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Morre Carlos Lyra, um dos grandes nomes da bossa nova Cantor e compositor estava internado no Rio de Janeiro

Repro­dução: © Crédi­to Insta­gram

Cantor e compositor estava internado no Rio de Janeiro


Pub­li­ca­do em 16/12/2023 — 11:21 Por Bruno de Fre­itas Moura — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

Atu­al­iza­do em 16/12/2023 — 12:28

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Um dos grandes nomes da bossa nova, o can­tor e com­pos­i­tor Car­los Lyra mor­reu na madru­ga­da deste sába­do (16), no Rio de Janeiro. Ele esta­va inter­na­do no Hos­pi­tal Unimed Bar­ra, na zona oeste da cidade. Car­los Lyra tin­ha 90 anos. A causa da morte não foi infor­ma­da.

“É com imen­sa tris­teza que comu­ni­camos a pas­sagem do com­pos­i­tor Car­los Lyra, nes­sa madru­ga­da, de for­ma ines­per­a­da. A todos, agrade­ce­mos o car­in­ho”, infor­mou uma pub­li­cação no per­fil de Insta­gram do artista.

Um dos prin­ci­pais par­ceiros de Vini­cius de Moraes, Lyra é autor de com­posições que aju­daram a for­mar a bossa nova, como Você e EuCoisa Mais Lin­da e Min­ha Namora­da.

Carreira

Car­los Eduar­do Lyra Bar­bosa nasceu em 11 de maio de 1933. Era car­i­o­ca do bair­ro de Botafo­go, na zona sul da cidade. De acor­do com o Dicionário Cra­vo Albin da Músi­ca Pop­u­lar Brasileira, começou a faz­er músi­ca com um piano de brin­que­do, aos 7 anos de idade. Na ado­lescên­cia, que­brou uma per­na durante uma ativi­dade esporti­va. A recu­per­ação o deixou de cama por seis meses. Perío­do que aproveitou para faz­er uma imer­são num dos instru­men­tos que seria um grande par­ceiro de vida, o vio­lão.

Ain­da no anti­go segun­do grau – o que hoje se chama de ensi­no médio – con­heceu o com­pos­i­tor Rober­to Menescal, com quem mon­tou a primeira Acad­e­mia de Vio­lão, por onde pas­saram nomes como Mar­cos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wan­da Sá.

A primeira canção escri­ta por Lyra foi Quan­do Chegares, em 1954. Em 1955, ini­ciou a car­reira profis­sion­al como músi­co, tocan­do vio­lão elétri­co no con­jun­to de Bené Nunes. Com­pôs Maria Ninguém, entre out­ras músi­cas com letras suas. Já em 1956, seu sam­ba Crit­i­can­do foi grava­do pelo grupo vocal Os Car­i­o­cas.

Bossa nova

Entrou para o rol de ícones da bossa nova, ao lado de par­ceiros como Ronal­do Bôs­coli, a dupla Tom Jobim e Viní­cius de Moraes e o intér­prete João Gilber­to, todos rep­re­sen­ta­dos no álbum Chega de Saudade, lança­do em 1959 e que con­soli­dou o esti­lo musi­cal.

Car­los Lyra teve pas­sagem tam­bém como dire­tor musi­cal do Cen­tro Pop­u­lar de Cul­tura da União Nacional dos Estu­dantes (UNE). Foi um perío­do em que entrou em con­ta­to com com­pos­i­tores pop­u­lares como Zé Keti, Car­to­la, Nel­son Cavaquin­ho, Elton Medeiros e João do Vale. O hino da UNE é uma parce­ria de Lyra com Vini­cius de Moraes.

Atu­ou ain­da como dire­tor musi­cal da Rádio Nacional, exercendo o car­go até o golpe mil­i­tar em 1964.

Por qua­tro anos, morou no Méx­i­co, onde se apre­sen­tou ao lado do sax­o­fon­ista amer­i­cano Stan Getz.

Em quase 70 anos de car­reira, lançou e par­ticipou de inúmeros álbuns, se apre­sen­tou em shows den­tro e fora do Brasil e musi­cou peças teatrais e filmes.

Toquin­ho, Baden Pow­ell e Aldir Blanc tam­bém fig­u­ram na lista de parce­rias. Além dis­so, se apre­sen­tou com diver­sos grandes nomes da MPB, como Cae­tano Veloso, Gilber­to Gil, Chico Buar­que, Leila Pin­heiro e Nana Caym­mi.

Em 2008, pub­li­cou o livro Eu e a Bossa Nova, sobre as tra­jetórias entre­laçadas da sua vida e do esti­lo musi­cal.

Homenagens

Lyra era casa­do com Mag­da Pereira Botafo­go. Ao com­ple­tar 90 anos, rece­beu uma série de hom­e­na­gens. Uma delas é o lança­men­to do álbum Afe­to, que faz um pas­seio por todas as fas­es e esti­los da obra do com­pos­i­tor. Os arran­jos foram feitos por João Dona­to, Mar­cos Valle, Jaques More­len­baum, Antônio Adol­fo e Gilson Per­anzzetta.

O dis­co traz uma seleção de músi­cas inter­pre­tadas por vozes de grandes nomes da músi­ca brasileira, como Mart’nália, Gilber­to Gil, Joyce Moreno, Ivan Lins, Cae­tano Veloso, Lulu San­tos, Dja­van, Mar­cos Valle, Patrí­cia Alvi, Fer­nan­da Abreu, Leila Pin­heiro, Wan­da Sá, Paula More­len­baum, Rober­to Menescal, Edu Lobo e Môni­ca Salma­so.

Os shows de lança­men­to foram no começo de dezem­bro, no Sesc Pom­peia, em São Paulo.

Matéria ampli­a­da às 12h28 para acrésci­mo de infor­mações

Edição: Juliana Andrade

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