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Ministério promove atos em memória a Bruno Pereira e Dom Phillips

Repro­dução: © Reuters/Ueslei Marceli­no

Indigenista e jornalista foram mortos há dois anos, na Amazônia


Publicado em 05/06/2024 — 07:05 Por Alex Rodrigues — Repórter da Agência Brasil — Brasília

Os assas­si­natos do indi­genista Bruno Pereira e do jor­nal­ista britâni­co Dom Phillips, no Vale do Javari, na Amazô­nia, com­ple­tam dois anos nes­ta quar­ta-feira (5). Em hom­e­nagem às víti­mas, o Min­istério dos Povos Indí­ge­nas pro­moverá, em Brasília, três atos públi­cos.

O primeiro even­to acon­te­cerá às 14 horas, no Cine Brasília, no bair­ro Asa Sul (SHCS EQS 106/107, s/nº) e deve con­tar com a pre­sença das viú­vas de Bruno e Dom, Beat­riz Matos e Alessan­dra Sam­paio, respec­ti­va­mente, e de autori­dades fed­erais e rep­re­sen­tantes de orga­ni­za­ções não gov­er­na­men­tais (ONGs) e indi­genistas.

Além da exibição gra­tui­ta do doc­u­men­tário Vale dos Iso­la­dos: o assas­si­na­to de Bruno e Dom, haverá um debate sobre a luta dos defen­sores de dire­itos humanos, comu­ni­cadores e ambi­en­tal­is­tas no Vale do Javari.

Dirigi­do pela repórter Sônia Bri­di, o filme rece­beu, em out­ubro de 2023, um dos mais impor­tantes e tradi­cionais prêmios jor­nalís­ti­cos em Dire­itos Humanos do Brasil, o Vladimir Her­zog, na cat­e­go­ria mel­hor pro­dução jor­nalís­ti­ca em vídeo, por “rev­e­lar como a neg­ligên­cia do Esta­do fez ressur­gir um ciclo históri­co de vio­lên­cia na região com o maior número de indí­ge­nas iso­la­dos do mun­do.

O segun­do ato está pre­vis­to para começar às 18 horas, na Esplana­da dos Min­istérios. Ima­gens de Bruno e de Dom serão pro­je­tadas no blo­co A dos edifí­cios min­is­te­ri­ais, onde fun­ciona parte da estru­tu­ra do Min­istério dos Dire­itos Humanos e da Cidada­nia. Os min­istros dos Povos Indí­ge­nas, Sonia Gua­ja­jara, e dos Dire­itos Humanos e Cidada­nia, Sil­vio Almei­da, par­tic­i­parão da ini­cia­ti­va.

O ter­ceiro e últi­mo ato ofi­cial em memória de Bruno e Dom ocor­rerá às 19h30, no Memo­r­i­al dos Povos Indí­ge­nas, local­iza­do no Eixo Mon­u­men­tal Oeste (Zona Cívi­co-Admin­is­tra­ti­va, Praça do Buri­ti, em frente ao Memo­r­i­al JK). Nele, haverá a apre­sen­tação de um bal­anço das ações que o gov­er­no fed­er­al imple­men­tou na região. O bal­anço envolve ini­cia­ti­vas que inte­gram o Plano de Pro­teção da Ter­ra Indí­ge­na (TI) do Vale do Javari, de pro­moção da pro­teção ter­ri­to­r­i­al e de garan­tia dos dire­itos soci­ais dos habi­tantes da área.

Segun­do o Min­istério dos Povos Indí­ge­nas, a cer­imô­nia será trans­mi­ti­da pelas redes soci­ais e o link será infor­ma­do ao lon­go do dia nos per­fis da pas­ta no Insta­gram.

Histórico

De acor­do com o Min­istério dos Povos Indí­ge­nas, dup­lo homicí­dio “rev­el­ou a jor­na­da de dois profis­sion­ais que se con­ver­teu em um mar­co da luta pelos dire­itos dos povos indí­ge­nas e da preser­vação do meio ambi­ente”.

Bruno Pereira e Dom Phillips foram mor­tos a tiros em 5 de jun­ho de 2022. A dupla tin­ha se reunido em Ata­la­ia do Norte (AM) no iní­cio de jun­ho. Dom plane­ja­va entre­vis­tar lid­er­anças indí­ge­nas e ribeir­in­hos para escr­ev­er um livro-reportagem que pre­tendia inti­t­u­lar de Como Sal­var a Amazô­nia.

Indi­genista expe­ri­ente, Bruno havia se licen­ci­a­do da Fun­dação Nacional dos Povos Indí­ge­nas (Funai) em fevereiro de 2020, por dis­cor­dar das novas ori­en­tações quan­to à exe­cução da políti­ca nacional indi­genista. Des­de então, atu­a­va como con­sul­tor téc­ni­co da União dos Povos Indí­ge­nas do Vale do Javari (Uni­va­ja). Além de guiar Dom, Bruno via­jaria para se reunir com lid­er­anças de comu­nidades do entorno da Ter­ra Indí­ge­na Vale do Javari — segun­da maior área do país des­ti­na­da ao usufru­to exclu­si­vo indí­ge­na e a que abri­ga a maior con­cen­tração de povos iso­la­dos em todo o mun­do.

A dupla foi vista pela últi­ma vez na man­hã do dia 5. Seus cor­pos só foram local­iza­dos em 15 de jun­ho, quan­do poli­ci­ais já tin­ham deti­do ao menos cin­co sus­peitos de par­tic­i­par do crime.

Em jul­ho de 2022, o Min­istério Públi­co Fed­er­al (MPF) denun­ciou Amar­il­do da Cos­ta Oliveira (con­heci­do pelo “Pela­do”), Oseney da Cos­ta de Oliveira (“Dos San­tos”) e Jef­fer­son da Sil­va Lima (“Pela­do da Din­ha”) por dup­lo homicí­dio qual­i­fi­ca­do e ocul­tação dos cor­pos de Bruno e Dom. Tam­bém foram deti­dos e indi­ci­a­dos pela Polí­cia Fed­er­al (PF) Ruben Dário da Sil­va Vil­lar (o Colôm­bia, e Jânio Fre­itas de Souza. O proces­so está em anda­men­to, mas a sub­seção Judi­ciária Fed­er­al de Tabatin­ga (AM) ain­da não mar­cou a data do jul­ga­men­to dos três prin­ci­pais acu­sa­dos.

Linha do Tempo - Bruno Pereira e Dom Philips
Repro­dução: Arte/Agência Brasil

*Matéria alter­a­da às 9h05 para cor­reção de infor­mação. O bal­anço das ações fed­erais ocor­rerá no even­to das 19h30, e não no even­to das 14h, como havia sido infor­ma­do ante­ri­or­mente pelo Min­istério dos Povos Indí­ge­nas.

Edição: Valéria Aguiar

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