de idade e chamar de você. Eu não con­si­go. Ain­da, nesse pon­to, ouso diz­er a você que sou jurás­si­ca. Essa mod­ernidade toda de IA, inteligên­cia arti­fi­cial, não ten­ho nada a ver com isso. Não enten­do essas coisas e fica difí­cil para mim, nes­sa altura do campe­ona­to, ten­tar enten­der isso. Não dá para mim não.

Agên­cia Brasil: E sobre as músi­cas sele­cionadas para o espetácu­lo? Espe­cial­mente Zé do Caroço, que lev­ou você a pedir demis­são da gravado­ra em um posi­ciona­men­to muito forte.

Leci Brandão: Em todo lugar que tra­bal­hei nun­ca per­mi­ti que ninguém me man­dasse emb­o­ra. Sem­pre pedi demis­são. Quan­do tra­bal­hei na Com­pan­hia Tele­fôni­ca Brasileira, fui tele­fon­ista do setor de con­ser­tos e fui ao pro­gra­ma Flávio Cav­al­can­ti, a Grande Chance, na TV Tupi. Como fui a mel­hor da noite como com­pos­i­to­ra, a Tele­fôni­ca me prom­e­teu que eu ia mudar para o setor de buro­c­ra­cia. [O pro­gra­ma] Tin­ha mais audiên­cia do que o Fan­tás­ti­co. Se você can­tasse, ou fos­se pre­mi­a­da com algu­ma coisa, o Brasil inteiro sabia. O tem­po pas­sou na primeira, segun­da e ter­ceira fase e não fiz­er­am nada por mim [na Tele­fôni­ca].

Fiquei saben­do que ia haver out­ra opor­tu­nidade de emprego em uma fábri­ca em Realen­go, e eu mora­va nes­sa época em Senador Camará. Fiz a pro­va e pas­sei para tra­bal­har no setor buro­cráti­co. No dia que eu ia me apre­sen­tar com os aprova­dos, o coman­dante da fábri­ca, que era do Exérci­to, disse que as vagas tin­ham sido extin­tas e quem pas­sou ‘se quis­er tra­bal­har vai ter que ser na ofic­i­na da fábri­ca’. Eu já tin­ha pedi­do demis­são da Tele­fôni­ca, então fui ser tra­bal­hado­ra da ofic­i­na de revisão de balas e fes­tins. Ou seja: de tele­fon­ista pas­sei a operária de fábri­ca. Fiquei cheia de calos na mão, mas não tin­ha out­ra saí­da.

Essa história é muito lou­ca, adquiri oito calos, qua­tro em cada uma das mãos, mas pre­cisa­va tra­bal­har para aju­dar min­ha mãe. Aí dona Pauli­na Gama Fil­ho, fil­ha do min­istro Gama Fil­ho, sabia que eu tin­ha can­ta­do no [pro­gra­ma] Grande Chance. Uma moça que me aten­deu con­hecia min­ha mãe e viu o mes­mo sobrenome, me deu um cartão para que eu procurasse a fil­ha do min­istro que ela tin­ha uma vaga para mim. Assim as coisas acon­te­ce­r­am. Fui tra­bal­har no depar­ta­men­to de pes­soal da Uni­ver­si­dade Gama Fil­ho. Lá teve um fes­ti­val e me clas­si­fiquei. Fui rev­e­lação e tive a opor­tu­nidade de entrar tam­bém para a ala de com­pos­i­tores da Mangueira na mes­ma época em 71. As pes­soas começaram a me ver, fui parar no teatro Opinião e começo a can­tar na roda de sam­ba do Opinião. O Sér­gio Cabral – o pai e não o gov­er­nador –, me con­heceu e me deu a opor­tu­nidade de ir para a gravado­ra Mar­cus Pereira, a primeira gravado­ra na min­ha história.

As coisas são assim, vão acon­te­cen­do. Uma coisa atrás da out­ra e min­ha mãe sem­pre no bolo. Foi min­ha mãe que me lev­ou para con­hecer Seu Rei das Ervas, foi respon­sáv­el por eu sair da fábri­ca de Realen­go e ir tra­bal­har na Uni­ver­si­dade Gama Fil­ho. Veja que ela esteve sem­pre espir­i­tual­mente nas min­has coisas. Daí essa ado­ração que eu ten­ho por ela. Sin­to saudade de muitas coisas, mas a saudade da min­ha mãe é incom­paráv­el. Ela se foi em 2019 e esta­mos em 2024, mas eu pen­so na min­ha mãe todos os dias, rezo para o espíri­to dela, para estar sem­pre com ela.

Edição: Denise Griesinger

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