...
domingo ,13 outubro 2024
Home / Saúde / Marco na erradicação da pólio, gotinha dá lugar à vacina injetável

Marco na erradicação da pólio, gotinha dá lugar à vacina injetável

Repro­dução: © Arquivo/Agência Brasil

Substituição da dose oral no Brasil é recomendada pela OMS


Publicado em 19/09/2024 — 09:02 Por Paula Laboissière — Enviada especial* — Recife

ouvir:

A vaci­na oral poliomielite (VOP, na sigla em inglês), será ofi­cial­mente aposen­ta­da no Brasil em menos de dois meses. Pop­u­lar­mente con­heci­da como got­in­ha, a dose será sub­sti­tuí­da pela vaci­na ina­ti­va­da poliomielite (VIP, na sigla em inglês), apli­ca­da no for­ma­to injetáv­el. De acor­do com a rep­re­sen­tante do Comitê Mater­no-Infan­til da Sociedade Brasileira de Infec­tolo­gia, Ana Fro­ta, a pre­visão é que a reti­ra­da da VOP em todo o país ocor­ra até 4 de novem­bro.

Ao par­tic­i­par da 26ª Jor­na­da Nacional de Imu­niza­ções, no Recife, Ana lem­brou que a VOP con­tém o vírus enfraque­ci­do e que, quan­do uti­liza­da em meio a condições san­itárias ruins, pode levar a casos de pólio deriva­dos da vaci­na, con­sid­er­a­dos menos comuns que as infecções por poliovírus sel­vagem. “Mas, quan­do se vaci­na o mun­do inteiro [com a VOP], você tem muitos de casos. E quan­do eles começam a ser mais fre­quentes que a doença em si, é a hora em que as autori­dades públi­cas pre­cisam agir”.

A sub­sti­tu­ição da dose oral pela injetáv­el no Brasil tem o aval da Câmara Téc­ni­ca de Asses­so­ra­men­to em Imu­niza­ção (CTAI) e é recomen­da­da pela Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS). “Nos parece bem lóg­i­ca a tro­ca das vaci­nas”, avalia Ana, ao citar que, a par­tir de ago­ra, a ori­en­tação é que a VOP seja uti­liza­da ape­nas para con­t­role de sur­tos, con­forme ocorre na Faixa de Gaza, no Ori­ente Médio. A região noti­fi­cou qua­tro casos de par­al­isia flá­ci­da — dois descar­ta­dos para pólio, um con­fir­ma­do e um que segue em inves­ti­gação.

Ana lem­brou que, entre 2019 e 2021, cer­ca de 67 mil­hões de cri­anças perder­am par­cial ou total­mente dos­es da vaci­nação de roti­na. “A própria ini­cia­ti­va glob­al [Aliança Mundi­al para Vaci­nas e Imu­niza­ção, parce­ria da OMS] teve que parar a vaci­nação con­tra a pólio por qua­tro meses durante a pan­demia”, desta­cou.  Out­ras situ­ações que, segun­do ela, com­pro­m­e­tem e deix­am lacu­nas na imi­tação incluem emergên­cias human­itárias, con­fli­tos, fal­ta de aces­so.

Entenda

Em 2023, o Min­istério da Saúde infor­mou que pas­saria a ado­tar exclu­si­va­mente a VIP no reforço apli­ca­do aos 15 meses de idade, até então feito na for­ma oral. A dose injetáv­el já é vin­ha sendo apli­ca­da aos 2, 4 e 6 meses de vida, con­forme o Cal­endário Nacional de Vaci­nação. Já a dose de reforço con­tra a pólio, antes apli­ca­da aos 4 anos, segun­do a pas­ta, não será mais necessária, já que o esque­ma vaci­nal com qua­tro dos­es vai garan­tir pro­teção con­tra a pólio.

A atu­al­iza­ção con­sider­ou critérios epi­demi­ológi­cos, evidên­cias rela­cionadas à vaci­na e recomen­dações inter­na­cionais sobre o tema. Des­de 1989, não há noti­fi­cação de casos de pólio no Brasil, mas as cober­turas vaci­nais sofr­eram quedas suces­si­vas nos últi­mos anos.

*A repórter via­jou a con­vite da Sociedade Brasileira de Imu­niza­ções (SBIm)

Edição: Aécio Ama­do

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Infecção por HIV em transplantes é investigada no Rio

Secretaria de Saúde e Cremerj abriram sindicância Mar­i­ana Tokar­nia – Repórter da Agên­cia Brasil Pub­li­ca­do …