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Mostra de Cinema Negro Zózimo Bulbul comemora 17 anos

Décima-sétima edição começa nesta sexta (18) em três espaços no Rio

Dou­glas Cor­rêa — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 18/10/2024 — 09:12
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - O cineasta Zózimo Bulbul, que completaria 80 anos em 2017, é homenageado no festival (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

O Encon­tro de Cin­e­ma Negro Zóz­i­mo Bul­bul está com­ple­tan­do 17 anos de fun­dação, com pro­gra­mação vari­a­da em três espaços cul­tur­ais ao mes­mo tem­po, a par­tir des­ta sex­ta-feira (18). A mostra será real­iza­da no Cine Odeon, no Museu do Aman­hã e Museu de Arte do Rio (MAR), três pon­tos da região cen­tral da cidade, até o dia 25 deste mês.

O tema deste ano é “For­t­ale­cen­do pontes” e tem a final­i­dade de unir cineas­tas, pen­sadores e públi­co de difer­entes partes do mun­do, numa reunião para com­par­til­har, ques­tionar e rein­ven­tar histórias. O ator baiano Antônio Pitan­ga, um dos grandes nomes do Cin­e­ma Novo, será o hom­e­nagea­do des­ta edição, com a exibição do filme  Malês.

Uma das grandes novi­dades da pro­gra­mação é a apre­sen­tação de filmes sobre povos indí­ge­nas, com destaque para o filó­so­fo indí­ge­na, Ail­ton Kre­nak, com­par­til­han­do as per­spec­ti­vas sobre a ances­tral­i­dade e as lutas em comum.

Além dis­so, o cineas­ta Joel Zito Araújo lançará a série Cader­nos Negros com o mini­cur­so Cin­e­ma Africano Con­tem­porâ­neo. O obje­ti­vo da for­mação é aux­il­iar a cri­ar bases artís­ti­cas, estéti­cas e nar­ra­ti­vas para futur­os pro­je­tos de cin­e­ma. Ele sin­te­ti­za duas décadas de pesquisas, via­gens, encon­tros, afe­tos e memórias do cineas­ta Joel Zito Araújo sobre o cin­e­ma africano.

O proces­so de tra­bal­ho será basea­do na exibição de cenas de filmes e entre­vis­tas com grandes real­izadores africanos da con­tem­po­ranei­dade. O pro­je­to con­ta com o apoio da Fun­dação Ford e do Cen­tro Afro­car­i­o­ca de Cin­e­ma. Toda a pro­gra­mação é gra­tui­ta.

O Encon­tro de Cin­e­ma Negro Zoz­i­mo Bul­bul, recebe, nes­ta edição, mais de 400 filmes inscritos e 128 obras de cineas­tas brasileiros, africanos, cariben­hos e de out­ras diás­po­ras sele­cionadas para exibição. Durante o encon­tro tam­bém serão ofer­e­ci­das 15 ativi­dades de for­mação.

“Nos­sa curado­ria cole­ti­va reuniu profis­sion­ais de diver­sas áreas da cul­tura e foi movi­da por temas como memória, ances­tral­i­dade, família, amores diver­sos e questões LGBTQIAPN+, bus­can­do expandir hor­i­zontes e apro­fun­dar as nar­ra­ti­vas que entre­laçam o pas­sa­do, o pre­sente e o futuro”, expli­ca Biza Vian­na, dire­to­ra-pres­i­dente do Cen­tro Afro­Car­i­o­ca de Cin­e­ma.

O Encon­tro de Cin­e­ma Negro Zóz­i­mo Bul­bul é real­iza­do pelo Cen­tro Afro­Car­i­o­ca de Cin­e­ma e este ano reforça  parce­rias impor­tantes com o con­ti­nente africano, como a Fed­er­ação Pan-Africana de Cineas­tas (FEPACI) e a Aliança Pan-Africana de Roteiris­tas e Dire­tores (APASER). Biza reforça o com­pro­mis­so com a história e o tra­bal­ho de Zóz­i­mo em prol do cin­e­ma negro.

“Nos­so com­pro­mis­so com o lega­do de Zóz­i­mo Bul­bul per­manece firme em cada detal­he deste encon­tro. Suas con­tribuições para a val­oriza­ção das pro­duções negras e sua visão de aprox­i­mação com a África con­tin­u­am a ilu­mi­nar nos­sos cam­in­hos. Com isso, for­t­ale­ce­mos parce­rias fun­da­men­tais”, afir­mou.

A 17ª edição do Encon­tro de Cin­e­ma Negro Zóz­i­mo Bul­bul tam­bém reser­vou um espaço para rece­ber con­vi­da­dos de hon­ra, como Che­ick Oumar Sis­soko, uma das fig­uras mais icôni­cas e respeitadas do cin­e­ma africano con­tem­porâ­neo. Cineas­ta maliano, Sis­soko é inter­na­cional­mente recon­heci­do por sua habil­i­dade úni­ca de mesclar a nar­ra­ti­va visu­al com as questões políti­cas, soci­ais e cul­tur­ais que mar­cam pro­fun­da­mente o con­ti­nente africano.

A curado­ria tem a direção de Laza e con­tará tam­bém com nomes expres­sivos do cin­e­ma negro, como Macario, respon­sáv­el pela coor­de­nação de curado­ria. Além dele, Vania Lima fará a curado­ria inter­na­cional e Dani Ornel­las, Anto­nio Moli­na, Leila Xavier e Glen­da Nicá­cio são os respon­sáveis pela curado­ria nacional.

O dire­tor de comu­ni­cação, Vitor José, sobrin­ho de Zóz­i­mo Bul­bul e um dos gestores dos pro­je­tos do Cen­tro Afro­Car­i­o­ca de Cin­e­ma, cel­e­bra tam­bém a expres­si­va mar­ca de mais de mil filmes exibidos nas 16 edições do encon­tro e lem­bra que Zóz­i­mo foi um visionário ao dar cor­po para o even­to, trazen­do para o cen­tro das dis­cussões questões cru­ci­ais como o racis­mo e a importân­cia das con­tribuições históri­c­as da comu­nidade negra na con­strução do Brasil.

“Hoje, a sua memória e o seu lega­do con­tin­u­am guian­do os nos­sos pas­sos, inspi­ran­do as ger­ações futuras a con­tin­uarem na luta pela justiça e pelo recon­hec­i­men­to. Ao lon­go de 16 anos de suces­so, o Encon­tro de Cin­e­ma Negro ilu­mi­nou nos­sas telas com mais de mil filmes do Brasil, da África, do Caribe e de out­ros can­tos da Diás­po­ra. Nada menos do que 700 sessões per­mi­ti­ram que mais de 200 dire­tores africanos, 40 dos Caribes, 50 de out­ras diás­po­ras e 500 dire­tores brasileiros com­par­til­has­sem sua visão do mun­do”, disse Vitor.

Lugar de resistên­cia da cul­tura afro-brasileira, fun­da­do em 2007 por Zóz­i­mo Bul­bul, o Cen­tro Afro­Car­i­o­ca de Cin­e­ma é pio­neiro como espaço de pen­sa­men­to e con­strução dos novos rumos do cin­e­ma e, mais especi­fi­ca­mente, do cin­e­ma negro no país. Uma de suas grandes real­iza­ções é o Encon­tro de Cin­e­ma Negro Zóz­i­mo Bul­bul: Brasil, África, Caribe e out­ras diás­po­ras que, nas suas 17 edições, já apre­sen­tou mais de 1.500 obras de cineas­tas brasileiros, africanos e cariben­hos.

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