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Mauro Cid prestará novo depoimento à PF na terça-feira

Defesa diz que não há preocupação que acordo de delação seja cancelado

Andreia Verdélio – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 17/11/2024 — 15:18
Brasília
RETROSPECTIVA_2023 - Tenente-coronel Mauro Cid depõe na CPI dos atos golpistas - Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Repro­dução: © Lula Marques/Agência Brasil

O tenente-coro­nel do Exérci­to Mau­ro Cid, ex-aju­dante de Ordens do ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro, prestará novo depoi­men­to à Polí­cia Fed­er­al (PF), na próx­i­ma terça-feira (19), em Brasília. Cid fechou acor­do de colab­o­ração pre­mi­a­da após ter sido pre­so no âmbito do inquéri­to que apu­ra fraudes em cer­ti­fi­ca­dos de vaci­nação con­tra a covid-19.

Além do caso ref­er­ente às vaci­nas, ele cooper­ou com a inves­ti­gação sobre a ten­ta­ti­va de golpe de Esta­do que teria sido elab­o­ra­da no alto escalão do gov­er­no Bol­sonaro e tam­bém é impli­ca­do no esque­ma de ven­da de joias e pre­sentes entregues ao ex-pres­i­dente por autori­dades estrangeiras.

O advo­ga­do de Cid, Cezar Bit­ten­court, disse à Agên­cia Brasil, neste domin­go (17), que não há “nen­hu­ma pre­ocu­pação” da defe­sa de que o acor­do de delação de Cid seja reavali­a­do. Segun­do Bit­ten­court, é comum que novas infor­mações sur­jam durante o inquéri­to e a polí­cia pro­cure nova­mente as pes­soas que estão sendo inves­ti­gadas.

Mas, se a Polí­cia Fed­er­al con­cluir que Mau­ro Cid não cumpriu as obri­gações do acor­do, o ex-aju­dante de ordens poderá ser alvo de um pedi­do de rescisão da colab­o­ração. A medi­da não anu­lar­ia a delação, mas can­ce­lar­ia os bene­fí­cios, entre eles, o dire­ito de per­manecer em liber­dade.

Mau­ro Cid foi pre­so em 3 maio de 2023, no âmbito da Oper­ação Venire, que inves­ti­ga a inserção de dados fal­sos de vaci­nação con­tra a covid-19 nos sis­temas do Min­istério da Saúde. Ele ficou pre­so em um batal­hão da Polí­cia do Exérci­to, em Brasília, até 9 de setem­bro, quan­do fir­mou a colab­o­ração pre­mi­a­da com a PF e foi solto por decisão do min­istro do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al Alexan­dre de Moraes.

As inves­ti­gações apon­taram que o ex-pres­i­dente Bol­sonaro e inte­grantes de seu gov­er­no, incluin­do min­istros de Esta­do e mil­itares, for­mu­la­ram uma min­u­ta, com a par­tic­i­pação de Bol­sonaro, que pre­via uma série de medi­das con­tra o Poder Judi­ciário, incluin­do a prisão de min­istros da Supre­ma Corte. Esse grupo tam­bém pro­moveu reuniões para impul­sion­ar a divul­gação de notí­cias fal­sas con­tra o sis­tema eleitoral brasileiro.

Men­sagens encon­tradas no celu­lar de Mau­ro Cid mostram que, ape­sar de relatórios e reuniões garan­ti­rem que as urnas eletrôni­cas são seguras, deu-se con­tinuidade à elab­o­ração da min­u­ta do golpe.

Em março deste ano, Cid foi pre­so nova­mente por des­cumpri­men­to de caute­lares impostas e por obstrução de Justiça. Na ocasião, hou­ve o vaza­men­to de áudios em que o ex-aju­dante de ordens crit­i­ca a atu­ação do rela­tor dos casos, min­istro Alexan­dre de Moraes, e afir­ma que foi pres­sion­a­do pela PF a delatar episó­dios dos quais não tin­ha con­hec­i­men­to ou “o que não acon­te­ce­r­am”.

Mau­ro Cid foi solto nova­mente em maio, em liber­dade pro­visória con­ce­di­da pelo min­istro.

O min­istro Alexan­dre de Moraes decid­iu man­ter a val­i­dade do acor­do de delação após a con­fir­mação das infor­mações pelo mil­i­tar, durante a audiên­cia na qual ele foi pre­so.

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