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MIS celebra carreira de Tina Turner com exposição fotográfica em SP

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Mostra fica em cartaz no museu até dia 9 de julho


Pub­li­ca­do em 06/05/2023 — 09:58 Por Elaine Patri­cia Cruz – Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

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Em 1988, o Está­dio do Mara­canã, no Rio de Janeiro, reuniu um dos seus maiores públi­cos. Mais de 188 mil pes­soas estiver­am no local para pres­en­ciar o show de uma artista inter­na­cional, o que colo­cou o even­to no livro dos recordes. A artista que que­brou essa mar­ca, alcançan­do o maior públi­co para um show solo foi Anna Mae Bul­lock, mais con­heci­da como Tina Turn­er.

Dona de voz potente e úni­ca e rit­mo frenéti­co, Tina Turn­er fez história na músi­ca inter­na­cional. Com quase 200 mil­hões de dis­cos ven­di­dos e 12 Gram­mys, ela é uma das can­toras de maior suces­so de todos os tem­pos, ten­do sido con­sid­er­a­da a rain­ha do rock. Criou um esti­lo úni­co de se vestir e de se apre­sen­tar nos pal­cos e seu suces­so se esten­deu para além da músi­ca:  pas­sou a lançar moda e tam­bém atu­ou em diver­sos filmes, como Mad Max.

O suces­so da can­to­ra sem­pre foi acom­pan­hado pelas lentes de diver­sos fotó­grafos. E, ago­ra, as ima­gens pro­duzi­das por qua­tro dess­es profis­sion­ais chegam ao Brasil e estão expostas no Museu da Imagem e do Som (MIS), na Aveni­da Europa, em São Paulo. A mostra Tina Turn­er: uma viagem para o futuro fica em car­taz até o dia 9 de jul­ho.

“A Tina Turn­er é um dos ícones do sécu­lo 20. Entre o final dos anos 80 e iní­cio dos anos 90, com certeza, foi a artista mais famosa e mais rel­e­vante do mun­do”, disse André Sturm, dire­tor exec­u­ti­vo do MIS-SP.

“Ela é uma mul­her negra que, aos 40 anos, se rein­ven­tou de uma maneira fem­i­ni­na, sexy, cheia de ener­gia, de suor e de feli­ci­dade e com músi­cas muito potentes. Quem não a con­heceu, terá aqui a chance de se empol­gar com essa mul­her extra­ordinária. E temos a sorte de ter fotó­grafos que foram muito próx­i­mos da Tina e que con­seguiram cap­tá-la em momen­tos que a gente não teve. Não são ape­nas fotos de pal­co, mas de basti­dores tam­bém”, acres­cen­tou.

“Essa exposição chega para rev­er­en­ciar a tra­jetória de uma mul­her potente, forte e exem­p­lo para toda uma ger­ação. E tam­bém para traz­er esse lega­do para uma galera que ain­da não a con­hece”, ressaltou Lia Vis­sot­to, co-real­izado­ra da exposição.

As fotos, que nun­ca havi­am sido expostas no Brasil, foram pro­duzi­das por Bob Gru­en, Ebet Roberts, Ian Dick­son e Lynn Gold­smith. São 120 ima­gens da rain­ha do rock, que mostram a can­to­ra  não só nos pal­cos, mas tam­bém em sua difí­cil vida pri­va­da.

São Paulo (SP), 04/05/2023 - Exposição Tina Turner: uma viagem para o futuro, com curadoria de Adriana Couto e ecossistema criativo MOOC, no Museu da Imagem e do Som - MIS. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: Tina Turn­er no MIS, por Rove­na Rosa/Agência Brasil

“A exposição da Tina Turn­er é como uma opor­tu­nidade de você estar em um show dela. A maior parte  das ima­gens foi fei­ta no pal­co. E o pal­co é o espaço de cri­ação dela, de liber­dade. Foram feitas por fotó­grafos do mun­do da músi­ca e do mun­do do rock que a acom­pan­haram por um perío­do muito grande. São fotos que trazem out­ras per­spec­ti­vas, out­ras pos­si­bil­i­dades e te deix­am muito per­to dessa mul­her que é um ícone”, afir­mou Adri­ana Couto, uma das curado­ras da exposição, em entre­vista à Agên­cia Brasil.

A mostra reúne fotografias históri­c­as, con­teú­dos audio­vi­suais e insta­lações apre­sen­tan­do o iní­cio da car­reira de Tina Turn­er, des­de a déca­da de 60 até o final dos anos 90. Nasci­da em 1939, no con­ser­vador esta­do do Ten­nessee, nos Esta­dos Unidos, ela ini­ciou sua car­reira em 1957, sob o nome de Lit­tle Ann, ao lado de Ike Turn­er, com quem foi casa­da entre 1962 e 1978.

O nome pelo qual ficaria mundial­mente con­heci­da só surgiu em 1960, com o lança­men­to do sin­gle A Fool in Love. Mas somente 24 anos depois, já divor­ci­a­da de uma relação extrema­mente abu­si­va com Ike Turn­er, é que Tina gan­hou o seu primeiro Gram­my.

Nichos

A mostra foi orga­ni­za­da em torno de qua­tro temas prin­ci­pais rela­ciona­dos à vida de Tina: sua car­reira musi­cal, o poder fem­i­ni­no, sua par­tic­i­pação no cin­e­ma e seu esti­lo úni­co refleti­do nos fig­uri­nos e pen­tea­d­os emblemáti­cos.

“As ima­gens não foram sep­a­radas de for­ma cronológ­i­ca. Elas foram sep­a­radas em nichos. Colo­camos no poder fem­i­ni­no esse lugar de ver a Tina como um ser glob­al, como uma mul­her que tin­ha que romper muitas bar­reiras por ter vivi­do naque­la época. Sendo uma mul­her negra, nasci­da em 1939, ela viveu toda a sua juven­tude den­tro da seg­re­gação racial amer­i­cana. Então, aqui vemos o poder dessa mul­her em trans­for­mar essas real­i­dades”, disse a curado­ra.

“Temos tam­bém muitas fotos de per­for­mances em shows. A car­reira dela começou com o Ike Turn­er. Depois da sep­a­ração, ela seguiu car­reira solo e, nes­sa car­reira, ela alcançou o estre­la­to, já aos 44 anos. Hoje falam­os em etaris­mo e a Tina Turn­er con­seguiu romper isso sem ter feito a dis­cussão, mas trazen­do o tema para os dias atu­ais. E em relação à vio­lên­cia domés­ti­ca, ela con­seguiu falar sobre isso em 1981, quan­do ninguém fala­va”, expli­cou Adri­ana.

São Paulo (SP), 04/05/2023 - Exposição Tina Turner: uma viagem para o futuro, com curadoria de Adriana Couto e ecossistema criativo MOOC, no Museu da Imagem e do Som - MIS. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: Tina Turn­er: uma viagem para o futuro. Foto: Rove­na Rosa/Agência Brasil

Em um dos espaços pro­duzi­dos espe­cial­mente para a mostra, é pos­sív­el assi­s­tir à apre­sen­tação históri­ca de Tina Turn­er no Mara­canã. “Temos uma tela de led gigante com muitos momen­tos da Tina em shows para as pes­soas se sen­tirem no pal­co. E, para finalizar, temos a chance de ver, em uma tela maior, o show que ela fez no Brasil, em 1988, no Rio de Janeiro, que foi recorde de públi­co. É o recorde, ain­da hoje, de uma artista solo mul­her, com mais de 188 mil pagantes.”

A exposição traz tam­bém fotos de basti­dores, com Tina ao lado de fig­uras emblemáti­cas do mun­do musi­cal como David Bowie, Mick Jag­ger e Kei­th Richards. Em um out­ro nicho, são apre­sen­tadas fotos de sua vida pes­soal. “Tem uma out­ra pos­si­bil­i­dade na exposição que é chegar mais per­to da Tina na vida ínti­ma, que é algo muito difí­cil, porque ela sem­pre esteve em cima do pal­co. Aqui na exposição há ima­gens da Tina fora do pal­co em momen­tos da família”, disse Adri­ana.

Para os vis­i­tantes que queiram se sen­tir um pouco como a can­to­ra, o MIS pro­duz­iu um espaço onde será pos­sív­el vestir uma peru­ca e usar um micro­fone para imi­tar a estrela do rock.

“Tina Turn­er tem algu­mas mar­cas que fazem dela quem é. No segun­do momen­to da car­reira, nos anos 80, ela deixou de usar o cabe­lo total­mente solto e com­pri­do, para repicá-lo. Esse é um dos cabe­los mais icôni­cos mundial­mente. Ela sem­pre foi uma mul­her que esta­va no pal­co dançan­do e, no iní­cio de sua car­reira, ela tin­ha que pen­sar em suas roupas. Ela desen­ha­va e cos­tu­ra­va suas roupas, cos­tu­ra­va as peru­cas, fazia as core­ografias, se maquia­va. Depois, ela foi ten­do mais aju­da, mas você começa a perce­ber que ela é uma mul­her que tomou con­ta de sua própria imagem. Ela sabe que a imagem é um poder. A par­tir da imagem que ela pro­je­ta, ela pode exalar potên­cia.”

A entra­da no MIS é gra­tui­ta às terças-feiras. Mais infor­mações sobre a exposição podem ser obti­das no site do even­to.

Edição: Maria Clau­dia

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