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Mulheres afegãs protestam contra uso da burca

Repro­du­ção: © REUTERS/Ahmad Masood/Direitos reser­va­dos

“Não toquem nas minhas roupas” é o slogan da campanha


Publi­ca­do em 15/09/2021 — 09:00 Por Car­la Qui­ri­no — Repór­ter da RTP — Cabul

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“Não toquem nas minhas rou­pas” é o slo­gan da cam­pa­nha que está se tor­nan­do viral nas redes soci­ais con­tra a impo­si­ção tali­bã do uso da bur­ca. As mulhe­res publi­cam uma foto­gra­fia ves­ti­das com rou­pas colo­ri­das, expli­can­do que esses ves­ti­dos é que são os tra­jes tra­di­ci­o­nais afe­gãos.

A rou­pa tra­di­ci­o­nal afe­gã para mulhe­res inclui ves­ti­dos esvo­a­çan­tes colo­ri­dos que cobrem os tor­no­ze­los e pode tam­bém ter len­ços cobrin­do os cabe­los.

É com esse esti­lo que as mulhe­res afe­gãs, em todo o mun­do, se asso­ci­a­ram a uma cam­pa­nha onli­ne con­tra o uso da bur­ca res­tau­ra­da pelos tali­bãs.

O pro­tes­to na inter­net usa a lin­gua­gem das redes soci­ais, com hash­tags e de segui­da DoNot­Tou­chMy­Clothes (Não­To­quem­Nas­Mi­nhas­Rou­pas).

Essa fra­se com­bi­na­da com a foto­gra­fia, cria uma cor­ren­te agre­ga­do­ra para todas as pes­so­as que qui­se­rem se asso­ci­ar à cau­sa.

A jor­na­lis­ta da BBC Sana Safi foi das pri­mei­ras mulhe­res a engros­sar o pro­tes­to.

Há 20 anos, a bur­ca con­ser­va­do­ra foi impos­ta pelos tali­bãs duran­te esse perío­do. Esse códi­go de ves­tuá­rio está de vol­ta com a nova fase polí­ti­ca do país.

A cam­pa­nha #DoNot­Tou­chMy­Clothes já se tor­nou viral nas redes soci­ais.

Cen­te­nas de tuí­tes de mulhe­res resi­den­tes tan­to no Afe­ga­nis­tão quan­to no estran­gei­ro têm par­ti­lha­do foto­gra­fi­as ves­ti­das com as rou­pas colo­ri­das, em sinal de pro­tes­to con­tra a bur­ca escu­ra que cobre todo o ros­to e cor­po da mulher afe­gã.

A cam­pa­nha #DoNot­Tou­chMy­Clothes foi ini­ci­a­da por Roxa­na Bahar Jala­li, his­to­ri­a­do­ra afe­gã que fun­dou o pri­mei­ro pro­gra­ma aca­dê­mi­co de Estu­dos de Gêne­ro na Uni­ver­si­da­de Ame­ri­ca­na do Afe­ga­nis­tão.

Em 2015, Jala­li dizia que o obje­ti­vo des­se cur­so era aumen­tar a cons­ci­ên­cia sobre o gêne­ro como cons­tru­ção soci­al, igual­da­de e inte­gra­ção nas dife­ren­tes cul­tu­ras e espe­ci­al­men­te no con­tex­to do Afe­ga­nis­tão. O cur­so era diri­gi­do a homens e mulhe­res para ganha­rem com­pe­tên­ci­as no reco­nhe­ci­men­to do géne­ro na vida coti­di­a­na.

“Nenhu­ma mulher jamais se ves­tiu assim na his­tó­ria do Afe­ga­nis­tão. Isso é total­men­te estra­nho à cul­tu­ra afe­gã. Publi­quei uma foto minha com o tra­je tra­di­ci­o­nal afe­gão para infor­mar, edu­car e dis­si­par a desin­for­ma­ção que está sen­do pro­pa­ga­da pelos tali­bãs”, decla­rou Jala­li à publi­ca­ção India Times.

O desa­fio de Jala­li ins­pi­rou mui­tas mulhe­res de ori­gem afe­gã em todo o mun­do.

“Esta é a cul­tu­ra afe­gã. Este é o meu ves­ti­do tra­di­ci­o­nal” diz Assad. E acres­cen­ta: “O nos­so tra­je cul­tu­ral não são as rou­pas de demen­ta­dor (ser das trevas/alusão aos fil­mes de Har­ry Por­ter) que os tali­bãs que­rem que as mulhe­res usem”.

A fra­se #DoNot­Tou­chMy­Clothes tam­bém é acom­pa­nha­da por #Afgha­nis­tan­Cul­tu­re.

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