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Maior banco de leite humano do mundo integra rede da Fiocruz

Repro­du­ção: © Fer­nan­do Frazão/Agência Bra­sil

Hospital de infectologia Evandro Chagas também integra a rede


Publi­ca­do em 25/05/2022 — 06:38 Por Mau­ri­cio de Almei­da – Repór­ter da TV Bra­sil — Rio de Janei­ro

O hos­pi­tal do Ins­ti­tu­to Naci­o­nal de Infec­to­lo­gia Evan­dro Cha­gas foi inau­gu­ra­do em 1918. Na épo­ca, era cha­ma­do de Hos­pi­tal de Doen­ças Tro­pi­cais. Sua cons­tru­ção fez par­te do pro­je­to de refor­mu­la­ção da saú­de públi­ca bra­si­lei­ra ela­bo­ra­do por Oswal­do Cruz.

A uni­da­de de saú­de tinha um papel estra­té­gi­co para tra­tar paci­en­tes com diver­sas doen­ças infec­ci­o­sas. Ini­ci­al­men­te, rece­beu pes­so­as com doen­ça de Cha­gas e foi um cen­tro de refe­rên­cia duran­te a gri­pe espa­nho­la.

Em 1925, o médi­co Evan­dro Cha­gas come­çou a tra­ba­lhar no Hos­pi­tal de Doen­ças Tro­pi­cais. Ele desen­vol­veu diver­sos estu­dos para des­co­brir a cura para a doen­ça de Cha­gas e tam­bém atu­ou em pes­qui­sas vol­ta­das a redu­zir as doen­ças trans­mi­ti­das por inse­tos prin­ci­pal­men­te nas regiões Nor­te e Nor­des­te do Bra­sil. O médi­co mor­reu em um aci­den­te aéreo em 1940, e o hos­pi­tal rece­beu o nome de Evan­dro Cha­gas para home­na­ge­ar o pro­fis­si­o­nal.

Atu­al­men­te, a uni­da­de de saú­de, que inte­gra a rede de aten­di­men­to médi­co da Fun­da­ção Oswal­do Cruz (Fio­cruz), tra­ta doen­ças infec­ci­o­sas como aids, tuber­cu­lo­se, den­gue, zika e chi­kun­gunya. A dire­to­ra do Ins­ti­tu­to Val­di­léa Velo­so diz que a aten­ção prin­ci­pal é para as cha­ma­das doen­ças negli­gen­ci­a­das que atin­gem uma popu­la­ção mais pobre.

“A rede pri­va­da inves­te pou­cos recur­sos para tra­tar estas doen­ças por isso o tra­ba­lho do Ins­ti­tu­to é fun­da­men­tal para ofe­re­cer um tra­ta­men­to gra­tui­to e de qua­li­da­de para uma popu­la­ção que enfren­ta difi­cul­da­des finan­cei­ras.”

Nes­ta quar­ta-fei­ra (25), a Fio­cruz come­mo­ra 122 anos.

Banco de leite

Banco de leite humano do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Repro­du­ção: No pri­mei­ro tri­mes­tre de 2022, ins­ti­tu­to cole­tou mais de 54 mil litros de lei­te– Fer­nan­do Frazão/Agência Bra­sil

A Fio­cruz tam­bém coor­de­na a mai­or rede de ban­cos de lei­te huma­no do mun­do. O tra­ba­lho é rea­li­za­do pelo Ins­ti­tu­to Fer­nan­des Figuei­ra, outra uni­da­de da fun­da­ção. O lei­te cole­ta­do pelos ban­cos ser­ve para ali­men­tar recém-nas­ci­dos que estão inter­na­dos em uni­da­des de tera­pia inten­si­va (UTIs) neo­na­tais.

Há qua­se um ano, Rafa­e­le Ribei­ro é uma das doa­do­ras do ban­co de lei­te. Ela cole­ta o mate­ri­al em casa e uma vez por sema­na e entre­ga o lei­te para o ins­ti­tu­to.

“Eu me sin­to mui­to bem por­que estou aju­dan­do a ali­men­tar e a sal­var a vida de outra cri­an­ça. A doa­ção é sim­ples e não pre­ju­di­ca a ali­men­ta­ção do meu filho”.

Nos ban­cos de lei­te, o mate­ri­al cole­ta­do é ana­li­sa­do em labo­ra­tó­rio para veri­fi­car os níveis de aci­dez, gor­du­ra e calo­ri­as. Depois o lei­te é pas­teu­ri­za­do para evi­tar a con­ta­mi­na­ção. Em todos os esta­dos do Bra­sil e no Dis­tri­to Fede­ral exis­te pelo menos uma uni­da­de de ban­co de lei­te.

Danielle Aparecida da Silva é coordenadora do banco de leite humano do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Repro­du­ção: A coor­de­na­do­ra do ban­co de lei­te huma­no, Dani­el­le da Sil­va — Fer­nan­do Frazão/Agência Bra­sil

A coor­de­na­do­ra do ban­co de lei­te huma­no, Dani­el­le Sil­va, con­ta que, somen­te no pri­mei­ro tri­mes­tre des­te ano, foram cole­ta­dos mais de 54 mil litros de lei­te que bene­fi­ci­a­ram cer­ca de 56,4 mil bebês.

“O lei­te é o melhor ali­men­to que exis­te para um recém-nas­ci­do. Quan­do o bebê está na UTI neo­na­tal, a mãe não pode ama­men­tar e por isso é mui­to impor­tan­te a doa­ção por­que os médi­cos usam este lei­te para ali­men­tar as cri­an­ças.”

Além de cole­tar e de dis­tri­buir lei­te huma­no, o Ins­ti­tu­to Fer­nan­des Figuei­ra desen­vol­ve diver­sos pro­je­tos para ori­en­tar as mulhe­res sobre a manei­ra cor­re­ta de ama­men­tar, para evi­tar que o alei­ta­men­to mater­no seja inter­rom­pi­do de for­ma pre­co­ce.

“A infor­ma­ção é fun­da­men­tal por­que mui­tas vezes a mulher dei­xa de ama­men­tar por fal­ta de conhe­ci­men­to. Aqui no ins­ti­tu­to nós ensi­na­mos a manei­ra cor­re­ta de ama­men­tar e, com isso, as mães não inter­rom­pem pre­co­ce­men­te este pro­ces­so, que é fun­da­men­tal para o desen­vol­vi­men­to da cri­an­ça” diz Dani­el­le.

Edi­ção: Deni­se Gri­e­sin­ger

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