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Lula: planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos

Repro­dução: © Ricar­do Stuck­ert

Presidente está em Dubai, onde participa da COP28


Pub­li­ca­do em 01/12/2023 — 08:58 Por Paula Labois­sière – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Em seu primeiro dis­cur­so na aber­tu­ra da Con­fer­ên­cia das Nações Unidas sobre Mudanças Climáti­cas (COP28), em Dubai, o pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va disse nes­ta sex­ta-feira (1º) que o plan­e­ta está far­to de acor­dos climáti­cos não cumpri­dos, de metas de redução de emis­são de car­bono neg­li­gen­ci­adas, de dis­cur­sos elo­quentes e vazios e do auxílio finan­ceiro aos país­es pobres que não chega. “O plan­e­ta já não espera para cobrar da próx­i­ma ger­ação”.

Durante a solenidade, lula citou que a humanidade sofre com secas, enchentes e ondas de calor cada vez mais extremas e fre­quentes e lem­brou a seca no Norte do Brasil e as enchentes no Sul. “A Amazô­nia amar­ga uma das mais trág­i­cas secas de sua história. No Sul, tem­pes­tades e ciclones deix­am um ras­tro inédi­to de destru­ição e morte”, desta­cou. “A ciên­cia e a real­i­dade nos mostram que des­ta vez a con­ta chegou antes”.

“Quan­tos líderes mundi­ais estão de fato com­pro­meti­dos em sal­var o plan­e­ta? Somente no ano pas­sa­do, o mun­do gas­tou mais de US$ 2 tril­hões em armas. Quan­tia que pode­ria ser investi­da no com­bate à fome e no enfrenta­men­to da mudança climáti­ca. Quan­tas toneladas de car­bono são emi­ti­das pelos mís­seis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobre­tu­do cri­anças e mul­heres fam­intas?”

Segun­do o pres­i­dente, a con­ta das mudanças climáti­cas não é a mes­ma para todos e chegou primeiro para as pop­u­lações mais pobres. Ele lem­brou que o 1% mais rico do plan­e­ta emite o mes­mo vol­ume de car­bono que 66% de toda a pop­u­lação mundi­al. “O mun­do nat­u­ral­i­zou dis­pari­dades ina­ceitáveis de ren­da, gênero e raça.”

“Tra­bal­hadores do cam­po, que têm suas lavouras de sub­sistên­cia dev­as­tadas pela seca, e já não podem ali­men­tar suas famílias. Moradores das per­ife­rias das grandes cidades, que per­dem o pouco que têm quan­do a enchente arras­ta tudo: casas, móveis, ani­mais de esti­mação e seus próprios fil­hos. A injustiça que penal­iza as ger­ações mais jovens é ape­nas uma das faces das desigual­dades que nos afligem”.

Para Lula, não é pos­sív­el enfrentar as mudanças do cli­ma sem com­bat­er as desigual­dades. “Quem pas­sa fome tem sua existên­cia apri­sion­a­da na dor do pre­sente. E tor­na-se inca­paz de pen­sar no aman­hã. Reduzir vul­ner­a­bil­i­dades socioe­conômi­cas sig­nifi­ca con­stru­ir resil­iên­cia frente a even­tos extremos. Sig­nifi­ca tam­bém ter condições de redi­re­cionar esforços para a luta con­tra o aque­c­i­men­to glob­al.”

“O não cumpri­men­to dos com­pro­mis­sos assum­i­dos cor­rói a cred­i­bil­i­dade do regime. É pre­ciso res­gatar a crença no mul­ti­lat­er­al­is­mo. É inex­plicáv­el que a ONU [Orga­ni­za­ção das Nações Unidas], ape­sar de seus esforços, se mostre inca­paz de man­ter a paz, sim­ples­mente porque alguns dos seus mem­bros lucram com a guer­ra. É lamen­táv­el que acor­dos como o Pro­to­co­lo de Kyoto ou os Acor­dos de Paris não sejam imple­men­ta­dos”.

“Gov­er­nantes não podem se eximir de suas respon­s­abil­i­dades. Nen­hum país resolverá seus prob­le­mas soz­in­ho. Esta­mos todos obri­ga­dos a atu­ar jun­tos além de nos­sas fron­teiras. O Brasil está dis­pos­to a lid­er­ar pelo exem­p­lo”, con­cluiu, ao citar os ajustes das metas climáti­cas brasileiras, a redução do des­mata­men­to na Amazô­nia e o que chamou de indus­tri­al­iza­ção verde, agri­cul­tura de baixo car­bono e bioe­cono­mia.

Edição: Valéria Aguiar

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