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Líder marubo que comandou buscas por Dom e Bruno morre em Manaus

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Ele ajudou a estruturar a Equipe de Vigilância da Univaja


Pub­li­ca­do em 03/02/2024 — 15:31 Por Lety­cia Bond — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

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Mor­reu neste sába­do (3) o líder indí­ge­na Paulo Marubo, que coor­de­nou a União dos Povos Indí­ge­nas do Vale do Javari (Uni­va­ja) por três vezes, em Man­aus. Um dos com­pan­heiros de luta do indi­genista Bruno Pereira, assas­si­na­do em 2022, ele teve uma pio­ra, nes­ta sem­ana, em seu quadro de hepatite.

Segun­do o advo­ga­do Elié­sio Marubo, out­ra lid­er­ança lig­a­da à enti­dade, Paulo Marubo, seu tio, já apre­sen­ta­va ontem os rins e o fíga­do bas­tante com­pro­meti­dos pela doença. Paulo Marubo foi um dos respon­sáveis por estru­tu­rar a Equipe de Vig­ilân­cia da Uni­va­ja (EVU), que surgiu com a função de ampli­ar a segu­rança dos povos orig­inários que habitam a Ter­ra Indí­ge­na do Vale do Javari.

O ter­ritório con­cen­tra o maior número de indí­ge­nas em iso­la­men­to vol­un­tário do mun­do e vive sob ameaças do trá­fi­co inter­na­cional de dro­gas, entre out­ros tipos de crime, como a pesca e a caça ile­gais. Paulo Marubo esteve à frente da Uni­va­ja por quase uma déca­da e foi quem lid­er­ou as bus­cas pelo indi­genista Bruno Pereira e o jor­nal­ista britâni­co Dom Phillips, do The Guardian.

Elié­sio Marubo esclare­ceu que Paulo Marubo chegou a pre­cis­ar de reposição de pla­que­tas, frag­men­tos que aju­dam na coag­u­lação do sangue, e da reti­ra­da de líqui­dos da cavi­dade abdom­i­nal. O ex-coor­de­nador da Uni­va­ja teve que ser trans­porta­do para Tabatin­ga (AM) e, depois, para Man­aus, onde deu entra­da no Hos­pi­tal 28 de Agos­to e per­maneceu no corre­dor da unidade, sem rece­ber o dev­i­do cuida­do dos profis­sion­ais. A trans­fer­ên­cia ocor­reu, pelo que infor­mou Elié­sio Marubo, em vir­tude da pre­cariedade no atendi­men­to da rede do Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS).

Elié­sio Marubo esten­deu a críti­ca à pas­ta de segu­rança do Ama­zonas. No seu enten­der, o gov­er­no dev­e­ria ter ofer­e­ci­do um esque­ma efe­ti­vo para garan­tir a inte­gri­dade de Paulo Marubo, ten­do em vista que era um alvo de crim­i­nosos e havia sido ameaça­do de morte inúmeras vezes, de modo que, ao ficar vul­neráv­el na unidade hos­pi­ta­lar, o risco aumen­ta­va.

“Ele con­tribuiu muito para o mod­e­lo da Uni­va­ja. Criou uma nova for­ma de a enti­dade tra­bal­har, enfrentar os desafios da nos­sa região e nos deixa com mui­ta dor por esse pas­sa­men­to.”

Em nota, a Coor­de­nação das Orga­ni­za­ções Indí­ge­nas da Amazô­nia Brasileira (Coiab) recon­heceu o lega­do deix­a­do por Paulo Marubo. Na men­sagem, a enti­dade afir­ma que ele “criou condições para que a flo­res­ta e as vidas que ali habitam sigam em pé”.

Agên­cia Brasil procurou os min­istérios dos Povos Indí­ge­nas e da Saúde e a Fun­dação Nacional dos Povos Indí­ge­nas (Funai) e aguar­da retorno. A reportagem tam­bém pediu posi­ciona­men­to da Sec­re­taria de Segu­rança Públi­ca do Ama­zonas.

Edição: Valéria Aguiar

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