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Mais de 300 crianças e jovens recebem medalhas em Brasília

Repro­dução: © Rodri­go Cabral/ASCOM/MCTI

Premiação ocorre durante 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia


Pub­li­ca­do em 21/10/2023 — 12:46 Por Daniel­la Almei­da — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Mais de 300 cri­anças e jovens rece­ber­am medal­has, menções hon­rosas e cer­ti­fi­ca­dos como recon­hec­i­men­to pelo desem­pen­ho obti­do no pro­gra­ma Caça Aster­oides, na Olímpia­da Nacional de Ciên­cia (ONC), os dois do Min­istério da Ciên­cia, Tec­nolo­gia e Ino­vação (MCTI), e na Olimpía­da de Matemáti­ca do Dis­tri­to Fed­er­al. 

A pre­mi­ação ocor­reu nes­sa sex­ta-feira (20) durante a 20ª Sem­ana Nacional de Ciên­cia e Tec­nolo­gia, em Brasília, que vai até domin­go (22).

Para a pop­u­lar­iza­ção da ciên­cia, o MCTI inve­stirá, durante todo o ano de 2023, cer­ca de R$ 100 mil­hões em espaços como cen­tros, museus de ciên­cia, plan­etários, zoológi­cos, na pro­moção de feiras de ciên­cia e tam­bém na real­iza­ção de olimpíadas cien­tí­fi­cas, como as de História do Brasil, Nacional de Ciên­cia, Brasileira de Satélites, de Astrono­mia, Físi­ca, a AstroNasa. O obje­ti­vo é incen­ti­var a edu­cação cien­tí­fi­ca des­de a primeira infân­cia.

Em entre­vista à Agên­cia Brasil, a dire­to­ra do Depar­ta­men­to de Pop­u­lar­iza­ção da Ciên­cia, Tec­nolo­gia e Edu­cação Cien­tí­fi­ca do MCTI, Jua­na Nunes, expli­ca o retorno dess­es inves­ti­men­tos.

Brasília (DF) 20/10/2023 – A diretora do Departamento de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, Juana Nunes durante premiação da Olimpíada de Matemática do Distrito Federal-DF, Caça Asteroides e Olimpíada Nacional de Ciência-ONC Foto: Rodrigo Cabral/ASCOM/MCTI
Repro­dução: Brasília – A dire­to­ra do Depar­ta­men­to de Pop­u­lar­iza­ção da Ciên­cia, Tec­nolo­gia e Edu­cação Cien­tí­fi­ca do MCTI, Jua­na Nunes durante pre­mi­ação da Olimpía­da Nacional de Ciên­cia — Foto Rodri­go Cabral/ASCOM/MCTI

“As olimpíadas cien­tí­fi­cas são instru­men­tos impor­tantes de estí­mu­lo às cri­anças, aos jovens, para que busquem con­hec­i­men­to cien­tí­fi­co e se apri­morem em uma dis­ci­plina. Por isso, temos uma diver­si­dade imen­sa de olimpíadas cien­tí­fi­cas no Brasil. A par­tir daí, há um movi­men­to que vai para a feira, vai para o espaço físi­co. Então, é um ecos­sis­tema de pop­u­lar­iza­ção da ciên­cia, para aprox­i­mar o pro­fes­sor, a sociedade do con­hec­i­men­to cien­tí­fi­co que ocorre nos lab­o­ratórios.”

“A ciên­cia é para todo mun­do e está em todo lugar. Vocês podem ocu­par esse espaço nas esco­las e, depois, indo para as uni­ver­si­dades, se tor­nan­do pesquisadores, mostran­do o tal­en­to de vocês para aju­dar a mel­ho­rar o Brasil e resolver prob­le­mas. Porque a ciên­cia serve para isso, para aju­dar as pes­soas, mel­ho­rar o plan­e­ta, resolver os prob­le­mas de saúde, edu­cação, segu­rança,” afir­mou a dire­to­ra.

Caça Asteroides

No auditório do Cen­tro de Con­venções Ulysses Guimarães, em Brasília, nes­sa sex­ta-feira, o públi­co mais movi­men­ta­do foi o dos par­tic­i­pantes do pro­gra­ma Caça Aster­oides MCTI, fru­to de parce­ria entre o min­istério, o Inter­na­tion­al Astro­nom­i­cal Search Col­lab­o­ra­tion (IASC) e a Agên­cia Espa­cial Amer­i­cana (Nasa, sigla de The Nation­al Aero­nau­tics and Space Admin­is­tra­tion).

O Caça Aster­oides MCTI tem abrangên­cia nacional e inter­na­cional e pro­move a pop­u­lar­iza­ção da ciên­cia e da astrono­mia entre cidadãos vol­un­tários. A ideia é que ess­es cien­tis­tas amadores sejam capazes de faz­er descober­tas astronômi­cas (algu­mas delas orig­i­nais), a par­tir da obser­vação de ima­gens espa­ci­ais cap­tadas por um telescó­pio de 1.8 metro, per­ten­cente à Uni­ver­si­dade do Havaí (EUA).

Brasília (DF) 20/10/2023 – Astrônoma Josina Oliveira do Nascimento durante premiação da Olimpíada de Matemática do Distrito Federal-DF, Caça Asteroides e Olimpíada Nacional de Ciência-ONC Foto: Rodrigo Cabral/ASCOM/MCTI
Repro­dução: Brasília — Astrôno­ma Josi­na Oliveira do Nasci­men­to durante pre­mi­ação da Caça Aster­oides — Foto Rodri­go Cabral/ASCOM/MCTI

Os chama­dos cien­tis­tas cidadãos bus­cam cor­pos celestes, como aster­oides, cometas, estre­las, mete­oros, mete­ori­tos e plan­e­tas, a par­tir de um com­puta­dor pes­soal. A astrôno­ma do Obser­vatório Nacional/MCTI e coor­de­nado­ra cien­tí­fi­ca do pro­gra­ma AstroNasa Brasil, Josi­na Oliveira do Nasci­men­to, val­ori­zou o tra­bal­ho desse públi­co. “É mais do que divul­gar ciên­cia, mais do que pop­u­larizar essa área, é faz­er parte da ciên­cia nacional e inter­na­cional. Os cien­tis­tas cidadãos estão doan­do horas dos seus dias e de suas noites, em ger­al, para con­tribuir com a ciên­cia nacional e inter­na­cional. Este é o maior pro­gra­ma de ciên­cia cidadão do país. E no ano que vem, será maior ain­da”, acres­cen­ta.

O pro­fes­sor da Uni­ver­si­dade Fed­er­al de Mato Grosso do Sul Ivo Leite Fil­ho, par­tic­i­pante do pro­gra­ma AstroNasa Brasil, comen­ta que o cien­tista deve ser encar­a­do como um cidadão como tan­tos out­ros, sem estereóti­pos. “Se a gente quer ter um cien­tista em um lab­o­ratório, ele pre­cisa começar de algum lugar. Os jovens e cri­anças pre­cisam acred­i­tar que a ciên­cia abre cam­in­hos, que a ciên­cia é legal. Mas, se ele não fiz­er esse movi­men­to que a gente está fazen­do hoje, vai sem­pre encar­ar o cien­tista fecha­do, com cara bra­va. Mas, o cien­tista é gente.

“Quan­do eu perce­bo cri­anças de seis, sete anos, até os jovens e adul­tos enten­den­do que podem ser pre­mi­a­dos e ser recon­heci­dos por min­istérios, por sec­re­tarias de Edu­cação, sig­nifi­ca que vale a pena”, diz o pro­fes­sor.

Um dos tal­en­tos descober­tos pelo pro­gra­ma Caça Aster­oides MCTI é Miguel Rosa dos San­tos (8 anos). Da casa dele, em Mirante do Parana­pane­ma (SP), este medal­hista de ouro perdeu as con­tas de quan­tos aster­oides achou. Na últi­ma con­tagem da família do Miguel, eram 44. “Eu come­cei a gostar [de astrono­mia] quan­do assisti ao filme Cír­cu­lo de Fogo, com a invasão de aliení­ge­nas. E vou quer­er ser um engen­heiro espa­cial”, son­ha Miguel.

Mãe e com­pan­heira de Miguel nas madru­gadas de obser­vação dos astros, a pro­fes­so­ra Josiane Luzia Men­donça dos San­tos expli­ca que o fil­ho tem o diag­nós­ti­co do Transtorno do Espec­tro Autista e altas habil­i­dades na área aeroe­s­pa­cial. “Na real­i­dade, foi o Miguel quem me incen­tivou a par­tic­i­par do Caça Aster­oides. Des­de pequenin­in­ho, tudo o que é rela­ciona­do ao espaço, ele quer estar no meio.”

Participação

Qual­quer pes­soa pode par­tic­i­par das edições, apel­i­dadas de “mis­sões”, dos pro­gra­mas Caça Aster­oides MCTI e Dete­tives da Galáx­ia, inde­pen­den­te­mente da for­mação profis­sion­al ou de ter con­hec­i­men­to prévio. Bas­ta que o inter­es­sa­do em con­hecer a astrono­mia na práti­ca ten­ha um com­puta­dor e se inscre­va gra­tuita­mente, den­tro do perío­do deter­mi­na­do nos edi­tais, con­forme a cam­pan­ha divul­ga­da men­salmente no site do Obser­vatório Nacional e na rede social do Caça. Além dos astrônomos amadores, podem par­tic­i­par esco­las, insti­tu­ições, clubes de ciên­cia, mas as vagas são lim­i­tadas.

Ao preencher o for­mulário especí­fi­co com os dados do líder da equipe daque­la missão/edição, com pelo menos 18 anos, as ori­en­tações serão rece­bidas por e‑mail. Entre elas, a neces­si­dade de baixar o soft­ware Astro­met­ri­ca, da Nasa.  Após um treina­men­to especí­fi­co para desven­dar o uni­ver­so e apren­dem a recon­hecer as ima­gens nos seus com­puta­dores, os inter­nau­tas inscritos recebem as ima­gens que serão anal­isadas e assim poderão encon­trar um ou mais aster­oides. A astrôno­ma Josi­na Oliveira do Nasci­men­to expli­ca os próx­i­mos pas­sos. “Quan­do dizem que há uma imagem que cor­re­sponde a um aster­oide, aqui­lo será anal­isa­do por out­ros cien­tis­tas cidadãos. Em caso pos­i­ti­vo, depois a detecção segue para a fase de análise dos pesquisadores profis­sion­ais. Temos que aguardar a análise. Só ali vai ser con­fir­ma­do se real­mente o pon­to indi­ca­do é um novo aster­oide.”

Na astrono­mia é assim: quem desco­briu o aster­oide pode nomeá-lo, inclu­sive com o próprio nome, se quis­er, como for­ma de recon­hec­i­men­to.

Em 2017, a dire­to­ra das bus­cas de aster­oides do Inter­na­tion­al Astro­nom­i­cal Search Col­lab­o­ra­tion (IASC) no Brasil e coor­de­nado­ra de Pop­u­lar­iza­ção da Ciên­cia, Tec­nolo­gia e Edu­cação Cien­tí­fi­ca do MCTI, a pro­fes­so­ra Sil­vana Copces­ki, detec­tou o aster­oide número 550832, que gan­hou o nome da pesquisado­ra, con­ce­di­do pela Nasa. Da sala de aula em Cuiabá (MT) para o uni­ver­so.

Olimpíada Nacional de Ciência

Olimpía­da Nacional de Ciên­cia (ONC) é pro­movi­da e finan­cia­da pelo Min­istério da Ciên­cia, Tec­nolo­gia e Ino­vação e orga­ni­za­da pela Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Piauí (UFPI), com patrocínio da Petro­bras. São par­ceiras a Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Maran­hão (UFMA), UNFPA Brasil, Fun­dação Cul­tur­al e de Fomen­to à Pesquisa, Ensi­no, Exten­são e Ino­vação (Fadex) e out­ras insti­tu­ições.

Neste ano, a com­petição teve número recorde de mais de 4 mil­hões de estu­dantes da edu­cação bási­ca inscritos, de 4.989 municí­pios de todos os esta­dos do país. Os desafios des­ta edição ocor­reram de for­ma híbri­da, com provas online e impres­sas.

Brasília (DF) 20/10/2023 – Premiação da Olimpíada de Matemática do Distrito Federal-DF, Caça Asteroides e Olimpíada Nacional de Ciência-ONC Foto: Rodrigo Cabral/ASCOM/MCTI
Repro­dução: Brasília — Pre­mi­ação da Olimpía­da de Matemáti­ca do Dis­tri­to Fed­er­al, do Caça Aster­oides e da Olimpía­da Nacional de Ciên­cia — Foto Rodri­go Cabral/ASCOM/MCTI

O coor­de­nador-ger­al da ONC, pro­fes­sor Jean Cat­apre­ta, comen­tou a importân­cia do even­to. “A maior parte dos pre­mi­a­dos da ONC, que é finan­cia­da com recur­sos públi­cos, é for­ma­da por estu­dantes de esco­las públi­cas. Inclu­sive, a Orga­ni­za­ção das Nações Unidas recon­heceu a Olímpi­ca Nacional de Ciên­cias como uma das que mais pre­mi­am meni­nas no plan­e­ta”.

Um das pre­mi­adas com a medal­ha de ouro é a estu­dante do oita­vo ano de uma esco­la par­tic­u­lar do Dis­tri­to Fed­er­al, Alana Cristi­na Gomes. “Foi uma exper­iên­cia real­mente nova porque eu nun­ca tin­ha feito a pro­va e eu acabei gan­han­do o ouro. O que foi total­mente sur­preen­dente, mas me esfor­cei muito! Foi difer­ente”.

A mãe dela, a servi­do­ra públi­ca, Sil­via Rodrigues, sem­pre incen­ti­va a fil­ha a faz­er descober­tas. “Quan­do a gente via­ja, pas­seia, sem­pre mostra a ela coisas e ten­ta traz­er a práti­ca da ciên­cia. Para ela, acho que a Olimpía­da foi descober­ta mes­mo, um desafio. Então, o méri­to é todo da Alana, em relação à pro­va”.

Olimpíada de Matemática do Distrito Federal

Nes­ta sex­ta-feira, foram pre­mi­a­dos os estu­dantes par­tic­i­pantes da Olimpía­da de Matemáti­ca do Dis­tri­to Fed­er­al que, neste ano, reuniu alunos dos ensi­nos fun­da­men­tal e médio, de esco­las públi­cas e pri­vadas.

A estu­dante do 7º ano do Colé­gio Mil­i­tar de Brasília, Maria Tereza Pedrosa Portela, foi um das chamadas ao pal­co para rece­ber a hon­raria pelo despen­ho que teve na com­petição. “Pas­sei um ano inteiro estu­dan­do, então estou muito gra­ta e feliz. A pro­fes­so­ra de matemáti­ca do Cen­tro de Ensi­no Fun­da­men­tal Poli­va­lente, Eve­lyn Gabrielle Mon­teiro Gomes da Sil­va gan­hou menção hon­rosa por ter lev­a­do o maior número de medal­his­tas de uma esco­la da cap­i­tal fed­er­al. Foram 22 pre­mi­a­dos nes­sa esco­la públi­ca. “A gente con­segue faz­er um tra­bal­ho para­le­lo, mostran­do questões de olimpíadas pas­sadas, para poder incen­tivá-los. É um tra­bal­ho difí­cil, mas bem grat­i­f­i­cante, porque eles ficam felizes quan­do são pre­mi­a­dos e a gente mais ain­da por ver os nos­sos alunos crescerem”, diz Eve­lyn Gabrielle, que decid­iu ser pro­fes­so­ra aos qua­tro anos de idade.

Brasília (DF) 20/10/2023 – Premiação da Olimpíada de Matemática do Distrito Federal-DF, Caça Asteroides e Olimpíada Nacional de Ciência-ONC Foto: Rodrigo Cabral/ASCOM/MCTI
Repro­dução: Brasília — Pre­mi­ação da Olimpía­da de Matemáti­ca do Dis­tri­to Fed­er­al-DF — Foto Rodri­go Cabral/ASCOM/MCTI

Um dos alunos da docente é o estu­dante Alessan­dro Sil­va Oliveira, de 14 anos, que no ano pas­sa­do con­quis­tou a medal­ha de pra­ta e lev­ou o ouro. Não foi fácil, ele diz. “Me pre­parei muito. Mas, estu­dan­do não fica tão difí­cil quan­to parece”.

Edição: Graça Adju­to

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