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Ministro de Bolsonaro revelou reuniões com militares sobre reeleição

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Ex-titular da Defesa tratava TSE como inimigo da gestão passada


Pub­li­ca­do em 09/02/2024 — 17:55 Por Alex Rodrigues e Pedro Peduzzi — Repórteres da Agên­cia Brasil — Brasília

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Durante a reunião de gov­er­no em 5 de jul­ho de 2022, no Palá­cio do Planal­to, o então min­istro da Defe­sa Paulo Sér­gio Nogueira se referiu ao Tri­bunal Supe­ri­or Eleitoral (TSE) como um “inimi­go” mil­i­tar da gestão do ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro.

Fal­tan­do menos de 100 dias para o primeiro turno das eleições e com Bol­sonaro apare­cen­do em segun­do lugar nas pesquisas de intenção de votos, Nogueira disse, aparente­mente sem saber que esta­va sendo grava­do, que vin­ha se reunin­do com coman­dantes das Forças Armadas a fim de dis­cu­tir a atu­ação mil­i­tar no proces­so eleitoral e man­ter Bol­sonaro no poder.

“Estou real­izan­do, sem­anal­mente, reuniões com os coman­dantes de Força. Este cenário nós estu­damos, tra­bal­hamos, e temos reuniões deci­si­vas pela frente para ver­mos o que pode ser feito; que ações poderão ser tomadas para que pos­samos ter transparên­cia, segu­rança, condições de audi­to­ria e para que as eleições transcor­ram da for­ma como a gente son­ha. E que o sen­hor, com o que a gente vê no dia a dia, ten­hamos o êxi­to de o reeleger. Este é o dese­jo de todos nós”, declar­ou Nogueira.

Durante a reunião, Bol­sonaro, Nogueira e out­ros min­istros, como os ex-tit­u­lares da Con­tro­lado­ria-Ger­al da União (CGU), Wag­n­er Rosário, e do Gabi­nete de Segu­rança Insti­tu­cional (GSI), Augus­to Heleno, voltaram a ale­gar que as urnas eleitorais eletrôni­cas não podem ser audi­tadas e que o Poder Judi­ciário não tem cred­i­bil­i­dade. Na avali­ação de Bol­sonaro, que ten­ta­va se reeleger, havia um com­plô para garan­tir que o então can­dida­to petista Luiz Iná­cio Lula da Sil­va gan­has­se as eleições.

“Neste momen­to [jul­ho de 2022], o que sin­to é ape­nas na lin­ha de con­ta­to com o inimi­go. Na guer­ra, a gente tem lin­ha de con­ta­to, lin­ha de par­ti­da. Vou romper aqui­lo e ini­ciar min­ha oper­ação. E vejo as Forças Armadas e o Min­istério da Defe­sa nes­ta lin­ha de con­ta­to”, comen­tou Nogueira, referindo-se à par­tic­i­pação de mil­itares na Comis­são de Transparên­cia Eleitoral que o TSE tin­ha cri­a­do pouco tem­po antes, em respos­ta às críti­cas, e com o obje­ti­vo de dar mais transparên­cia ao proces­so eleitoral.

“Vou falar aqui [algo] muito grave: sen­hores, a comis­são é para inglês ver”, disse Nogueira, repetindo que ape­nas três das 15 pro­postas que rep­re­sen­tantes das Forças Armadas apre­sen­taram à comis­são foram aceitas.

Já na época, o TSE reba­teu as críti­cas que Nogueira fazia em públi­co, ale­gan­do que acol­heu parte das sug­estões mil­itares para apri­mora­men­to das eleições e que alguns pedi­dos de infor­mações foram inde­feri­dos dev­i­do à “intem­pes­tivi­dade da solic­i­tação”.

A reunião da equipe de gov­er­no está reg­istra­da em um vídeo divul­ga­do nes­ta sex­ta-feira (9) pelo Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF), no âmbito da Oper­ação Tem­pus Ver­i­tatis. A oper­ação foi deflagra­da na quin­ta-feira (8), pela Polí­cia Fed­er­al (PF), para inves­ti­gar uma supos­ta orga­ni­za­ção crim­i­nosa cuja atu­ação teria resul­ta­do na ten­ta­ti­va mal­suce­di­da de golpe de Esta­do no 8 de janeiro de 2023.

Edição: Aline Leal

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