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Médicos alertam sobre riscos do manuseio de fogos de artifício

Repro­dução: © Gabriel Monteiro/SECOM

Artifício deve ser comprado em lojas especializadas


Pub­li­ca­do em 27/12/2023 — 06:37 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Emb­o­ra sejam ele­men­tos tradi­cional­mente usa­dos nas comem­o­rações de fim de ano, no Natal e no Réveil­lon, os fogos de artifí­cio ofer­e­cem peri­go poten­cial se não forem manuse­a­d­os com a dev­i­da atenção. O aler­ta é da Sociedade Brasileira de Cirur­gia da Mão (SBCM).

Dados do Min­istério da Saúde rev­e­lam que de 2019 a 2022, o Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS) reg­istrou 1.548 inter­nações por fer­i­men­tos cau­sa­dos por fogos de artifí­cio, à média de um caso por dia. Neste ano de 2023, infor­mações pre­lim­inares do min­istério mostram um total de 266 inter­nações com esse mes­mo per­fil, efe­t­u­adas entre janeiro e setem­bro.

O dire­tor de Comu­ni­cação da sociedade, Sér­gio Augus­to Macha­do da Gama, disse nes­ta quar­ta-feira (6) à Agên­cia Brasil que nes­ta época do ano, os fogos con­stituem grande pre­ocu­pação da enti­dade, por causa dos aci­dentes que provo­cam. As mãos, prin­ci­pal­mente, são as partes do cor­po mais expostas, além do pun­ho, ros­to e olhos, inclu­sive. “São os lugares onde a gente vê mais aci­dentes com fogos de artifí­cio.”

Cuidados

O cirurgião defende que os fogos de artifí­cio sejam admi­ra­dos de longe e não em lugares pri­va­dos por pes­soas não preparadas para isso. Ele indi­cou, porém, que cuida­dos podem ser toma­dos para mit­i­gar efeitos danosos, como queimaduras graves, lesões e até amputações. Uma das dicas é que, para soltar rojão, devem ser usa­dos pro­lon­gadores que man­ten­ham dis­tân­cia entre a mão e o artefa­to.

Os fogos de artifí­cio devem ser com­pra­dos somente em lojas espe­cial­izadas e não de fab­ri­cação caseira e não devem ser reuti­liza­dos quan­do não acen­dem. Evi­tar beber antes de acen­der fogos de artifí­cio é out­ra recomen­dação dada pelo médi­co, porque isso aumen­ta a chance de aci­dentes.

Em relação às cri­anças, os cuida­dos se redo­bram. “Cri­anças não devem soltar nada e devem ficar longe, a uma dis­tân­cia segu­ra de qual­quer foguete ou fogo de artifí­cio”, afir­mou. “Infe­liz­mente, não são só queimaduras que resul­tam de fogos de artifí­cio. às vezes são amputações de dedos. Eu já peguei até amputação de mão inteira por explosão de rojões.”

Queimaduras

Queimaduras graves neces­si­tam de atendi­men­to urgente. Para queimaduras mais leves, sem fer­i­men­to, a indi­cação é lavar com água cor­rente, pro­te­ger com um pano úmi­do e limpo e procu­rar um serviço médi­co. “São medi­das que se faz de ime­di­a­to”, expli­cou o dire­tor da SBCM. Por out­ro lado, aler­tou que não se deve pas­sar no local queima­do pas­ta de dente, clara de ovo, man­teiga, porque ess­es pro­du­tos podem traz­er infecção no local. “Algu­mas vezes se for­mam bol­has, mas somente o médi­co pode estourar”, adver­tiu.

No caso de fer­i­men­tos em que hajam frat­uras e amputações, o pro­ced­i­men­to é lavar, pro­te­ger o local e, se estiv­er san­gran­do, faz­er uma com­pressão com um pano limpo e seguir para o pron­to-socor­ro. “Porque o grau de gravi­dade de uma queimadu­ra, após uma explosão, é muito vari­a­do. Vai des­de o primeiro grau até amputações ter­ríveis”. Sem falar nas pes­soas que ficam cegas, com lesão de reti­na ou de tím­pano. “É bom comem­o­rar, mas com pre­caução”.

Sér­gio Augus­to Macha­do da Gama comen­tou, ain­da, que já exis­tem cidades no mun­do, como Pra­ga, cap­i­tal da Repúbli­ca Tcheca, que proibi­ram a práti­ca de queima públi­ca de fogos, por con­ta da poluição, de risco de aci­dentes e de aglom­er­ações. Além dis­so, os fogos, em espe­cial os rojões, provo­cam estresse em criat­uras com sen­si­bil­i­dade audi­ti­va, como bebês, cri­anças, idosos, autis­tas e ani­mais.

Especialistas

Fun­da­da em 1959, a SBCM con­gre­ga médi­cos espe­cial­is­tas em cirur­gia da mão e recon­stru­ti­va do mem­bro supe­ri­or. A insti­tu­ição pro­move a for­mação de profis­sion­ais, além de fornecer condições para atu­al­iza­ção per­ma­nente, sob a for­ma de ensi­no, pesquisa, edu­cação con­tin­u­a­da, desen­volvi­men­to cul­tur­al e defe­sa profis­sion­al.

Edição: Maria Clau­dia

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