...
sábado ,25 janeiro 2025
Home / Saúde / Ministra anuncia atualização da vacina contra pólio a partir de 2024

Ministra anuncia atualização da vacina contra pólio a partir de 2024

Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Reforço será feito com vacina injetável, após período de transição


Pub­li­ca­do em 07/07/2023 — 13:48 Por Ana Cristi­na Cam­pos – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

ouvir:

O Min­istério da Saúde vai sub­sti­tuir grad­ual­mente a vaci­na oral con­tra poliomielite pela ver­são ina­ti­va­da do imu­nizante a par­tir de 2024. A recomen­dação foi debati­da e aprova­da pela Câmara Téc­ni­ca de Asses­so­ra­men­to em Imu­niza­ção que con­sider­ou as novas evidên­cias cien­tí­fi­cas para pro­teção con­tra a doença.

Essa atu­al­iza­ção não rep­re­sen­ta o fim ime­di­a­to do imu­nizante na ver­são pop­u­lar­mente con­heci­da como got­in­ha, e sim um avanço tec­nológi­co para maior eficá­cia do esque­ma vaci­nal a ser feito após um perío­do de tran­sição, infor­mou o min­istério.

A indi­cação da câmara téc­ni­ca foi para que o Brasil passe a ado­tar exclu­si­va­mente a vaci­na ina­ti­va­da poliomielite no reforço aos 15 meses de idade, o que atual­mente é feito com a for­ma oral do imu­nizante. A for­ma injetáv­el é apli­ca­da aos dois, qua­tro e seis meses de vida, con­forme o Cal­endário Nacional de Vaci­nação. Por­tan­to, após um perío­do de tran­sição que começa no primeiro semes­tre de 2024, as cri­anças brasileiras que com­pletarem as três primeiras dos­es da vaci­na irão tomar ape­nas um reforço com a injetáv­el aos 15 meses.

A dose de reforço apli­ca­da atual­mente aos qua­tro anos não será mais necessária, já que o esque­ma vaci­nal com qua­tro dos­es garan­tirá a pro­teção con­tra a pólio. A atu­al­iza­ção con­sider­ou os critérios epi­demi­ológi­cos, as evidên­cias rela­cionadas à vaci­na e as recomen­dações inter­na­cionais sobre o tema.

Movimentos da sociedade

A nova recomen­dação foi apre­sen­ta­da, nes­ta sex­ta-feira (7), durante live [trans­mis­são ao vivo pela inter­net] da min­is­tra da Saúde, Nísia Trindade, com a Sociedade Brasileira de Pedi­a­tria (SBP).

“A retoma­da das altas cober­turas vaci­nais é uma pri­or­i­dade do gov­er­no fed­er­al. Esse é um movi­men­to, não uma cam­pan­ha iso­la­da, jus­ta­mente pela ideia de con­tinuidade e pelo con­stante mon­i­tora­men­to de resul­ta­dos. Esse tra­bal­ho não se restringe ao Min­istério da Saúde, por isso esta­mos indo aonde estão os movi­men­tos da sociedade”, expli­cou a min­is­tra.

Des­de 1989 não há noti­fi­cação de caso de pólio no Brasil, mas as cober­turas vaci­nais con­tra a doença sofr­eram quedas suces­si­vas nos últi­mos anos. Em todo o Brasil, a cober­tu­ra ficou em 77,19% no ano pas­sa­do, longe da meta de 95% para essa vaci­na. Por isso, a mobi­liza­ção para retomar as altas cober­turas vaci­nais no país, que já foi refer­ên­cia inter­na­cional, é fun­da­men­tal.

Multivacinação

Durante a live, tam­bém foi abor­da­da a ação de mul­ti­vaci­nação volta­da para menores de 15 anos com todas as vaci­nas do cal­endário nacional. A ideia é checar as cader­ne­tas de vaci­nação e atu­al­izá-las com as dos­es fal­tantes.

O Min­istério da Saúde vai repas­sar mais de R$ 151 mil­hões para esta­dos e municí­pios inve­stirem nas ações de vaci­nação. A por­taria com a des­ti­nação dos recur­sos será pub­li­ca­da nas próx­i­mas sem­anas.

Para com­bat­er o risco de rein­tro­dução de doenças que já foram elim­i­nadas pela vaci­nação — como a poliomielite – o min­istério ado­tou o microplane­ja­men­to em que ele tra­bal­ha com esta­dos e municí­pios para mel­ho­rar o plane­ja­men­to das ações de vaci­nação.

Equipes irão aos esta­dos para par­tic­i­par de ações deste méto­do, como a análise da situ­ação dos dados (car­ac­terís­ti­cas geográ­fi­cas, socioe­conômi­cas e demográ­fi­cas locais), definição de estraté­gias de vaci­nação, segui­men­to e mon­i­tora­men­to das ações e avali­ação de todo o proces­so da vaci­nação para o alcance das metas.

Estratégia

A ideia é que o municí­pio se orga­nize e se plane­je con­sideran­do a real­i­dade local. Neste sen­ti­do, a estraté­gia de imu­niza­ção será adap­ta­da con­forme a pop­u­lação, a estru­tu­ra de saúde e a real­i­dade socioe­conômi­ca e geográ­fi­ca. Entre as estraté­gias que podem ser ado­tadas através do microplane­ja­men­to pelos municí­pios estão a vaci­nação nas esco­las, a bus­ca ati­va de não vaci­na­dos, vaci­nação em qual­quer con­ta­to com serviço de saúde, vaci­nação extra­muros, checagem da cader­ne­ta de vaci­nação e inten­si­fi­cação da vaci­nação em áreas indí­ge­nas.

Com base nes­sa estraté­gia, ante­cipou-se a mul­ti­vaci­nação em esta­dos de fron­teira, como Acre e Ama­zonas. O próx­i­mo esta­do a rece­ber essa ação será o Amapá, a par­tir do dia 15 de jul­ho, com um Dia D da Vaci­nação.

Edição: Kle­ber Sam­paio

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

ANS lança ferramenta para mapeamento de profissionais de saúde

Ferramenta contribuirá para disseminação de dados no setor privado Agên­cia Brasil Pub­li­ca­do em 23/01/2025 — …