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Mais da metade da população brasileira vive no litoral

Repro­dução: © Prefeitu­ra de Natal Joana Lima /Secom

Segundo o Censo 2022, 111,28 milhões de pessoas moram próximo ao mar


Publicado em 21/03/2024 — 10:02 Por Vitor Abdala — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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Dados do Cen­so 2022, divul­ga­dos nes­ta quin­ta-feira (21), mostram que 111,28 mil­hões de pes­soas vivem próx­i­mo ao litoral brasileiro, em uma faixa de ter­ritório que inclui domicílios local­iza­dos a uma dis­tân­cia máx­i­ma de 150 quilômet­ros da cos­ta. Isso rep­re­sen­ta 54,8% do total da pop­u­lação em 2022 (203,08 mil­hões), de acor­do com o lev­an­ta­men­to do Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca (IBGE).

Em relação a 2010, hou­ve aumen­to de quase 5 mil­hões de pes­soas, em números abso­lu­tos (eram 106,37 mil­hões). No entan­to, a parcela da pop­u­lação viven­do no litoral em relação ao total da pop­u­lação recu­ou, já que eram 55,8% na ocasião.

A mes­ma pesquisa mostra que 9,42 mil­hões de pes­soas moram na faixa de fron­teira, ou seja, a uma dis­tân­cia máx­i­ma de 150 quilômet­ros dos lim­ites do ter­ritório brasileiro. São 4,6% da pop­u­lação brasileira viven­do nes­sa faixa. Parte do litoral sul do Rio Grande do Sul e do noroeste do Amapá estão tan­to na faixa litorânea quan­to na faixa de fron­teira.

Em ter­mos abso­lu­tos, hou­ve aumen­to de 603 mil pes­soas viven­do na faixa de fron­teira. Em ter­mos rel­a­tivos, no entan­to, a pro­porção em relação à pop­u­lação total se man­teve em 4,6%.

Os dados são pos­síveis a par­tir da análise dos dados de pop­u­lação e de domicílios de cada um dos 452.388 setores do Cen­so 2022.

São infor­mações sobre totais da pop­u­lação e domicílios, além do tipo de domicílio (se é par­tic­u­lar, cole­ti­vo, per­ma­nente, impro­visa­do, ocu­pa­do ou vago).

Setores censitários

Os setores cen­sitários são ter­ritórios delim­i­ta­dos pelo IBGE que podem ser peque­nas áreas de um bair­ro ou grandes áreas rurais. É a menor divisão geográ­fi­ca do Cen­so 2022, que é impor­tante não ape­nas para o plane­ja­men­to do próprio insti­tu­to mas tam­bém para pesquisadores e gestores públi­cos.

Nes­ta quin­ta-feira, foram divul­ga­dos ape­nas alguns dados pre­lim­inares dos setores cen­sitários. Isso porque alguns ain­da estão sofren­do ade­quações que podem resul­tar em mudanças em seus lim­ites. Os dados con­sol­i­da­dos só serão divul­ga­dos no segun­do semes­tre.

Os mais de 452 mil setores cen­sitários per­mitem um olhar mais detal­ha­do sobre a pop­u­lação e os indi­cadores soci­ais dos 10.670 dis­tri­tos e 643 sub­dis­tri­tos dos 5.568 municí­pios brasileiros, além do Dis­tri­to Fed­er­al e de Fer­nan­do de Noron­ha.

Os dados mostram que o setor cen­sitário mais pop­u­loso é o presí­dio da Papu­da, no Dis­tri­to Fed­er­al, com 10.163 habi­tantes. Brasília tam­bém abri­ga o setor com maior número de domicílios: Con­domínio Itapoã Par­que, com 6.322 domicílios. A área com maior média de moradores por domicílio é Toricuei­je, em Bar­ra do Garça (MT).

A par­tir dess­es setores cen­sitários, é pos­sív­el ter infor­mações sobre áreas especí­fi­cas den­tro de bair­ros urbanos ou zonas rurais, como, por exem­p­lo, quan­tas pes­soas vivem próx­i­mo a hos­pi­tais, esco­las, cen­tros com­er­ci­ais ou mes­mo em áreas sujeitas a desas­tres nat­u­rais.

“Durante a real­iza­ção do Cen­so, em 2023, hou­ve um desas­tre nat­ur­al na comu­nidade Vila Sahy, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Na ocasião, o IBGE con­tribuiu com infor­mações de pop­u­lação e domicílios daque­la região, como for­ma de aux­il­iar o Poder Públi­co a iden­ti­ficar víti­mas no local”, disse o pesquisador do IBGE Raphael Moraes.

Segun­do out­ro pesquisador do IBGE, Fer­nan­do Dam­as­co, des­de o Cen­so de 1940 o insti­tu­to vem amplian­do o número de setores cen­sitários. Naque­le ano, por exem­p­lo, eram ape­nas 32 mil setores.

“Entre o Cen­so de 2000 [quan­do havia 215.860 setores] e o Cen­so de 2022, nós efe­ti­va­mente dobramos o número de setores. De 2010 para 2022, cri­amos 135.764 novos setores cen­sitários. Isso é rep­re­sen­ta­ti­vo da inten­si­fi­cação da pro­dução domi­cil­iar do país, mas tam­bém demon­stra uma tra­jetória de refi­na­men­to e aper­feiçoa­men­to con­ceitu­al do nos­so tra­bal­ho de mapea­men­to. E isso pro­por­ciona uma difer­en­ci­ação geográ­fi­ca muito maior da infor­mação”.

Ele desta­ca que o Cen­so de 2022 apre­sen­tou uma série de mel­ho­rias e aper­feiçoa­men­tos na delim­i­tação dos setores cen­sitários. “Em primeiro lugar, pas­samos a usar inten­si­va­mente serviços de ima­gens orbitais de alta res­olução, imple­men­ta­mos o uso de reg­istros admin­is­tra­tivos geor­ref­er­en­ci­a­dos de diver­sas fontes. Isso nos per­mi­tiu chegar à oper­ação de cole­ta com con­hec­i­men­to muito refi­na­do do ter­ritório. O que tem gan­hos em ter­mos de cober­tu­ra e de qual­i­dade das infor­mações”.

Edição: Valéria Aguiar e Graça Adju­to

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