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Morre locutor esportivo Januário de Oliveira

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Repro­dução:  youtube.com

Narrador esportivo morreu em decorrência de pneumonia em Natal


Pub­li­ca­do em 31/05/2021 — 19:29 Por Sér­gio Du Bocage — Repórter da TV Brasil — Rio de Janeiro

O jor­nal­is­mo esporti­vo perdeu, na tarde des­ta segun­da-feira (31), um ícone do rádio e da TV. Após 12 dias inter­na­do, por con­ta de uma pneu­mo­nia, fale­ceu em Natal (RN), Januário de Oliveira, que mar­cou época com suas nar­rações na Rádio Nacional e na TV Brasil.

Januário sofria de dia­betes, doença que o fez perder cer­ca de 90% da visão e que foi a respon­sáv­el por ele ter aban­don­a­do as trans­mis­sões em 1998, logo após a Copa do Mun­do. O nar­rador vivia em Natal, ao lado de famil­iares, mas há cer­ca de dois anos apre­sen­ta­va saúde debil­i­ta­da.

Após uma viagem ao Rio de Janeiro, em março de 2019, Januário apre­sen­tou quadro de pneu­mo­nia per­sis­tente, segui­da por um aci­dente vas­cu­lar cere­bral. Ambas as condições de saúde não o impedi­ram de fes­te­jar o aniver­sário de 80 anos com a família.

Em 23 de maio, uma nova pneu­mo­nia o lev­ou para o hos­pi­tal, onde per­maneceu inter­na­do. A sus­pei­ta de tuber­cu­lose foi afas­ta­da, mas Januário pre­cisou se sub­me­ter a hemod­iálise des­de o dia 27, quan­do o quadro se agravou.

Nasci­do em Ale­grete (RS), em 19 de setem­bro de 1939, Januário Soares de Oliveira era torce­dor do Inter­na­cional e son­ha­va ser jogador de fute­bol. Mas não lev­a­va jeito. A out­ra paixão o con­quis­tou e o lev­ou ao pata­mar dos maiores locu­tores do país.

Assista à entrevista de Januário de Oliveira na TV Brasil:

 

Januário começou a car­reira na Rádio Far­roupil­ha, em Por­to Ale­gre. No Rio de Janeiro, tra­bal­hou na Rádio Mauá e, na Nacional, trans­for­mou-se num dos prin­ci­pais nar­radores do fute­bol car­i­o­ca. Foi na emis­so­ra que começou a cri­ar seus famosos bor­dões. “Taí o que você que­ria” surgiu após mais de duas horas aguardan­do o iní­cio de um jogo, no está­dio Íta­lo del Cima, em Cam­po Grande.

Na TV Educa­ti­va, ao lado dos comen­taris­tas Achilles Chi­rol e José Igná­cio Wer­neck, era o respon­sáv­el pela nar­ração dos jogos de domin­go, que iam em videoteipes nas noites de domin­go, ten­do os repórteres José Luiz Fur­ta­do, Sebastião Pereira, Ser­gio du Bocage e Fer­nan­do Domingues nas trans­mis­sões. Quan­tos até hoje se lem­bram do gri­to de gol? “É dis­so, é dis­so que o povo gos­ta!”.

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Repro­dução: Januário de Oliveira (ao cen­tro, de camisa azul), jun­ta­mente com a equipe de comen­taris­tas e jor­nal­is­tas esportivos da TVE. — Foto: Sér­gio Du Bocage — Arqui­vo pes­soal

Júnior Baiano, o zagueiro, o aju­dou a cri­ar o bor­dão “tá lá o cor­po esten­di­do no chão”, logo após der­rubar mais um adver­sário. Não fal­ta­va a Januário cria­tivi­dade.

Januário era, tam­bém, o apre­sen­ta­dor da mais tradi­cional mesa de debates das noites de domin­go: o Esporte Visão. Ao lado dele, além de Chi­rol e Wer­neck, despon­tavam out­ros ilus­tres comen­taris­tas, como Luiz Mendes, Sér­gio Noron­ha, Ruy Por­to, Gér­son, Wash­ing­ton Rodrigues e Sér­gio Cabral. Foi nes­ta época, em 1987, que Januário sofreu uma para­da cardía­ca que o afas­tou da TV por quase um ano.

Já aposen­ta­do, Januário pas­sou a inte­grar a equipe de locu­tores da Ban­deirantes. E lá vier­am novos bor­dões. Cru­el, sin­istro. E os famosos apeli­dos trans­for­man­do jogadores em per­son­agens eterniza­dos por sua voz e na mente dos torce­dores. O Super-Ézio e Sávio, o Anjo Louro da Gávea, cer­ta­mente eram os mais queri­dos por ele.

O enter­ro de Januário de Oliveira dev­erá acon­te­cer nes­ta terça-feira (01), em Natal. A família não deu mais detal­h­es.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

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