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Lugares e monumentos contam a história do 7 de Setembro em São Paulo

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Conheça mais sobre esse episódio da história do Brasil


Pub­li­ca­do em 07/09/2021 — 07:02 Por Elaine Patri­cia Cruz – Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

Foi às mar­gens do ria­cho Ipi­ran­ga, há 199 anos, em um 7 de setem­bro como hoje, que Dom Pedro I (1789–1834) declar­ou a inde­pendên­cia do Brasil em relação a Por­tu­gal. O Brasil então se tor­na uma monar­quia e Dom Pedro I pas­sa a ser imper­ador.

Esse “gri­to” de inde­pendên­cia, procla­ma­do por Dom Pedro I na região do Ipi­ran­ga, onde hoje se encon­tra o Par­que Inde­pendên­cia, na cap­i­tal paulista, foi retrata­do de for­ma ide­al­iza­da na imen­sa pin­tu­ra Inde­pendên­cia ou Morte, de Pedro Améri­co, que faz parte do acer­vo do Museu Paulista, mais con­heci­do como o Museu do Ipi­ran­ga.

Ilustra­da em diver­sos livros didáti­cos, a famosa pin­tu­ra aju­dou a cri­ar o mito de que a Inde­pendên­cia do país ocor­reu de for­ma iso­la­da, num úni­co dia, com Dom Pedro I empun­han­do sua espa­da e gri­tan­do “Inde­pendên­cia ou Morte” em cima de um cav­a­lo, espa­da ao céu, cer­ca­do de sol­da­dos. Mas isso não ocor­reu de for­ma tão ráp­i­da ou ime­di­a­ta como se imag­i­na­va.

“A inde­pendên­cia é um proces­so que começa em São Paulo e ter­mi­na na Bahia. Com o Rio de Janeiro nego­cian­do pelo meio do cam­in­ho. O Rio até então era a corte, a sede do país”, expli­cou Paulo Garcez Marins, curador do Museu Paulista, em entre­vista à Agên­cia Brasil.

Dom Pedro I esta­va em San­tos, a cam­in­ho de São Paulo. E pas­sou pela região do Ipi­ran­ga, que era o meio da trav­es­sia para o cen­tro da cap­i­tal. E foi ali que a declar­ação de sep­a­ração foi anun­ci­a­da. “Ele esta­va vin­do de San­tos. Esta­va fazen­do uma viagem por São Paulo para ten­tar con­seguir apoio políti­co. Ele esta­va fazen­do uma viagem para apaziguar os âni­mos”, disse Natália God­in­ho da Sil­va, his­to­ri­ado­ra que tra­bal­ha no Núcleo de For­mação e Desen­volvi­men­to de Públi­cos do Museu da Cidade, em São Paulo.

O Museu Paulista, tam­bém con­heci­do como Museu do Ipi­ran­ga, está fecha­do des­de 2013 e para restau­ração e ampli­ação. — Rove­na Rosa/Agência Brasil

Apaziguar os âni­mos porque o Brasil, naque­le momen­to, vivia uma crise, cheia de con­fli­tos e revoltas. “É claro que, per­to das inde­pendên­cias lati­no-amer­i­canas, a brasileira fica bem disc­re­ta. Mas a gente tem uma ideia de que não hou­ve guer­ra pela inde­pendên­cia. E isso não é ver­dade. Bahia, Pará, Maran­hão: tive­mos diver­sas provín­cias que se rebe­laram con­tra Por­tu­gal. Ain­da que a gente não ten­ha tido uma guer­ra unifi­ca­da, de modo ger­al, tam­bém não fomos tão pací­fi­cos”, expli­cou.

A história da inde­pendên­cia brasileira não é sim­ples de ser expli­ca­da e não se encer­ra nos livros ou na pin­tu­ra de Pedro Améri­co. Mas o entendi­men­to sobre esse episó­dio pode ser ampli­a­do quan­do se visi­tam alguns pon­tos turís­ti­cos das cidades de São Paulo, do Rio de Janeiro ou de Sal­vador. Todas essas cidades guardam obje­tos e memórias rel­a­tivos a esse acon­tec­i­men­to históri­co.

“Cada perío­do da história, cada perío­do da vida da sociedade, inter­pre­ta o pas­sa­do a par­tir de suas per­gun­tas. A gente nun­ca vai con­seguir saber como o pas­sa­do foi exata­mente. O que con­seguimos é cri­ar, inter­pre­tar uma ver­são sobre o pas­sa­do a par­tir dos restos que chegaram dele, como obje­tos, doc­u­men­tos escritos, lugares, pais­agens, pré­dios”, con­tou Marins.

Em São Paulo, onde a inde­pendên­cia foi declar­a­da, diver­sos museus e mon­u­men­tos aju­dam a con­tar essa história e a enten­der que esse acon­tec­i­men­to foi um proces­so e não se encer­rou no momen­to do gri­to.

“A inde­pendên­cia foi dis­puta­da por três cidades: São Paulo, onde foi declar­a­da; Rio de Janeiro, onde ela foi con­struí­da, já que os acor­dos eram feitos na cap­i­tal; e Sal­vador, que foi o lugar que ter­mi­nou a guer­ra de inde­pendên­cia do Brasil quan­do os por­tugue­ses foram expul­sos e ven­ci­dos no dia 2 de jul­ho de 1823, quase dez meses depois da declar­ação do gri­to do Ipi­ran­ga em 1822”, expli­cou Marins.

Nes­sa matéria, vamos explo­rar os lugares de São Paulo que nos aju­dam a com­preen­der um pouco mais sobre esse episó­dio da história brasileira.

Parque da Independência, no Ipiranga

“O mel­hor lugar para se pen­sar sobre esse even­to é o Par­que da Inde­pendên­cia, ali no Ipi­ran­ga, que tem o edifí­cio mon­u­men­to, que é o famoso Museu Paulista [Museu do Ipi­ran­ga], que foi a primeira con­strução em cel­e­bração à inde­pendên­cia. E ain­da temos o Mon­u­men­to à Inde­pendên­cia, feito em 1922, para comem­o­ração do cen­tenário”, disse a his­to­ri­ado­ra Natália God­in­ho.

O Museu Paulista foi o primeiro edifí­cio-mon­u­men­to à inde­pendên­cia cri­a­do nes­sa região como mar­co históri­co. Depois vier­am o Jardim Francês, o Mon­u­men­to à Inde­pendên­cia 9uma escul­tura em bronze e gran­i­to insta­l­a­da próx­i­ma ao cór­rego do Ipiranga0, a Crip­ta Impe­r­i­al e o próprio par­que.

A ideia era que essa região, onde o par­que está insta­l­a­do, se trans­for­masse em uma grande cel­e­bração nacional, um “altar da Pátria”, como definiu Marins.

Para chegar ao par­que foi cri­a­da a Aveni­da Inde­pendên­cia, hoje chama­da de Dom Pedro I, que conec­ta a Aveni­da do Esta­do ao Par­que. “Com isso, o Ipi­ran­ga vai se tornar uma espé­cie de eixo mon­u­men­tal que se assemel­ha ao eixo prin­ci­pal da cidade de Paris”, disse o curador do Museu Paulista.

Museu Paulista

Repro­dução: O Museu Paulista, tam­bém con­heci­do como Museu do Ipi­ran­ga, está fecha­do des­de 2013 para restau­ração e ampli­ação — Rove­na Rosa/Agência Brasil

Antes do par­que e de todas essas con­struções, a primeira ten­ta­ti­va havia sido mar­car o lugar onde o gri­to foi dado com uma pedra. Mas essa pedra se perdeu e o local exa­to dessa declar­ação de Dom Pedro I nun­ca foi con­heci­do. “Esse mar­co não existe mais, mas já mostra que nas décadas pos­te­ri­ores à declar­ação da Inde­pendên­cia já havia uma pre­ocu­pação em mar­car aque­le lugar como o berço sim­bóli­co da nação porque ali acon­te­ceu a declar­ação de rup­tura for­mal entre o Brasil e Por­tu­gal”, disse Marins.

Mas a ideia de mar­car o lugar para cri­ar um memo­r­i­al em hom­e­nagem a essa história não foi aban­don­a­da. E foi assim que surgiu, no Ipi­ran­ga, um primeiro mon­u­men­to, um memo­r­i­al, que mais tarde viria a se trans­for­mar no Museu Paulista, mais con­heci­do como Museu do Ipi­ran­ga.

“Esse é o primeiro mon­u­men­to à inde­pendên­cia pro­pri­a­mente dito que vai ser ter­mi­na­do em 1890, ain­da sem ter um uso deter­mi­na­do”, disse Garcez, acres­cen­tan­do que esse mon­u­men­to foi encomen­da­do pela família real, assim como a pin­tu­ra Inde­pendên­cia ou Morte, de Pedro Améri­co. Ape­sar dis­so, ela nun­ca pisou no local.

Quan­do a pin­tu­ra e o pré­dio foram então final­iza­dos, ocor­reu a procla­mação da Repúbli­ca no Brasil, em 1889. “E isso vai mudar um pouco o des­ti­no daque­le pré­dio, que era feito para ser um memo­r­i­al da inde­pendên­cia e da própria família impe­r­i­al brasileira e de São Paulo como lugar de berço da nação. As autori­dades repub­li­canas, sem tirar essas final­i­dades do pré­dio, vão trans­for­má-lo sobre­tu­do em um museu de história nat­ur­al”, desta­cou Garcez.

Com isso, somente em 1917, quan­do se ini­ci­am os prepar­a­tivos para o primeiro cen­tenário da Inde­pendên­cia, é que a final­i­dade do museu vol­ta a mudar. “Então, se antes era um museu majori­tari­a­mente de história nat­ur­al, a par­tir de 1917 ele vai começar a ser um museu prin­ci­pal­mente de história nacional, que naque­le momen­to era com­preen­di­da como a história de São Paulo”, expli­cou Garcez.

Em 2013, esse museu foi fecha­do para restau­ração e ampli­ação. E será nova­mente reaber­to ao públi­co no próx­i­mo ano, quan­do se com­ple­ta o bicen­tenário da inde­pendên­cia.

“Nos últi­mos 30 anos, o per­fil das nos­sas cor­reções foram mudan­do muito. Até então, o museu era sobre­tu­do uma insti­tu­ição que guar­da­va ou recol­hia obje­tos prove­nientes da elite de São Paulo. Des­de a déca­da de 90, temos ampli­a­do o obje­to da insti­tu­ição para out­ros temas e seg­men­tos soci­ais. As nos­sas cor­reções foram tam­bém doc­u­men­tan­do pop­u­lações afro-brasileiras, indí­ge­nas, imi­grantes, mul­heres e cri­anças”, disse Garcez.

Para a reaber­tu­ra, o museu está preparan­do uma exposição que pre­tende tra­bal­har a memória da Inde­pendên­cia do Brasil, apre­sen­tan­do como ela foi lem­bra­da em diver­sas situ­ações, como na cel­e­bração dos seus 50 anos (em 1872), no cen­tenário (em 1922), nos seus 150 anos (em 1972) e com o bicen­tenário, que será cel­e­bra­da no próx­i­mo ano.

Monumento à Independência

Repro­dução: Mon­u­men­to à Inde­pendên­cia do Brasil no Par­que da Inde­pendên­cia, no Ipi­ran­ga — Rove­na Rosa/Agência Brasil

Feito em gran­i­to e bronze, o Mon­u­men­to à Inde­pendên­cia foi inau­gu­ra­do em 1923 e, até então, era con­sid­er­a­do o maior con­jun­to escultóri­co do Brasil. A obra é do escul­tor ital­iano Ettore Ximenes, que venceu um con­cur­so públi­co para a cri­ação de um mon­u­men­to em hom­e­nagem a esse even­to históri­co.

O mon­u­men­to recebe muitas críti­cas porque não parece retratar a história dessa rup­tura entre Brasil e Por­tu­gal. Algu­mas recla­mações se ref­er­em ao fato de que ele teria sido pré-fab­ri­ca­do e já estaria pron­to antes de o escul­tor ter ven­ci­do o con­cur­so.

“Talvez, em algum momen­to, ele ten­ha sido ofer­e­ci­do para algu­ma cidade europeia, que não aceitou e, quan­do o artista vê a opor­tu­nidade desse con­cur­so, ele faz peque­nas adap­tações na obra. A úni­ca refer­ên­cia que tin­ha ao Brasil nesse mon­u­men­to é o alto rele­vo do Pedro Améri­co”, disse Natália.

Com as críti­cas, Ximenes fez novas adap­tações à obra. “Daí ele con­strói dois con­jun­tos, um de cada lado, do mon­u­men­to. De um lado, ele colo­ca a Incon­fidên­cia Mineira. E, do out­ro, ele colo­ca a Rev­olução Per­nam­bu­cana de 1817, como movi­men­tos pre­cur­sores da Inde­pendên­cia o que, hoje em dia, pela his­to­ri­ografia, é super ques­tionáv­el já que a Incon­fidên­cia Mineira não nec­es­sari­a­mente esta­va bus­can­do uma inde­pendên­cia”, expli­cou.

As críti­cas ao mon­u­men­to não param por aí. “O auge dis­so é que ele colo­ca a figu­ra de um índio para rep­re­sen­tar o que seria o Brasil. Mas esse índio quase não tem destaque. E, além dis­so, esse índio é norte-amer­i­cano. Não é um índio brasileiro. E, obvi­a­mente, não tem nen­hu­ma figu­ra negra e não tem nen­hu­ma mul­her. O que tam­bém é bem ques­tionáv­el. Ele pode­ria ter retrata­do algu­ma coisa da [Imper­a­triz] Leopold­ina ou da Maria Quitéria, que foi uma mul­her que lutou pela inde­pendên­cia da Bahia”, con­tou Natália.

Cripta

Repro­dução:   Túmu­lo da imper­a­triz Maria Leopold­ina na Crip­ta Impe­r­i­al, local­iza­da no Par­que da Inde­pendên­cia, Ipi­ran­ga — Rove­na Rosa/Agência Brasil

No inte­ri­or desse novo Mon­u­men­to à Inde­pendên­cia foi cri­a­da a Crip­ta Impe­r­i­al. O primeiro cor­po a ser guarda­do nes­sa crip­ta é o da Imper­a­triz Leopold­ina, a primeira esposa de Dom Pedro I, que esta­va enter­ra­da no Rio de Janeiro. “É impor­tante falar que ela teve um papel políti­co na inde­pendên­cia muito impor­tante. Ela artic­u­lou muito bem todo esse cenário da inde­pendên­cia: ela esta­va no Rio de Janeiro fazen­do políti­ca e acon­sel­han­do o próprio Dom Pedro”, expli­cou Natália.

Em 1972, chegam ao Brasil os restos mor­tais de Dom Pedro I, vin­dos de Por­tu­gal. Dez anos depois, chegam os restos mor­tais da Imper­a­triz Amélia, a segun­da esposa de Dom Pedro I. “Eles troux­er­am o cor­po dela para ficar ao lado de Dom Pedro mais para aten­der a sua deman­da, que que­ria ficar enter­ra­da ao lado dele, mas não porque ela ten­ha par­tic­i­pa­do do proces­so [de Inde­pendên­cia]”, disse Natália.

Neste momen­to, por causa da pan­demia de covid-19, a crip­ta está fecha­da ao públi­co.

Quadro Independência ou Morte

Repro­dução: Inde­pendên­cia do Brasil, de Pedro Améri­co  — Inde­pendên­cia do Brasil

Encomen­da­do pela família impe­r­i­al, o quadro Inde­pendên­cia ou Morte é parte do acer­vo do Museu Paulista. A pin­tu­ra é de Pedro Améri­co e foi inau­gu­ra­da em 1888, em Flo­rença, momen­to em que foi apre­sen­ta­da a Dom Pedro II, fil­ho de Dom Pedro I.

“O quadro Inde­pendên­cia ou Morte é uma visão ide­al­iza­da do momen­to do gri­to. O pin­tor Pedro Améri­co deixou um tex­to dizen­do isso, que a real­i­dade inspi­ra, mas não escrav­iza o pin­tor. Ou seja, ele cole­tou infor­mações sobre o lugar, sobre como era a cena, as pes­soas que estavam naque­le momen­to, mas ele criou uma cena ide­al­iza­da, uma cena de como um momen­to fun­da­men­tal para a história do Brasil dev­e­ria ser lem­bra­do”, diz Garcez.

Na tela, Dom Pedro I é retrata­do mon­ta­do em um cav­a­lo, mas hoje se sabe que, na ver­dade, ele esta­va mon­ta­do em uma mula, que era o trans­porte uti­liza­do para subir a Ser­ra do Mar. Isso, no entan­to, desta­ca Garcez, não foi um erro cometi­do pelo pin­tor, mas uma ten­ta­ti­va de trans­for­mar o episó­dio em algo mem­o­ráv­el, uma car­ac­terís­ti­ca da pin­tu­ra históri­ca prat­i­ca­da na época.

“O com­pro­mis­so dos pin­tores de história não era com a visão real­ista de como acon­te­ceu o episó­dio, mas sem­pre de como ele deve ser lem­bra­do”, disse.

Para a reaber­tu­ra do museu, no ano que vem, o curador pre­tende faz­er um even­to para dis­cu­tir, com o públi­co, detal­h­es sobre a cri­ação dessa tela, infor­mações sobre a téc­ni­ca e os mod­e­los uti­liza­dos e a com­posição da cena.

Casa do Grito


Repro­dução: Museu da Cidade de São Paulo — Casa Do Gri­to no Par­que da Inde­pendên­cia, Ipi­ran­ga — Rove­na Rosa/Agência Brasil

A Casa do Gri­to rece­beu esse nome porque teria sido retrata­da na tela de Pedro Améri­co. Mas não há qual­quer doc­u­men­to que com­pro­ve que ela esta­va ergui­da quan­do Dom Pedro I teria declar­a­do a inde­pendên­cia do Brasil.

“Não temos nen­hu­ma refer­ên­cia de que Dom Pedro ten­ha pas­sa­do por ela ou de que ela exis­tisse na época em que Dom Pedro pas­sou por ali. A primeira doc­u­men­tação que temos da Casa do Gri­to é de 1844, ou seja, mais de 20 anos depois que Dom Pedro pas­sou por ali. Inclu­sive Dom Pedro já tin­ha até mor­ri­do quan­do tive­mos essa primeira doc­u­men­tação”, expli­cou Natália.

Até por vol­ta de 1920, a Casa do Gri­to era uma residên­cia. Mais tarde ela foi com­pra­da pelo Poder Públi­co e trans­for­ma­da no Museu do Tropeiro.

“Esse nome, Casa do Gri­to, reforça a ideia de que ali teria sido a casa do gri­to, que aque­la casa seria a mes­ma do quadro ou o que a gente escu­ta muito, que Dom Pedro teria dormi­do ali para seguir viagem. Mas nada dis­so é ver­dade. A gente não tem nen­hu­ma doc­u­men­tação que pos­sa com­pro­var tudo isso. O que a gente sabe é que, provavel­mente, ele não pas­sou por ali”, disse a his­to­ri­ado­ra.

A Casa do Gri­to tem grande relevân­cia turís­ti­ca porque é um dos últi­mos exem­plares da cidade de São Paulo de uma con­strução de pau a pique.

Solar da Marquesa

Repro­dução: Solar da Mar­que­sa de San­tos, no Cen­tro Históri­co de São Paulo — Rove­na Rosa/Agência Brasil

O Solar da Mar­que­sa, no cen­tro da cap­i­tal, não tem qual­quer relação com o cenário da Inde­pendên­cia. Mas foi ali que viveu uma das amantes mais con­heci­das de Dom Pedro I: a Mar­que­sa de San­tos. E eles se con­hece­r­am nes­sa viagem que Dom Pedro I fazia entre San­tos e São Paulo, quan­do ele declar­ou a inde­pendên­cia. Após con­hecê-lo, ela se muda para o Rio de Janeiro, onde fica­va a Corte.

Quan­do a primeira esposa de Dom Pedro I morre, há uma grande comoção na corte e o imper­ador do Brasil, sem uma situ­ação favoráv­el, decide aban­donar a Mar­que­sa, após sete anos jun­tos.

Depois dis­so, já em 1834, ela vol­ta a morar em São Paulo, no local hoje chama­do de Solar da Mar­que­sa. Nesse ano, Dom Pedro já havia fale­ci­do. Ele nun­ca pisou nesse local.

Edição: Lílian Beral­do

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