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Mudanças climáticas podem ampliar infestação de mosquito Aedes no Rio

Repro­dução: © shammiknr/Pixbay

Calor excessivo pode aumentar exposição à doença


Pub­li­ca­do em 13/02/2024 — 10:11 Por Vitor Abdala — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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As mudanças climáti­cas vão aumen­tar a fre­quên­cia de dias mais quentes no Rio de Janeiro, nos próx­i­mos anos, e isso tem o poten­cial de ampli­ação da da pop­u­lação de mos­qui­to Aedes aegyp­ti e a trans­mis­são da dengue no esta­do. A con­clusão é de estu­do real­iza­do pelos pesquisadores Anto­nio Car­los Oscar Júnior, da Uni­ver­si­dade do Esta­do do Rio de Janeiro (Uerj), e Fran­cis­co de Assis Men­donça, da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Paraná (UFPR)

A pesquisa, pub­li­ca­da em 2021 uti­liza mod­e­los de pre­visão climáti­ca para as próx­i­mas décadas e uma avali­ação sobre o poten­cial impacto à eclosão de ovos do mos­qui­to Aedes, trans­mis­sor da dengue, e ao ciclo de vida do inse­to, para esti­mar a ocor­rên­cia da doença até 2070.

Segun­do a pesquisa, um dos prin­ci­pais fatores para o aumen­to da pro­lif­er­ação do mos­qui­to é a tem­per­atu­ra. No Rio de Janeiro, a pre­visão é de aumen­tos das tem­per­at­uras média e mín­i­ma nos próx­i­mos anos, o que favore­ce­ria o ciclo de repro­dução do Aedes.

A melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito. Foto: Arte/EBC

Com isso, o perío­do de inver­no, quan­do his­tori­ca­mente há menos infecção pelo vírus da dengue, dev­erá pas­sar a ter dias mais quentes, o que ampli­ará a janela de tem­per­atu­ra óti­ma para a infes­tação pelo mos­qui­to Aedes e, con­se­quente­mente, o poten­cial para novos casos da doença nes­sa estação.

O aumen­to da tem­per­atu­ra no esta­do tam­bém poderá expandir a ocor­rên­cia do mos­qui­to em locais do ter­ritório flu­mi­nense onde hoje é lim­i­ta­da por causa do frio, como a região ser­rana, o sul flu­mi­nense e o noroeste do esta­do.

“Provavel­mente, até 2070, vai ser ampli­a­da a pop­u­lação do esta­do expos­ta à dengue. Eu não pos­so falar que vai ter um aumen­to no número de infecções ou um aumen­to no número de mortes. O que pos­so diz­er é que são desen­volvi­das condições ambi­en­tais ade­quadas para um aumen­to da pop­u­lação do mos­qui­to. Como aumen­ta o vetor, tem uma maior difusão do vírus e uma maior exposição da pop­u­lação ao vírus”, afir­mou.

A pub­li­cação do estu­do, em 2021, não encer­rou a pesquisa, que con­tin­ua cole­tan­do dados climáti­cos e sua relação com a ocor­rên­cia do Aedes aegyp­ti. O pro­fes­sor Oscar Júnior coor­de­na uma rede de estações que fazem mon­i­tora­men­to mete­o­rológi­co e pos­suem ovit­ram­pas (armadil­has para mos­qui­tos).

A rede de mon­i­tora­men­to hoje fun­ciona em cer­ca de dez estações no Grande Rio e nas regiões sul, ser­rana e dos Lagos. A meta é expan­di-la para out­ras regiões do esta­do. Além de con­tribuir para o entendi­men­to entre a relação do mos­qui­to com o cli­ma, o sis­tema poderá ser usa­do para aler­tar autori­dades san­itárias sobre riscos de infes­tação de Aedes aegyp­ti, através de relatórios per­iódi­cos.

“Através dessa rede de mon­i­tora­men­to, a gente quer cri­ar um sis­tema de aler­ta para que a gente pos­sa diu­tur­na­mente, sem­anal­mente avaliar o risco de desen­volvi­men­to do Aedes aegyp­ti e, por­tan­to, de infecção”, expli­ca Oscar Júnior. “A gente acred­i­ta que esse sis­tema de aler­ta vai ser um pro­du­to útil e práti­co pra fornecer infor­mações sem­anal­mente para que sejam tomadas decisões e pos­sam atu­ar em relação ao risco de um aumen­to do número de casos de dengue”.

A ideia é começar a emi­tir relatórios sem­anais, a par­tir dos dados cole­ta­dos na rede de mon­i­tora­men­to, já no próx­i­mo semes­tre.

Segun­do Oscar Júnior, inde­pen­den­te­mente da imu­niza­ção da pop­u­lação con­tra a dengue, que deve começar neste mês em algu­mas cidades brasileiras, o mon­i­tora­men­to do mos­qui­to con­tin­ua sendo impor­tante, não só por causa da dengue, mas tam­bém dev­i­do a out­ras arbovi­ros­es trans­mi­ti­das pelo Aedes, como a zika, a chikun­gun­ya e a febre amarela.

Edição: Maria Clau­dia

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