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Livro aponta papel da ciência brasileira no combate à fome

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Lançamento será hoje na Academia Brasileira de Ciências


Publicado em 14/03/2024 — 09:00 Por Ana Cristina Campos — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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Será lança­do nes­ta quin­ta-feira (14), na sede da Acad­e­mia Brasileira de Ciên­cias (ABC), no Rio de Janeiro, o livro Segu­rança Ali­men­tar e Nutri­cional: O Papel da Ciên­cia Brasileira no Com­bate à Fome, com o resul­ta­do do tra­bal­ho de 41 autores de 23 insti­tu­ições de pesquisa, sobre o quadro da fome no Brasil. A pub­li­cação apon­ta como a ciên­cia pode aju­dar a agri­cul­tura, o poder públi­co e out­ros setores da sociedade a enfrentar a inse­gu­rança ali­men­tar, um prob­le­ma que se agravou no país em meio à pan­demia da covid-19 e que pode pio­rar nos próx­i­mos anos, com os impactos das mudanças climáti­cas.

Entre out­ras medi­das, os autores recomen­dam a coop­er­ação entre difer­entes cam­pos da ciên­cia como for­ma de mel­ho­rar a pro­dução de ali­men­tos, val­orizar a agri­cul­tura famil­iar e per­mi­tir parce­rias entre gov­er­nos, empre­sas e ter­ceiro setor.

Mar­i­an­gela Hun­gria, inte­grante da dire­to­ria da ABC e pesquisado­ra da Embra­pa, orga­ni­zado­ra da pub­li­cação, ressalta que o Brasil é capaz de pro­duzir ali­men­tos para 1 bil­hão de pes­soas, mas ao mes­mo tem­po tem mil­hões de pes­soas pas­san­do fome. “Uma das men­sagens prin­ci­pais é que a ciên­cia pode faz­er mui­ta coisa, mas que é um prob­le­ma de múlti­plas causas. É pre­ciso faz­er um tra­bal­ho em con­jun­to para resolver esse prob­le­ma. Exige a união do setor pro­du­ti­vo, gov­er­no, ter­ceiro setor”, defende.

Atual­mente, o Brasil é o quar­to maior pro­du­tor de ali­men­tos do mun­do. Mes­mo assim, dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Sobera­nia e Segu­rança Ali­men­tar e Nutri­cional apon­tam que, em 2021 e 2022, mais de 33 mil­hões de pes­soas vivi­am em situ­ação de inse­gu­rança ali­men­tar grave, car­ac­ter­i­za­da por pri­vação de ali­men­tos e fome.

Entre as pro­postas apre­sen­tadas no livro, estão o inves­ti­men­to em agri­cul­tura sus­ten­táv­el e regen­er­a­ti­va como for­ma de garan­tir mel­hor uso dos recur­sos; a adoção de políti­cas de pre­venção de desas­tres e de gestão de riscos climáti­cos; o incen­ti­vo aos pequenos agricul­tores; a adoção de políti­ca de ren­da mín­i­ma que garan­ta a segu­rança ali­men­tar e o inves­ti­men­to em edu­cação no cam­po.

“Prati­ca­mente metade do que a gente come vem da agri­cul­tura famil­iar. É essa agri­cul­tura que mais pre­cisa de ciên­cia. É pre­ciso dar suporte ao agricul­tor. A exten­são hoje está des­man­te­la­da no país. O agricul­tor famil­iar pre­cisa do auxílio para ter as mel­hores téc­ni­cas, ter crédi­to”, defende Mar­i­an­gela. “Na agri­cul­tura regen­er­a­ti­va, o lema é pro­duzir cada vez mais com menos. Menos água, menos ter­ra, menos esforço humano. Isso pre­cisa de mui­ta ciên­cia para chegar a esse pon­to”.

Segun­do a pesquisado­ra, é impor­tante ter uma ciên­cia de dados robus­ta para reunir as pes­soas que estão em inse­gu­rança ali­men­tar com os pro­gra­mas de trans­fer­ên­cia de ren­da.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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