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Morre no Rio, aos 88 anos, o compositor João Donato

Repro­dução: © Thi­a­go Piccoli/Wikimedia

Velório será realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro


Pub­li­ca­do em 17/07/2023 — 11:57 Por Cristi­na Indio do Brasil — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O can­tor, com­pos­i­tor, mul­ti-instru­men­tista e arran­jador João Dona­to mor­reu, aos 88 anos de idade, na madru­ga­da des­ta segun­da-feira (17), no Rio de Janeiro. O artista tin­ha sido inter­na­do na sem­ana pas­sa­da por causa de infecção pul­monar. O per­fil de João Dona­to do Insta­gram infor­mou sobre a sua morte em uma men­sagem. “Hoje o céu dos com­pos­i­tores aman­heceu mais feliz: João Dona­to foi para lá tocar suas lin­das melo­dias. Ago­ra, sua ale­gria e seus acordes per­manecem eter­nos por todo o uni­ver­so”.

O per­fil infor­ma ain­da que o velório será real­iza­do no The­atro Munic­i­pal do Rio de Janeiro, em horário a ser divul­ga­do breve­mente. O cor­po de Dona­to será cre­ma­do no Memo­r­i­al do Car­mo.

O pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va pos­tou no seu per­fil do Twit­ter que o país perdeu hoje um dos maiores e mais cria­tivos com­pos­i­tores brasileiros. “João Dona­to, pianista, acordeon­ista, can­tor e com­pos­i­tor, foi um dos gênios da músi­ca brasileira. Perdemos hoje um de nos­sos maiores e mais cria­tivos com­pos­i­tores. Nasci­do no Acre, foi no Rio de Janeiro que con­stru­iu sua tra­jetória e mar­cou a história da músi­ca em nos­so país, com com­posições que cor­reram o mun­do. João Dona­to via músi­ca em tudo. Inovou, pas­sou pelo sam­ba, bossa nova, jazz, for­ró e na mis­tu­ra de rit­mos con­stru­iu algo úni­co. Man­teve-se crian­do e ino­van­do até o fim. Que encon­tre a paz que tan­to can­tou. Sua músi­ca per­manecerá conosco. Meus sen­ti­men­tos aos famil­iares, ami­gos, músi­cos que nele se inspi­raram e fãs no mun­do todo”.

Tam­bém no Twit­ter, a ex-pres­i­dente Dil­ma Rouss­eff escreveu que a músi­ca pop­u­lar brasileira está de luto. “A morte de João Dona­to deixa o Brasil e o mun­do tristes. Ele era um gênio e um músi­co pro­fun­da­mente iden­ti­fi­ca­do com o país. Meus sen­ti­men­tos a Ivone Belém e família. As melo­dias de João estarão para sem­pre na alma do povo brasileiro”.

No Insta­gram, o com­pos­i­tor e can­tor Mar­cos Valle pub­li­cou uma men­sagem. “Meu ami­go. Boa viagem! Que você seja rece­bido com mui­ta músi­ca e muitas cores. Vá em paz meu ami­go, meu par­ceiro, meu ído­lo”.

Dona­to nasceu no dia 17 de agos­to de 1934, em Rio Bran­co, no Acre, e 11 anos depois se mudou com a família para o Rio de Janeiro. Talvez por influên­cia do pai, que toca­va ban­dolim, e da mãe, que can­ta­va, a músi­ca surgiu cedo na vida dele e aos 5 anos de idade o meni­no já toca­va acordeon.

Já no Rio de Janeiro, depois de par­tic­i­par de fes­tas musi­cais em colé­gios da Tiju­ca, na zona norte da cidade, aos 15 anos começou a fre­quen­tar as jam ses­sions real­izadas na casa do can­tor Dick Far­ney e no Sina­tra Far­ney Fã Club.

A primeira gravação em dis­co foi como músi­co da ban­da do flautista Altamiro Car­ril­ho. Foi nes­sa época tam­bém que começaram os con­tatos com out­ros artis­tas impor­tantes como Lúcio Alves e pas­sou a ser con­heci­do além do Brasil inclu­sive por Chet Bak­er.

Nos anos 50, par­ticipou do pro­gra­ma de músi­ca nordes­ti­na Man­hãs da Roça, coman­da­do pelo can­tor e com­pos­i­tor paraibano Zé do Norte, na Rádio Gua­n­abara. Dona­to chegou a diz­er que a car­reira dele no rádio tin­ha começa­do com Zé do Norte.

Na mes­ma déca­da, se mudou para os Esta­dos Unidos e lá con­seguiu desen­volver a área musi­cal que mais o inter­es­sa­va, uma fusão do jazz com a músi­ca lati­na.

Autor de com­posições de suces­so como Ama­zonasA RãLugar ComumSim­ples Car­in­ho e Nasci para Bailar, foi arran­jador em dis­cos de Gilber­to Gil e Gal Cos­ta.

Em 2016, o seu álbum Dona­to Elétri­co foi indi­ca­do ao Gram­my Lati­no de Mel­hor Instru­men­tal. O tra­bal­ho tam­bém foi eleito como 11º mel­hor álbum brasileiro do ano pela revista Rolling Stone Brasil.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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