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Mais sete macacos bugios são soltos no Parque Nacional da Tijuca

Repro­dução: © Marce­lo Rheingantz/PNT

É a segunda reintrodução da espécie no local desde 2015


Pub­li­ca­do em 04/01/2024 — 07:16 Por Vitor Abdala — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Um grupo de sete bugios-ruiv­os (Alouat­ta guari­ba) foi solto nes­sa terça-feira (2) no Par­que Nacional da Tiju­ca, no Rio de Janeiro. Essa é a segun­da rein­tro­dução da espé­cie no local, parte de um pro­je­to ini­ci­a­do em 2015. 

Os bugios-ruiv­os eram nativos do par­que, área de con­ser­vação fed­er­al e uma das duas grandes regiões de Mata Atlân­ti­ca da cidade do Rio de Janeiro, mas estavam extin­tos do local há cer­ca de 200 anos.

Em 2015, um casal de bugios-ruiv­os foi solto no local. Eles se repro­duzi­ram e der­am origem à pop­u­lação atu­al, que tem oito ani­mais. O novo grupo, que veio do Cen­tro de Pri­ma­tolo­gia do Rio de Janeiro (CPRJ), é com­pos­to por um macho e seis fêmeas, com idade entre oito meses e 15 anos.

Mais sete macacos bugios são soltos no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Foto: Parque Nacional da Tijuca
Repro­dução: Ani­mais soltos no Par­que Nacional da Tiju­ca têm entre 8 meses e 15 anos — Par­que Nacional da Tijuca/divulgação

A expec­ta­ti­va é que eles inter­a­jam com a família que já vive no par­que e pos­sam garan­tir a diver­si­dade genéti­ca da espé­cie no local.

“Esse novo grupo, que está sendo rein­tro­duzi­do ago­ra, prati­ca­mente dobra o patrimônio genéti­co dessa pop­u­lação, então as chances de a pop­u­lação se man­ter e crescer são muito maiores”, afir­ma a vet­er­inária Sil­via Baha­di­an Mor­eira, do CPRJ, órgão vin­cu­la­do ao Insti­tu­to Estad­ual do Ambi­ente (Inea).

Segun­do o biól­o­go Marce­lo Rhein­gantz, do pro­je­to Refau­na e pesquisador da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (UFRJ), o pro­je­to de rein­tro­dução de bugios teve que ser inter­rompi­do em 2017, dev­i­do à epi­demia de febre amarela entre pri­matas.

Em 2020, os bugios já estavam vaci­na­dos con­tra a febre amarela e pron­tos para a soltura, mas a pan­demia de covid-19 adiou mais uma vez o pro­je­to. “Ano pas­sa­do, a gente começou o proces­so todo de novo, porque os três ani­mais [ini­ci­ais] viraram sete, então tive­mos que vaci­nar os qua­tro novos”, con­ta Rhein­gantz.

Segun­do o biól­o­go, está pre­vista a rein­tro­dução de novos ani­mais. A meta é que a pop­u­lação de bugios na flo­res­ta chegue a 100. “Isso é fun­da­men­tal para que a gente ten­ha uma pop­u­lação esta­b­ele­ci­da num lon­go pra­zo, ou seja, com pelo menos dez gru­pos de bugios andan­do pela flo­res­ta”, diz Rhein­gantz, desta­can­do que os bugios são um dos 25 pri­matas mais ameaça­dos do mun­do.

Rio de Janeiro (RJ) - Soltura de antas do Projeto Guapiaçu - Refauna, REGUA, Rio de Janeiro, Brasil - Antas Jeriva e Juçara. Foto: Vitor Marigo
Repro­dução: Rio de Janeiro — Soltura de antas do Pro­je­to Refau­na — Foto Vitor Mari­go

As solturas dos pri­matas são parte do pro­je­to Refau­na, ini­ci­a­do em 2009, com o obje­ti­vo de ampli­ar a pop­u­lação da flo­res­ta da Tiju­ca. Além dos bugios, já foram rein­tro­duzi­das no par­que cutias-ver­mel­has (Dasyproc­ta lep­o­ri­na), jabutis-tin­ga (Che­lonoidis den­tic­u­la­tus) e pás­saros trin­ca-fer­ro (Salta­tor sim­ilis).

“A flo­res­ta da Tiju­ca é mar­avil­hosa, mas empo­bre­ci­da de bichos. Nos­sa ideia é recon­stru­ir a fau­na e, com isso, o fun­ciona­men­to do ecos­sis­tema, porque vamos recon­stru­ir tam­bém as inter­ações ecológ­i­cas das quais ess­es ani­mais fazem parte, como a dis­per­são de sementes das árvores e a polin­iza­ção”, expli­ca Fer­nan­do Fer­nan­dez, pesquisador da UFRJ e dire­tor-pres­i­dente da orga­ni­za­ção não gov­er­na­men­tal Refau­na, que exe­cu­ta o pro­je­to.

Edição: Graça Adju­to

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