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Mais uma jovem iraniana é agredida por não usar lenço na cabeça

Repro­dução: © Reuters

Armita Geravand, de 16 anos, está internada com ferimentos na cabeça


Pub­li­ca­do em 23/10/2023 — 08:58 Por Car­la Quiri­no — Repórter da RTP* — Teerã

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Uma jovem ira­ni­ana de 16 anos está com morte cere­bral, infor­mam os meios de comu­ni­cação ofi­ci­ais da Repúbli­ca Islâmi­ca. A Orga­ni­za­ção Hen­gaw para os Dire­itos Humanos diz que a jovem foi hos­pi­tal­iza­da com fer­i­men­tos na cabeça, após ter sofri­do um ataque em uma estação de metrô de Teerã, prat­i­ca­do pela chama­da polí­cia da moral­i­dade. A razão teria sido a ausên­cia de lenço cobrindo o cabe­lo. A ver­são das autori­dades ira­ni­anas é de que o inci­dente se deveu à pressão arte­r­i­al baixa.

No iní­cio de out­ubro, surgiu novo caso de vio­lên­cia con­tra uma jovem no Irã. Os ativis­tas acusam a polí­cia da moral­i­dade de agredir Armi­ta Ger­a­vand por não usar o hijab, o véu islâmi­co que cobre a cabeça

Armi­ta tem 16 anos e está inter­na­da depois de ter sofri­do um aci­dente no metrô de Teerã, há duas sem­anas. De acor­do com as notí­cias, Ger­a­vand entrou em coma.

“As atu­al­iza­ção sobre o esta­do de saúde de Armi­ta Ger­a­vand indicam que sua condição de morte cere­bral parece cer­ta, ape­sar dos esforços da equipe médi­ca”, disse a agên­cia de notí­cias estatal Tas­nim nesse domin­go.

A Orga­ni­za­ção Hen­gaw para os Dire­itos Humanos, com sede na Norue­ga, que se ded­i­ca à defe­sa dos dire­itos cur­dos, adiantou que Armi­ta foi “agre­di­da” pela polí­cia moral e entrou em coma. O grupo tam­bém divul­gou que a ado­les­cente está no hos­pi­tal da Força Aérea “sob forte segu­rança” e que a família não pode vê-la.

O grupo Hen­gaw foi dos primeiros a tornar a hos­pi­tal­iza­ção de Armi­ta Ger­a­vand públi­ca, par­til­han­do fotos da meni­na nas redes soci­ais que mostravam seu esta­do incon­sciente, com um tubo res­pi­ratório e as lig­aduras na cabeça, visivel­mente neces­si­tan­do equipa­men­to de suporte de vida.

Awyer Shekhi, fun­cionária da Hen­gaw, con­tou à amis­so­ra norte-amer­i­cana CNN que poli­ci­ais da moral­i­dade abor­daram a ado­les­cente per­to da estação de metrô Shoha­da e pedi­ram que ela ajus­tasse o hijab.

“O pedi­do des­en­cadeou atri­to com as poli­ci­ais, que agredi­ram fisi­ca­mente a jovem. Ela foi empurra­da e caiu, con­tou Shekhi.

site de notí­cias inde­pen­dente Iran­Wire divul­gou que Armi­ta foi inter­na­da no hos­pi­tal com “trau­ma­tismo cra­ni­ano”.

Além de negar as acusações, a ver­são das autori­dades ira­ni­anas afir­ma que ela foi hos­pi­tal­iza­da depois de ter des­ma­ia­do dev­i­do à pressão arte­r­i­al baixa.

À agên­cia de notí­cias estatal, os ami­gos e famil­iares da ado­les­cente reit­er­aram as argu­men­tações da polí­cia, porém há sus­pei­ta de que ess­es teste­munhos foram dados sob coação das autori­dades ira­ni­anas.

O caso lem­bra a morte de Masha Ami­ni, há pouco mais de um ano, quan­do esta­va sob custó­dia da polí­cia da moral­i­dade, geran­do uma onda de protestos sem prece­dentes no Irã. Mah­sa tin­ha 22 anos e foi deti­da pela polí­cia da moral, acu­sa­da de vio­lar o códi­go de ves­tuário con­ser­vador e rig­oroso ira­ni­ano.

Lei do hijab

Em setem­bro, a repressão aumen­tou com o Par­la­men­to do Irã aprovan­do a “Lei do hijab” sobre o uso de ves­tuário, que caso seja vio­la­da, pode levar a até dez anos de prisão.

Para mostrar este endurec­i­men­to, as autori­dades ira­ni­anas jul­gar­am e con­denaram as duas jor­nal­is­tas que reg­is­traram pela primeira vez a morte de Ami­ni.

Niloo­far Hame­di, de 31 anos, que tra­bal­ha­va para o jor­nal reformista Shargh, foi con­de­na­da a 13 anos de prisão sob acusações que incluíam “coop­er­ação com o gov­er­no hos­til dos Esta­dos Unidos” e “con­luio para come­ter crimes con­tra a segu­rança do país”, rela­tou o jor­nal Mizan .

Ela­heh Moham­ma­di, 36 anos, que esta­va ao serviço do jor­nal reformista Ham-Mihan como repórter fotográ­fi­ca, foi con­de­na­da a 12 anos por acusações semel­hantes.

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