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MPSP verifica problemas de serviço exclusivo em trens para festival

Repro­dução: © Via Mobil­i­dade

Denúncias foram feita pela Federação Nacional dos Metroferroviários


Pub­li­ca­do em 05/09/2023 — 10:51 Por Eliane Gonçalves — Repórter da Rádio Nacional — São Paulo

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O Min­istério Públi­co de São Paulo (MPSP) ver­i­fi­ca denún­cias da Fed­er­ação Nacional dos Metro­fer­roviários (Fenametro) na oper­ação dos trens met­ro­pol­i­tanos da cap­i­tal paulista que aten­der­am pas­sageiros em deslo­ca­men­to para o fes­ti­val The Town. Atra­sos, super­lotação e con­fusão nas lin­has foram algu­mas das situ­ações relatadas. Os primeiros dias do even­to ocor­reram no fim de sem­ana, no Autó­dro­mo de Inter­la­gos, na zona sul paulis­tana.

Os prob­le­mas foram reg­istra­dos nas lin­has 8 e 9 de trens met­ro­pol­i­tanos, oper­adas pela Via Mobil­i­dade. A con­ces­sionária ten­tou implan­tar um sis­tema de trens expres­sos, com pou­cas paradas, com val­ores mais altos, com opções de pas­sagens a R$ 40 e R$ 15. A pas­sagem reg­u­lar cus­ta R$ 4,40. A ven­da foi autor­iza­da pela Justiça, mas com o com­pro­mis­so de que o trans­porte comum não fos­se afe­ta­do.

“Quem pagou R$ 4,40, que foi a grande maio­r­ia da pop­u­lação, foi prej­u­di­ca­da pelo sis­tema exclu­si­vo, que de fato exclui”, recla­ma Alex San­tana, dire­tor da enti­dade. Ele disse que pas­sageiros reg­u­lares ficaram aguardan­do até 40 min­u­tos nas platafor­mas. “Cai por ter­ra o argu­men­to que a empre­sa uti­li­zou no tri­bunal e, por­tan­to, a gente pede para o Min­istério Públi­co que inter­ven­ha, entran­do como parte inter­es­sa­da dessa ação, para que sus­pen­da esse serviço exclu­si­vo nos próx­i­mos dias de even­to”.

A pro­gra­mação do fes­ti­val The Town será retoma­da nes­ta quin­ta-feira (7).

Pas­sageiros denun­cia­ram que, para acel­er­ar a viagem de quem pagou caro, foi pre­ciso esper­ar muito tem­po nas platafor­mas e enfrentar via­gens incom­ple­tas. Foi o caso de um pas­sageiro, que não quis se iden­ti­ficar, que saiu da estação Mendes-Vila Natal e pre­cisou descer qua­tro estações depois porque o trem voltou para bus­car pas­sageiros da lin­ha expres­sa.

“A gente de Mendes-Vila Natal esperan­do mais de 40 min­u­tos e o trem esvazia aqui na [estação] Autó­dro­mo para voltar para Mendes-Vila Natal. A gente que paga pas­sagem para tra­bal­har é esse lixo”, denun­ciou.

Os trens tam­bém pas­saram a oper­ar em veloci­dade mais baixa e os usuários eram infor­ma­dos, já nas catra­cas, que iam enfrentar prob­le­mas. “Esta­mos com inter­va­lo maior no tre­cho. É critério dos clientes aden­trar a estação e esper­ar o trem”, infor­ma­va um fun­cionário da Via Mobil­i­dade.

Tam­bém hou­ve pes­soas pas­san­do mal den­tro de trens que ficaram lon­gos tem­pos para­dos na via, platafor­mas e vagões super­lota­dos e até mes­mo um trem que pegou fogo em função de uma pane elétri­ca. O serviço tam­bém não cumpriu o que prom­e­teu para quem pagou mais caro e pre­cisou enfrentar demo­ra, super­lotações e tra­je­tos com muitas paradas, denun­cia a Fenametro.

Uma das pas­sageiras que con­tra­tou o serviço expres­so con­ta que chegou na estação Autó­dro­mo por vol­ta de 23h40, e aguardou mais de 1 hora para seguir viagem, e que parte desse tem­po ficou den­tro do vagão, com por­tas fechadas, sem infor­mações.

“As pes­soas chamavam, bati­am nas por­tas, ninguém abria, as pes­soas ficaram angus­ti­adas, ansiosas, algu­mas pas­san­do mal e começaram a bater com mais força. O pes­soal foi fican­do mais ner­voso. Depois de um tem­po abri­ram as por­tas, as pes­soas saíram ner­vosas de den­tro do trem, porque ficamos tran­ca­dos lá den­tro sem saber o que esta­va acon­te­cen­do, sem saber quan­do íamos sair. Depois dessa situ­ação, que o pes­soal saiu mais ner­voso, falaram que era para entrar no trem que ia sair”, rela­ta um pas­sageiro.

Em nota, a Via Mobil­i­dade disse que a estraté­gia ofer­ece uma alter­na­ti­va de trans­porte para o públi­co do even­to, que reduz o trân­si­to na cidade e a emis­são de CO2. A con­ces­sionária con­fir­mou que segue ofer­e­cen­do via­gens em trens expres­sos e semi­ex­pres­sos para os próx­i­mos dias do The Town, no val­or de R$ 40 para o serviço expres­so e R$ 15 para o semi­ex­pres­so. Os próx­i­mos shows estão mar­ca­dos para os dias 7, 9 e 10 setem­bro.

A reportagem procurou o gov­er­no de São Paulo, respon­sáv­el por fis­calizar a prestação de serviço da con­ces­sionária, mas ain­da não teve retorno.

Falhas

A Via Mobil­i­dade já enfrenta ques­tion­a­men­tos do Min­istério Públi­co por con­stantes fal­has na ofer­ta dos serviços.

Em agos­to, a empre­sa assi­nou um Ter­mo de Ajus­ta­men­to de Con­du­ta (TAC) com a Pro­mo­to­ria de Justiça do Patrimônio Públi­co e Social e do Con­sum­i­dor da cidade de São Paulo, que pre­vê a implan­tação de mel­ho­rias nas lin­has 8 — Dia­mante e lin­ha 9 — Esmer­al­da do sis­tema de trens met­ro­pol­i­tanos de São Paulo para aten­der aos dire­itos e inter­ess­es de usuários e con­sum­i­dores.

O ter­mo tam­bém pre­vê o paga­men­to de uma ind­eniza­ção por danos mate­ri­ais e morais cole­tivos de R$ 150 mil­hões.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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