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Morre em Niterói, aos 70 anos, o jornalista Luiz Antonio Mello

Radialista ajudou a escrever a história do rock brasileiro

Dou­glas Cor­rêa — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 30/04/2025 — 20:52
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ) 30/04/2025 - O jornalista, radialista e escritor Luiz Antonio Mello. Foto: Mariana Vianna/Divulgação
Repro­dução: © Mar­i­ana Vianna/Divulgação

Mor­reu nes­ta quar­ta-feira (30), aos 70 anos, o jor­nal­ista, radi­al­ista e escritor Luiz Anto­nio Mel­lo, uma das per­son­al­i­dades mais mar­cantes da comu­ni­cação e da cena cul­tur­al da cidade de Niterói, na região met­ro­pol­i­tana do Rio, onde nasceu. Ele esta­va inter­na­do no Hos­pi­tal de Icaraí, onde se trata­va de uma pan­cre­atite, mas teve uma para­da cardía­ca, pouco antes de realizar uma ressonân­cia mag­néti­ca.

Em nota, a prefeitu­ra de Niterói lamen­tou a morte do jor­nal­ista Luiz Anto­nio Mel­lo, con­heci­do como Lam — as ini­ci­ais de seu nome — e decre­tou luto ofi­cial de três dias na cidade. “O jor­nal­ista era um niteroiense apaixon­a­do por nos­sa cidade e que tin­ha uma mente, uma capaci­dade inven­ti­va e cria­ti­va extra­ordinária.”

O tex­to diz ain­da que Luiz Anto­nio Mel­lo par­ticipou dire­ta­mente de um dos momen­tos mais mar­cantes da músi­ca brasileira e do rock nacional através da rádio flu­mi­nense na déca­da de 80.

“Lem­bro que ele ficou muito gra­to e feliz quan­do apoiamos a real­iza­ção do filme Aumen­ta que isso aí é Rock and Roll, basea­do no livro de sua auto­ria. Recen­te­mente, con­duzia com maes­tria as edições do jor­nal A Tri­buna. Niterói, o rock e o jor­nal­is­mo estão de luto com a sua par­ti­da. Mas ele deixou um lega­do, suas ideias”, disse o prefeito Rodri­go Neves.

Luiz Anto­nio Mel­lo era um apaixon­a­do por Niterói, por rock & roll e por jor­nal­is­mo. Ele começou a car­reira em 1971 no Jor­nal de Icaraí. Dez anos depois esteve à frente de um dos casos mais emblemáti­cos da comu­ni­cação brasileira: a cri­ação, em Niterói, da Rádio Flu­mi­nense FM. A “Maldita”, como era chama­da, foi um mar­co que rev­el­ou grandes nomes da músi­ca, sobre­tu­do da ger­ação de ouro do rock brasileiro nos anos 80. Em 2005, fez parte da equipe que fun­dou a Band­news FM no Rio de Janeiro.

A Flu­mi­nense FM foi inau­gu­ra­da em1972,  em Niterói. Em mea­d­os de 1981, a direção aceitou a refor­mu­lação da rádio, com a entra­da da equipe for­ma­da pelos radi­al­is­tas Amau­ry San­tos e Sér­gio Vas­con­cel­los, coman­da­dos pelo jor­nal­ista Luiz Anto­nio Mel­lo, todos à época jovens, com idades entre 26 e 27 anos.

De iní­cio, Mel­lo seria respon­sáv­el por ape­nas um pro­gra­ma, que teria o nome de Rock Alive, mas, ape­sar de não ter agrada­do um dos avali­adores, con­seguiu não somente ser aprova­do, como tam­bém se trans­for­mar em uma rádio 24 horas, ded­i­ca­da ao rock. Dan­do opor­tu­nidades para ban­das novas que sur­giam no cenário nacional, entre as quais Os Par­ala­mas do Suces­so, a Flu­mi­nense FM, pop­u­lar­mente con­heci­da como a “Maldita”, ele aju­dou a escr­ev­er um capí­tu­lo impor­tante na história do rock brasileiro.

Homenagem

Os Par­ala­mas do Suces­so pub­licaram em sua pági­na do Insta­gram: ”Tris­teza imen­sa com a notí­cia do falec­i­men­to do grande ami­go e jor­nal­ista Luiz Anto­nio Mel­lo, fun­dador e dire­tor da Rádio Flu­mi­nense FM nos anos 80.”

Luiz Anto­nio Mel­lo e sua equipe aju­daram a defla­grar uma rev­olução cul­tur­al no país, ao embar­car no movi­men­to do rock que fer­via nos pal­cos do Cir­co Voador, abrindo espaço na pro­gra­mação da rádio para diver­sas ban­das do rock brasileiro como Os Par­ala­mas do Suces­so, Blitz, Barão Ver­mel­ho, Legião Urbana, Kid Abel­ha, entre out­ras.

Inclu­sive foi na “Maldita”, como era con­heci­da a Rádio Flu­mi­nense, que a com­posição Vital e sua Moto foi toca­da pela primeira vez, pelas mãos do queri­do Mau­rí­cio Val­ladares.

“Des­canse em paz, ami­go.
Obri­ga­do por tudo!
Nos­sos sen­ti­men­tos à família e ami­gos. ❤”

Lam foi col­u­nista dos jor­nais O Pasquim, Jor­nal do Brasil, O Esta­do de São Paulo, Jor­nal Opinião e Fol­ha de Niterói. Des­de 2021, era edi­tor do jor­nal A Tri­buna.

O jor­nal­ista escreveu os livros Nichteroy, Essa Doi­da Balza­ca (1988); A Onda Maldita (1992); Tor­pe­dos de Itaipu (1995); Man­u­al de Sobre­vivên­cia na Sel­va do Jor­nal­is­mo (1996); Jor­nal­is­mo na Práti­ca (2006); e 5 e 15, Romance Aton­al Beta (2006).

Despedida

O velório do jor­nal­ista Luiz Anto­nio Mel­lo está mar­ca­do para esta quin­ta-feira (1º), na capela 4 do cemitério Par­que da Col­i­na, em Pen­doti­ba, Niterói, entre 13h15 e 15h15. Em segui­da, o cor­po será enter­ra­do.

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