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Lições de Palmares mantêm relevância hoje, diz historiador

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

undação promoveu seminário na Serra da Barriga, sede do quilombo


Pub­li­ca­do em 19/11/2023 — 17:15 Por Daniel Mel­lo — Repórter da Agên­cia Brasil* — Maceió (AL)

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O Quilom­bo dos Pal­mares pre­cisa ser enten­di­do como momen­to fun­dador dos movi­men­tos de resistên­cia negros no Brasil, defende o his­to­ri­ador Zez­i­to Araújo. O pro­fes­sor lecio­nou por 29 anos na Uni­ver­si­dade Fed­er­al de Alagoas e fez parte da comis­são que propôs, em 1988, a cri­ação da Fun­dação Cul­tur­al Pal­mares. “Colo­ca-se Pal­mares ape­nas no pas­sa­do, mas as lições de Pal­mares estão pre­sentes”, enfa­ti­zou o pesquisador, que tra­bal­hou pelo recon­hec­i­men­to da Ser­ra da Bar­ri­ga, no local onde era a sede do quilom­bo, como espaço memo­r­i­al.

Segun­do o his­to­ri­ador, de maneira ger­al, são colo­ca­dos como mar­cos as orga­ni­za­ções negras fun­dadas no sécu­lo 20, como o Movi­men­to Negro Unifi­ca­do, surgi­do na déca­da de 1980. “Mas foi com Aqual­tune que tudo começou, em 1597”, diz em refer­ên­cia à prince­sa con­gole­sa, que após fugir da escravidão, teria orga­ni­za­do a resistên­cia na região. O pesquisador par­ticipou de sem­i­nário pro­movi­do pela Fun­dação Pal­mares como parte das cel­e­brações do Dia da Con­sciên­cia Negra.

Conceito de liberdade

Para além das batal­has travadas por liber­dade, Araújo desta­ca a neces­si­dade de enten­der Pal­mares a par­tir da capaci­dade de con­strução social. “Nós quer­e­mos enten­der Pal­mares como lição e exper­iên­cia de sociedade e, não ape­nas, como a tradição hegemôni­ca de escritores brasileiros faz, de colo­car escrav­iza­dos ver­sus col­o­nizadores. Você sim­pli­fi­ca a importân­cia de Pal­mares”, afir­ma. A comu­nidade resis­tiu por cem anos antes de ser destruí­da por uma expe­dição mil­i­tar coman­da­da por ban­deirantes.

Como ele­men­tos que mostram o nív­el de orga­ni­za­ção dos aquilom­ba­dos, o pro­fes­sor lem­bra que os próprios reg­istros dos col­o­nizadores à época trazem teste­munho sobre a rel­e­vante capaci­dade tec­nológ­i­ca dessa comu­nidade. “As big­or­nas, os vin­hos que eles pro­duzi­am, a man­teiga que eles pro­duzi­am”, enu­mer­ou.

“Esse é o nos­so patrimônio ima­te­r­i­al que está reg­istra­do na história”, enfa­ti­za Araújo. Para o pro­fes­sor, é pre­ciso dis­putar mes­mo con­ceitos como liber­dade, muito asso­ci­a­do a Rev­olução France­sa, que acon­te­ceu 200 anos depois da fun­dação do quilom­bo. “A ideia de liber­dade esteve, aqui, em Alagoas, com Zumbi dos Pal­mares e com os out­ros e out­ras que foram assas­si­na­dos aqui. Esse é o grande patrimônio nos­so essa que é a nos­sa grandeza”, diz.

*Via­jou a con­vite da Fun­dação Cul­tur­al Pal­mares

Edição: Marce­lo Brandão

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