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Lessa diz que réus do caso Marielle são de “alta periculosidade”

Repro­dução: © foto Mídia NINJA

Ex-policial deu depoimento virtual na ação penal aberta pelo STF


Publicado em 27/08/2024 — 18:42 Por Andre Richter — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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O ex-poli­cial mil­i­tar Ron­nie Lessa disse nes­ta terça-feira (27) que os réus acu­sa­dos pelo assas­si­na­to da vereado­ra Marielle Fran­co e do motorista Ander­son Gomes, em 2018, são “pes­soas de alta per­icu­losi­dade”.

Réu con­fes­so da exe­cução dos homicí­dios e um dos dela­tores na inves­ti­gação, Lessa prestou depoi­men­to vir­tu­al na ação penal aber­ta pelo Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF) que vai decidir se os irmãos Brazão e out­ros acu­sa­dos serão con­de­na­dos por atu­arem como man­dantes do crime.

O ex-poli­cial está pre­so na pen­i­ten­ciária do Tremem­bé, em São Paulo, e prestou depoi­men­to por video­con­frên­cia ao juiz aux­il­iar do gabi­nete do min­istro Alexan­dre de Moraes, rela­tor do proces­so. Ele foi arro­la­do pela acusação, que é fei­ta pela Procu­rado­ria-Ger­al da Repúbli­ca (PGR).

No proces­so, são réus o con­sel­heiro do Tri­bunal de Con­tas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domin­gos Brazão, o irmão dele, Chiquin­ho Brazão, dep­uta­do fed­er­al (Sem Par­tido-RJ), o ex-chefe da Polí­cia Civ­il do Rio de Janeiro Rival­do Bar­bosa e o major da Poli­cia Mil­i­tar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respon­dem pelos crimes de homicí­dio e orga­ni­za­ção crim­i­nosa e estão pre­sos.

No iní­cio do depoi­men­to, a defe­sa de Lessa pediu que o depoi­men­to não fos­se acom­pan­hado pelos irmãos Brazão. Segun­do os advo­ga­dos, o ex-poli­cial quer man­ter o sig­i­lo de suas falas por estar na condição de dela­tor.

“Não esta­mos lidan­do com pes­soas comuns, são pes­soas de alta per­icu­losi­dade, assim como eu fui”, afir­mou.

Ron­nie Lessa tam­bém afir­mou que ouviu dos irmãos Brazão que Marielle era “uma pedra no cam­in­ho” dos negó­cios de lotea­men­to ile­gal na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A con­ver­sa teria ocor­ri­do na primeira reunião na qual Lessa rece­beu o pedi­do para matar a vereado­ra.

De acor­do com ex-poli­cial, os acu­sa­dos comen­taram:  “Ela [Marielle] vai arru­mar prob­le­ma, vai com­bat­er os con­domínios. Vai pio­rar quan­do sou­ber que é nos­so”, teri­am dito os irmãos.

O dela­tor tam­bém afir­mou que Domin­gos e Chiquin­ho Brazão tin­ham influên­cia na Polí­cia Civ­il do Rio e falavam que tin­ham a “polí­cia na mão”.

Segun­do ele, eles demon­stravam “respeito” ao citar o nome de Rival­do Bar­bosa, que tam­bém é réu no proces­so e acu­sa­do de plane­jar o crime e difi­cul­tar as inves­ti­gações.

“Eles falavam de Rival­do Bar­bosa, demon­stravam muito respeito pelo Rival­do. Uma coisa difer­en­ci­a­da”, com­ple­tou.

Ganância

Em out­ro momen­to do depoi­men­to, Lessa se emo­cio­nou ao lem­brar que foi quase foi mor­to durante um assalto no Rio. O ex-poli­cial disse que lev­ou um tiro de raspão no pescoço quan­do os ladrões levaram o reló­gio Bulo­va que por­ta­va.

Ron­nie Lessa tam­bém demon­strou arrependi­men­to do crime e disse que aceitou realizar o assas­si­na­to por “ganân­cia”.  Em depoi­men­to de delação, ele afir­mou que os irmãos Brazão teri­am prometi­do van­ta­gens ao encomen­darem a morte da vereado­ra, como dois ter­renos que teri­am val­or de R$ 25 mil­hões.

“Eu estou aqui, arrepen­di­do. Não pre­cisa­va dis­so, foi ganân­cia. Estou vivo, sou teste­munha viva do que acon­te­ceu. Me deix­ei levar. Vou pagar o que devo. Meu arrependi­men­to bateu no mes­mo dia”, afir­mou.

O depoi­men­to foi sus­pen­so por vol­ta das 19h10 e será retoma­do aman­hã (28).

Cer­ca de 70 teste­munhas devem depor na ação penal. Os depoi­men­tos dos réus serão real­iza­dos somente no fim do proces­so.

* Tex­to atu­al­iza­do às 19h21 para acrésci­mo de infor­mações do depoi­men­to.

Edição: Valéria Aguiar

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