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Moraes dá 48h para Bolsonaro explicar estadia na embaixada da Hungria

Repro­dução: © Lula Marques/ Agên­cia Brasil

Ex-presidente se hospedou no local de 12 a 14 de fevereiro


Publicado em 26/03/2024 — 09:50 Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil — Brasília

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O min­istro Alexan­dre de Moraes, do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF), abriu pra­zo de 48 horas para que o ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro esclareça sua per­manên­cia na embaix­a­da da Hun­gria, em Brasília, por dois dias em fevereiro. A esta­dia ocor­reu após ele ter o pas­s­aporte apreen­di­do.

A hospedagem de Bol­sonaro na embaix­a­da foi rev­e­la­da na tarde de segun­da-feira (25), pelo jor­nal norte-amer­i­cano The New York Times. O jor­nal dos Esta­dos Unidos anal­isou ima­gens do cir­cuito de segu­rança do local e pub­li­cou vídeos que mostram a entra­da e a saí­da do ex-pres­i­dente.

As embaix­adas são ambi­entes pro­te­gi­dos, fora do alcance das leis e das autori­dades brasileiras. A per­manên­cia ness­es locais, em tese, pode con­fig­u­rar burla à deter­mi­nação de não se ausen­tar do país, já que o obje­ti­vo da medi­da é exata­mente man­ter o inves­ti­ga­do ao alcance das forças de segu­rança nacionais.

As ima­gens da câmera de segu­rança da embaix­a­da mostram que o ex-pres­i­dente per­maneceu no local de 12 a 14 de fevereiro, acom­pan­hado por segu­ranças. O embaix­ador Mik­lós Hal­mai tam­bém aparece acom­pan­han­do Bol­sonaro.

A embaix­a­da esta­va prati­ca­mente vazia, mostram as ima­gens, exce­to por alguns diplo­matas hún­garos que moram no local. Segun­do o jor­nal, os fun­cionários estavam de férias porque a esta­dia de Bol­sonaro foi durante o feri­ado de car­naval.

Segun­do a reportagem, no dia 14 de fevereiro, os diplo­matas hún­garos con­tataram os fun­cionários brasileiros, que dev­e­ri­am retornar ao tra­bal­ho no dia seguinte, dan­do a ori­en­tação para que ficas­sem em casa pelo resto da sem­ana.

Passaporte

O pas­s­aporte de Bol­sonaro foi apreen­di­do por deter­mi­nação de Moraes no âmbito da oper­ação Tem­pus Ver­i­tatis, que apu­ra a existên­cia de uma tra­ma golpista no alto escalão do gov­er­no do ex-pres­i­dente.

A reportagem do The New York Times mostra que Bol­sonaro entrou na embaix­a­da da Hun­gria dias depois de sua defe­sa entre­gar o pas­s­aporte dele à Polí­cia Fed­er­al (PF). A defe­sa de Bol­sonaro chegou a pedir a devolução do doc­u­men­to, ale­gan­do não haver risco de fuga.

Bol­sonaro está sujeito tam­bém a out­ras medi­das caute­lares deter­mi­nadas por Moraes, como a proibição de se comu­nicar com os demais inves­ti­ga­dos, entre out­ras. Em depoi­men­to à PF, os ex-coman­dantes do Exérci­to e da Aeronáu­ti­ca colo­caram o ex-pres­i­dente no cen­tro da tra­ma golpista.

Defesa

A defe­sa do ex-pres­i­dente da Repúbli­ca con­fir­mou que ele pas­sou dois dias hospeda­do na embaix­a­da da Hun­gria em Brasília “para man­ter con­tatos com autori­dades do país ami­go”. Em nota, os advo­ga­dos de Bol­sonaro dizem que ele man­tém um bom rela­ciona­men­to com o pre­mier hún­garo, com quem se encon­trou recen­te­mente na posse do pres­i­dente Javier Milei, em Buenos Aires.

“Nos dias em que esteve hospeda­do na embaix­a­da magiar [hún­gara], a con­vite, o ex-pres­i­dente brasileiro con­ver­sou com inúmeras autori­dades do país ami­go atu­al­izan­do os cenários políti­cos das duas nações. Quais­quer out­ras inter­pre­tações que extrapolem as infor­mações aqui repas­sadas se con­stituem em evi­dente obra fic­cional, sem relação com a real­i­dade dos fatos e são, na práti­ca, mais um rol de fake news”, diz a defe­sa de Bol­sonaro.

Na tarde de segun­da-feira (25), durante um even­to do PL em São Paulo, Bol­sonaro comen­tou indi­re­ta­mente o caso, dizen­do que fre­quen­ta embaix­adas e con­ver­sa com chefes de Esta­do.

“Muitas vezes ess­es chefes de Esta­do lig­am para mim, para que eu pos­sa prestar infor­mações pre­cisas do que acon­tece em nos­so Brasil. Fre­quen­to embaix­adas tam­bém aqui pelo nos­so Brasil, con­ver­so com os embaix­adores. Não ten­ho pas­s­aporte, está deti­do, senão estaria com o Tar­cí­sio [Fre­itas, gov­er­nador de São Paulo] jun­ta­mente com Ronal­do Caia­do [gov­er­nador de Goiás] nes­sa viagem a Israel, um país irmão, um país fan­tás­ti­co em todos os aspec­tos.

Edição: Denise Griesinger

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