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Lula aposta em definição sobre acordo Mercosul-UE ainda em 2023

Repro­dução: © Ricar­do Stuck­ert

Presidente falou com a imprensa em Paris antes de voltar ao Brasil


Pub­li­ca­do em 24/06/2023 — 08:38 Por Lud­mil­la Souza — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo
Atu­al­iza­do em 24/06/2023 — 09:34

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O pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va afir­mou, neste sába­do (24), que ain­da acred­i­ta em um comum acor­do com a União Europeia na parce­ria com o Mer­co­sul. Ele disse que a respos­ta dos país­es do Sul sobre a car­ta adi­cional dos país­es europeus deve ser respon­di­da até o final deste ano. Para o brasileiro, o pro­te­cionis­mo tem difi­cul­ta­do a aprovação do acor­do. Lula cumpriu agen­da na Itália e na França nes­ta sem­ana e falou com a impren­sa em Paris neste sába­do, antes de embar­car de vol­ta para o Brasil. 

“O fato de ter dois pon­tos ner­vosos e dois pon­tos con­sid­er­a­dos essen­ci­ais para os dois lados, a gente não pode faz­er acor­do com ess­es, mas vamos mel­ho­rar out­ras coisas. Pre­cisamos faz­er o acor­do com a União Europeia e a União Europeia pre­cisa do Mer­co­sul, com a Améri­ca do Sul e com a Améri­ca Lati­na. Ficamos de respon­der a car­ta adi­cional da União Europeia e pen­so que até o final do ano a gente tem uma decisão sobre o assun­to”, declar­ou à impren­sa.

Lula disse ain­da que o pres­i­dente da França, Emmanuel Macron, tem difi­cul­dades no Con­gres­so francês, e que é nor­mal o país defend­er a sua agri­cul­tura. “Ele [Macron] tem difi­cul­dades no Con­gres­so, mas se a gente pud­er con­ver­sar com nos­sos ami­gos mais à esquer­da para poder aju­dar, para que seja aprova­do o acor­do no Mer­co­sul, nós vamos con­ver­sar com todos os ami­gos da França para con­vencer da importân­cia, porque não é o pro­te­cionis­mo que vai aju­dar”.  Macron sofre pressão do Par­la­men­to francês que é con­tra o trata­do por razões de pro­te­cionis­mo, prin­ci­pal­mente agrí­co­la.

Lula criti­cou o pro­te­cionis­mo dos país­es ricos. “Dos anos 80 para cá, tudo o que as pes­soas falavam é de que quan­to mais aber­tu­ra mel­hor, quan­to mais livre comér­cio mel­hor, mas quan­do chega às vezes dos país­es em desen­volvi­men­to de com­pe­tir em igual­dade de condições, os mais ricos viram pro­te­cionistas”.

Na cap­i­tal france­sa, Lula teve reunião bilat­er­al com o pres­i­dente francês e tra­tou da aprovação, na sem­ana pas­sa­da, pela Assem­bleia Nacional da França, de uma res­olução con­tra a rat­i­fi­cação do acor­do Mer­co­sul-União Europeia (UE). Lula é con­tra a flex­i­bi­liza­ção das regras sobre com­pras gov­er­na­men­tais pre­vis­tas no acor­do.

Segun­do o pres­i­dente, o assun­to é impor­tante tam­bém para o encon­tro da Comu­nidade dos Esta­dos da Améri­ca Lati­na e do Caribe (Celac). “O assun­to é impor­tante para União Europeia e Mer­co­sul, mas tam­bém para esta­b­ele­cer­mos uma nova roda­da de con­ver­sação para ver se a gente aprox­i­ma de acor­do tam­bém na Celac”. A UE e a Celac farão uma cúpu­la em Brux­e­las, cap­i­tal da Bél­gi­ca, entre os dias 17 e 18 de jul­ho.

Investimentos sauditas

Durante a cole­ti­va, Lula expli­cou por que não se encon­trou com o príncipe da Arábia Sau­di­ta, Mohamed Bin Salman. “Quero con­ver­sar com todas as pes­soas que querem faz­er inves­ti­men­to no Brasil, até para saber qual é a qual­i­dade dos inves­ti­men­tos. Sim­ples­mente não tiv­er condições de par­tic­i­par da reunião. Vou pedir para que o Ita­ma­raty o con­voque para ir ao Brasil dis­cu­tir negó­cios com os empresários brasileiros. Temos muitos inter­ess­es em que Arábia Sau­di­ta faça negó­cios no Brasil, sobre­tu­do, na questão da tran­sição energéti­ca, porque vamos apre­sen­tar um grande pro­je­to ain­da neste mês de jul­ho”, anun­ciou.

A asses­so­ria de impren­sa do Palá­cio do Planal­to infor­mou na sex­ta-feira (23) que o encon­tro que o pres­i­dente Lula teria com o príncipe da Arábia Sau­di­ta, Mohamed Bin Salman, foi can­ce­la­do. De acor­do com o gov­er­no, o com­pro­mis­so com Macron acabou muito tarde, reforçan­do a neces­si­dade de can­ce­lar a agen­da com o príncipe árabe.

Segun­do a asses­so­ria, Lula tem tido uma “agen­da muito inten­sa” nes­ta viagem à França e à Itália. O jan­tar entre o pres­i­dente brasileiro e Bin Salman ocor­re­ria no iní­cio da noite, no horário de Paris.
O nome de Bin Salman cir­cu­lou no Brasil recen­te­mente após virem à tona dois kits de joias de val­ores mil­ionários que teri­am sido pre­sen­tea­d­os por ele a Jair Bol­sonaro, quan­do ain­da era pres­i­dente da Repúbli­ca, e à sua esposa, Michelle. A ten­ta­ti­va de Bol­sonaro de ficar com os pre­sentes, que, pelo alto val­or, dev­e­ri­am ser remeti­dos ao acer­vo da Presidên­cia da Repúbli­ca, reper­cu­tiu na impren­sa e chamou atenção do Tri­bunal de Con­tas da União e da Recei­ta Fed­er­al, den­tre out­ros órgãos.

Lula reforçou que o can­ce­la­men­to do encon­tro não tem lig­ação com o assun­to. “Inde­pen­den­te­mente da joia, até porque isso não é comi­go. Se tiv­er empresário sau­di­ta que queira faz­er inves­ti­men­to no Brasil, o país vai con­ver­sar porque pre­cisamos faz­er a econo­mia brasileira crescer”, desta­cou.

*Matéria atu­al­iza­da às 9h34 para inclusão do intertí­tu­lo “Inves­ti­men­tos sau­di­tas”.

 

Edição: Cami­la Maciel

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