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Mudança climática será destaque em festival do Arquivo Nacional

Abertura do encontro será nos dias 29 e 30 de janeiro no Rio

Cristi­na Indio do Brasil — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 19/01/2025 — 10:02
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 17/01/2025 - Festival de Filmes de Arquivo. Foto: Arquivo Nacional/Divulgação
Repro­dução: © Arqui­vo Nacional/Divulgação

Debates globais sobre mudanças climáti­cas estarão pre­sentes na 10ª edição da Mostra Arqui­vo em Car­taz, orga­ni­za­do pelo Arqui­vo Nacional (AN), sec­re­taria do Min­istério da Gestão e da Ino­vação em Serviços Públi­cos (MGI), que con­sta­tou a inserção dessa questão na agen­da dos arquiv­os públi­cos, pri­va­dos e comu­nitários.

O tema Memórias da Ter­ra em Filmes de Arqui­vo surgiu para a mostra de 2025, a par­tir das real­iza­ções de encon­tros como a 16ª Con­fer­ên­cia das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáti­cas (COP16), entre 21 de out­ubro e 1º de novem­bro de 2024, em Cali, na Colôm­bia; e a Con­fer­ên­cia das Nações Unidas sobre Mudanças Climáti­cas (COP30), que vai ocor­rer em novem­bro deste ano no Brasil, em Belém do Pará.

A dire­to­ra ger­al do Arqui­vo Nacional, Ana Flávia Mag­a­l­hães Pin­to, disse à Agên­cia Brasil, que os arquiv­os estão dire­ta­mente conec­ta­dos as agen­das de meio ambi­ente, prin­ci­pal­mente, nesse cenário atu­al de colap­so climáti­co. Ela lem­brou da tragé­dia que ocor­reu no ano pas­sa­do no Rio Grande do Sul.

“Insti­tu­ições da atu­al­i­dade, além de vul­neráveis às catástro­fes, como acon­te­ceu recen­te­mente no Rio Grande do Sul, os arquiv­os e seus sujeitos são estratégi­cos para con­tribuir a con­strução de futur­os sus­ten­táveis para todas as for­mas de vida. Nes­ta edição, a escol­ha do tema “Memórias da Ter­ra” bus­ca super­ar a dico­to­mia entre seres humanos, natureza e mobi­li­zou filmes de arquiv­os que explici­tam essas conexões”, afir­mou.

“Tem uma pre­ocu­pação muito grande com as questões ambi­en­tais e com as mudanças climáti­cas, com povos orig­inários, ribeir­in­hos e quilom­bo­las, con­sid­er­a­dos pro­te­tores do meio ambi­ente”, com­ple­tou a coor­de­nado­ra-ger­al de Relações Insti­tu­cionais do AN e coor­de­nado­ra exec­u­ti­va do Fes­ti­val, Fran­ciele Oliveira, em entre­vista à Agên­cia Brasil.

A aber­tu­ra do Fes­ti­val será na sede do Arqui­vo Nacional, no cen­tro do Rio de Janeiro, nos dias 29 e 30 de janeiro. Na sequên­cia (31), a cer­imô­nia será na sede do MGI, na Esplana­da dos Min­istérios, em Brasília. Segun­do Fran­ciele Oliveira o iní­cio mar­ca­do para janeiro é tam­bém em alusão aos 187 anos do Arqui­vo Nacional. Ao todo serão 52 obras entre filmes de cur­ta e lon­ga metragem.

Rio de Janeiro (RJ), 17/01/2025 - Festival de Filmes de Arquivo. Foto: Arquivo Nacional/Divulgação
Repro­dução: Fes­ti­val de Filmes de Arqui­vo — Arqui­vo Nacional/Divulgação

Programação

As trans­for­mações ambi­en­tais, os impactos delas e a for­ma de sobre­vivên­cia, tudo isso vai ser mostra­do em dez even­tos pres­en­ci­ais de exibição de filmes e debates em locais das cin­co regiões do Brasil no perío­do de fevereiro a jun­ho. Os horários das exibições nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Natal (RN), São Cristóvão (SE), Por­to Ale­gre e San­ta Maria (RS), Man­aus (AM), Sal­vador (BA), serão pub­li­ca­dos nos canais dig­i­tais do AN.

A pro­gra­mação do Fes­ti­val terá tam­bém a Mostra Acer­vos, que traz uma seleção de filmes de arquiv­os em platafor­ma stream­ing para apre­ci­ação de Júri Pop­u­lar e, entre 3 de fevereiro e 30 de jun­ho, a exibição de filmes em canais da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC).

Fran­ciele Oliveira con­tou ain­da que as obras foram sele­cionadas por uma curado­ria cole­ti­va. Essa é uma novi­dade porque em edições ante­ri­ores era fei­ta indi­vid­ual­mente ou no máx­i­mo em dupla. “Esse ano a gente tem uma nova pro­pos­ta de uma curado­ria cole­ti­va, com­pos­ta por seis mem­bros escol­hi­dos pelo Arqui­vo Nacional com base na exper­tise do cin­e­ma e da pro­dução cul­tur­al e artís­ti­ca, mas tam­bém de acor­do com as nos­sas parce­rias fir­madas para a real­iza­ção do fes­ti­val este ano”, infor­mou.

Para a dire­to­ra ger­al do Arqui­vo Nacional, o mod­e­lo do fes­ti­val em 2025 é uma for­ma de pop­u­larizar e expandir o con­hec­i­men­to sobre as obras de arquiv­os.

“Apos­ta­mos nes­ta ino­vação exata­mente com esse propósi­to, pop­u­larizar e democ­ra­ti­zar pro­duções que têm val­or incal­culáv­el para o povo brasileiro. As ima­gens dos arquiv­os como insti­tu­ições estáti­cas é o opos­to de seu poten­cial e até mes­mo da sua mis­são. Man­tive­mos nes­ta déci­ma edição ativi­dades tradi­cional­mente real­izadas na unidade do Arqui­vo Nacional no Rio de Janeiro. Ao mes­mo tem­po, mobi­lizamos uma rede de par­ceiros, a começar por uma curado­ria cole­ti­va, com os quais bus­camos super­ar dis­tân­cias geográ­fi­cas e insti­tu­cionais. A opor­tu­nidade de exibir os filmes em vários canais de TV públi­ca, por meio da artic­u­lação com a EBC, poten­cial­iza ain­da mais essas conexões, cabe destacar. Isso é essen­cial para democ­ra­ti­zar a com­preen­são sobre o papel dos arquiv­os, profis­sion­ais, usuários, acer­vos e pro­duções decor­rentes dessas múlti­plas inter­ações que acon­te­cem graças jus­ta­mente à existên­cia dessa própria dinâmi­ca”, rela­tou.

Temporada

O Fes­ti­val seguirá por todo o primeiro semes­tre de 2025 e con­tará, ain­da, com a real­iza­ção da Ofic­i­na Lantern­in­ha Mág­i­ca da ofic­i­na de con­ser­vação de filmes, do Arqui­vo Faz Esco­la e encer­rará em jun­ho de 2025 com a Pre­mi­ação dos Filmes da Mostra Acer­vos e a Mostra Lantern­in­ha Mág­i­ca.

“A ofic­i­na Lantern­in­ha Mág­i­ca é uma pro­dução de filmes de arqui­vo jun­to às esco­las do Esta­do do Rio de Janeiro”, rev­el­ou a coor­de­nado­ra ani­ma­da com a divul­gação para os alunos.

Público

A orga­ni­za­ção acred­i­ta que o fes­ti­val atin­ja todos os inter­es­sa­dos pelos temas, por cin­e­ma, arte e demais acer­vos audio­vi­suais e sonoros; pro­du­tores e pro­du­toras cul­tur­ais de con­teú­do audio­vi­su­al; usuárias e usuários de arquiv­os; pesquisadores e pesquisado­ras; profis­sion­ais de arquiv­os públi­cos, pri­va­dos e comu­nitários; e cin­e­ma e filme de arquiv­os; além de órgãos do poder públi­co; movi­men­tos soci­ais; esco­las públi­cas e pri­vadas; e insti­tu­ições públi­cas e pri­vadas de ensi­no supe­ri­or. Fran­ciele Oliveira será assis­ti­da por cer­ca de 1 mil­hão de pes­soas.

“A nos­sa expec­ta­ti­va parece mega­lo­manía­ca, mas tem fun­da­men­to com base na edição ante­ri­or, quan­do atingi­mos mais de 400 mil domicílios, no momen­to em que fir­mamos a parce­ria de exibir nos canais da EBC, enquan­to rede públi­ca. Se con­sid­er­ar­mos que cada domicílio tem mais de um morador e às vezes famílias, que assis­tem a pro­gra­mação jun­tas, é pos­sív­el esti­mar 1 mil­hão de par­tic­i­pantes para a edição deste ano, porque além dos canais da EBC, a gente ampliou o número de canais do ano pas­sa­do e a gente vai ter esse caráter itin­er­ante”, comen­tou, apo­s­tan­do na ren­o­vação do públi­co uma vez que o fes­ti­val vai alcançar cidades fora de cap­i­tais.

“O stream­ing e os canais de TV são lin­gua­gens que atingem um públi­co jovem, um públi­co da tec­nolo­gia que nos out­ros anos não chegavam. Con­sideran­do essas car­ac­terís­ti­cas, a gente pode falar, sim, que há uma mudança de públi­co, no sen­ti­do de abar­car mais ter­ritórios, mais públi­cos”, apon­tou.

A intenção de pro­mover a Mostra Inter­na­cional pas­sa pela val­oriza­ção de filmes de arquiv­os; dos acer­vos audio­vi­suais e sonoros cus­to­di­a­dos por insti­tu­ições arquiv­ís­ti­cas; pro­moção e orga­ni­za­ção de debates sobre as atu­ais políti­cas públi­cas de preser­vação dess­es acer­vos; tro­ca de exper­iên­cias e boas práti­cas sobre a pro­dução de filmes de arqui­vo; além da difusão do acer­vo do Arqui­vo Nacional. Além dis­so, os agentes envolvi­dos no encon­tro vão incen­ti­var a pro­dução audio­vi­su­al de filmes de arquiv­os e a val­oriza­ção de profis­sion­ais atu­antes neste cam­po.

“A pre­ocu­pação maior do Arqui­vo Nacional é jus­ta­mente que a pop­u­lação brasileira ten­ha aces­so aos acer­vos audio­vi­suais e sonoros que são patrimônios doc­u­men­tais, então, é difundir e pro­mover a preser­vação dess­es acer­vos e faz­er com que cheguem à pop­u­lação e tam­bém pro­mover este estí­mu­lo dos filmes de arqui­vo, que são filmes, que tem na sua base, ess­es acer­vos para a lin­guagem da séti­ma arte, do cin­e­ma e do audio­vi­su­al”, acres­cen­tou Fran­ciele Oliveira.

Apoios

Para a real­iza­ção do Fes­ti­val, o Arqui­vo Nacional tem a parce­ria da Dat­aprev; da Sec­re­taria de Audio­vi­su­al do Min­istério da Cul­tura; da EBC; das Asses­so­rias de Par­tic­i­pação Social e Diver­si­dade do MGI e do MPO, com o pro­je­to Cine Blo­co K; o Insti­tu­to Rio Bran­co, do Min­istério de Relações Exte­ri­ores (MRE); do Arqui­vo Públi­co Munic­i­pal de São Cristóvão; da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Ama­zonas; do Insti­tu­to Fed­er­al de Edu­cação, Ciên­cia e Tec­nolo­gia do Rio Grande do Sul — Cam­pus Por­to Ale­gre; da Uni­ver­si­dade Fed­er­al de San­ta Maria, do Leão Etíope do Méi­er e do Zumvi Arqui­vo Afro Fotográ­fi­co.

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