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Março Azul: internações por câncer de intestino batem recorde no país

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Campanha alerta sobre importância de diagnóstico precoce


Pub­li­ca­do em 15/03/2023 — 07:56 Por Paula Labois­sière – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Em média, 265 brasileiros são inter­na­dos diari­a­mente no Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS) por com­pli­cações graves rela­cionadas ao câncer de intesti­no, tam­bém con­heci­do como câncer col­or­re­tal. O número, iden­ti­fi­ca­do ao lon­go de 2022, atingiu o maior pata­mar da déca­da, con­forme lev­an­ta­men­to da Sociedade Brasileira de Endo­scopia Diges­ti­va, da Sociedade Brasileira de Colo­proc­tolo­gia e da Fed­er­ação Brasileira de Gas­troen­terolo­gia (FBG).

De acor­do com as enti­dades, os reg­istros de inter­nação trazem números alar­mantes: 768.663 hos­pi­tal­iza­ções só no SUS para o trata­men­to da doença entre 2013 e 2022. Já os dados de mor­tal­i­dade decor­rentes desse tipo de câncer indicam que, somente em 2021, foram reg­istra­dos 19.924 óbitos. Os casos aumen­tam, em média, cer­ca de 5% a cada ano, sendo que hou­ve cresci­men­to de 40% em relação aos casos reg­istra­dos em 2012 (14.270).

O Insti­tu­to Nacional do Câncer (Inca) pro­je­ta em 45.630 o número de novos casos de câncer de intesti­no no Brasil para o triênio de 2023 a 2025. Se tais pro­jeções se con­fir­marem, de acor­do com as enti­dades, a doença alcançará con­tin­gente supe­ri­or a 136 mil pes­soas no país. Segun­do o Inca, o risco esti­ma­do é de 21,10 casos por 100 mil habi­tantes, sendo 21.970 entre home­ns e 23.660 entre mul­heres.

“Ape­sar de pouco dis­cu­ti­da, a doença – que atinge o reto e intesti­no – já ocu­pa lugar de destaque entre as neo­plasias mais letais para home­ns e mul­heres no Brasil”, aler­tam as asso­ci­ações médi­cas. O diag­nós­ti­co de câncer col­or­re­tal, entre­tan­to, não é sen­tença de morte Se não for bem trata­do, pode, de fato, ter con­se­quên­cias sérias para o bem-estar do paciente. Mas, quan­to mais cedo for descober­to, maior a pos­si­bil­i­dade de inter­venção e cura.

A ori­en­tação é que, a par­tir dos 45 anos, todos devem procu­rar um médi­co para avaliar a saúde do intesti­no. Cer­ca de 90% dos casos de câncer de intesti­no têm origem a par­tir de um pólipo, tipo de lesão na mucosa do intesti­no que pode se trans­for­mar em câncer. Em uma colono­scopia, por exem­p­lo, ess­es póli­pos podem ser reti­ra­dos, pre­venin­do a doença. Em casos de históri­co de família, é impor­tante que a avali­ação seja fei­ta antes mes­mo dos 45 anos.

Out­ro aler­ta é que pes­soas com doenças infla­matórias intesti­nais, como reto­co­l­ite ulcer­a­ti­va e doença de Crohn, têm risco aumen­ta­do para o câncer de intesti­no. Parte dess­es pacientes pode não apre­sen­tar qual­quer tipo de sin­toma nas fas­es ini­ci­ais da doença – daí a importân­cia dos exam­es diag­nós­ti­cos.

Internações

Ape­sar da pan­demia de covid-19 — perío­do em que baixou o número de inter­nações decor­rentes de out­ras doenças — 2022 reg­istrou aumen­to nas hos­pi­tal­iza­ções para trata­men­to de câncer de intesti­no em 21 esta­dos brasileiros. O maior aumen­to pro­por­cional acon­te­ceu em Mato Grosso, onde a quan­ti­dade de inter­nações pas­sou de 917 em 2020 para 1.385 em 2022 – um salto de 51%.

Ao lon­go da série históri­ca, em val­ores abso­lu­tos São Paulo aparece como o esta­do com mais reg­istros: 178.355 hos­pi­tal­iza­ções. Na segun­da posição figu­ra o Paraná, com 108.296 ocor­rên­cias. Logo depois, apare­cem Minas Gerais (105.441 casos), Rio Grande do Sul (78.140 casos) e San­ta Cata­ri­na (48.995 casos).

Campanha

Ao logo de todo este mês, as asso­ci­ações médi­cas envolvi­das no lev­an­ta­men­to divul­gam uma cam­pan­ha nacional de con­sci­en­ti­za­ção e pre­venção do câncer de intesti­no chama­da Março Azul. Em 2023, com o slo­gan “Saúde é pre­venção. Cuide de você, evite o câncer de intesti­no”, os espe­cial­is­tas chamam a atenção dos brasileiros sobre a neces­si­dade de con­ju­gar pre­venção, diag­nós­ti­co e trata­men­to pre­co­ces.

A pro­pos­ta é inve­stir em ações de pre­venção e evi­tar que pacientes pre­cisem ser inter­na­dos. A cam­pan­ha desta­ca que exis­tem méto­dos diag­nós­ti­cos de menor com­plex­i­dade e que podem ser ofer­e­ci­dos de for­ma sis­tem­ati­za­da pelo SUS para ras­trear pacientes mais propen­sos a desen­volver a doença. Quan­do alter­ações no reto e no intesti­no são diag­nos­ti­cadas em está­gios ini­ci­ais, há pos­si­bil­i­dade de inter­vir pre­co­ce­mente e pre­venir uma evolução des­fa­voráv­el.

Por apre­sen­tar poucos sinais em está­gios ini­ci­ais, o câncer de intesti­no deve ser ras­trea­do peri­odica­mente em home­ns e mul­heres, a par­tir dos 45 anos de idade. Essa inves­ti­gação acon­tece, basi­ca­mente, por meio da real­iza­ção de dois exam­es: a pesquisa de sangue ocul­to nas fezes e a colono­scopia.

Como for­mas de pre­venir o surg­i­men­to de novos casos, as enti­dades aler­tam para o com­bate ao tabag­is­mo, ao alcoolis­mo, ao seden­taris­mo, ao con­sumo exces­si­vo de carnes ver­mel­has e a dietas pobre em fibras. Todos os fatores são con­sid­er­a­dos de risco para o desen­volvi­men­to do câncer col­or­re­tal. Mais infor­mações podem ser obti­das no site da cam­pan­ha .

Edição: Graça Adju­to

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