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Mulheres do Movimento sem Terra ocupam fazenda em Goiás

Repro­dução: © MST-Goiás

MST diz que área pertencente à União era antes usada por criminosos


Pub­li­ca­do em 25/03/2023 — 14:48 Por Dou­glas Cor­rêa — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Mais de 600 Famílias Sem Ter­ra ocu­param a Fazen­da São Lukas, no municí­pio de Hidrolân­dia, em Goiás, na madru­ga­da de hoje (25). Em nota, o Movi­men­to dos Tra­bal­hadores Rurais sem Ter­ra (MST) infor­mou que a ação foi real­iza­da por mul­heres lig­adas ao movi­men­to e faz parte da Jor­na­da Nacional de Luta das Mul­heres Sem Ter­ra, que ocorre em todo país durante o mês de março. A final­i­dade é que a pro­priedade seja des­ti­na­da para refor­ma agrária.

Segun­do o MST, a área ocu­pa­da inte­gra o patrimônio da União des­de 2016. No entan­to, antes, a pro­priedade per­ten­cia a um grupo crim­i­noso, con­de­na­do, em 2009, pelos crimes de explo­ração sex­u­al e trá­fi­co inter­na­cional de pes­soas.

O movi­men­to cita dados da Polí­cia Fed­er­al (PF), de que a quadrilha era com­pos­ta a época por 18 pes­soas e uti­liza­va o local para apri­sion­ar dezenas de mul­heres, muitas delas ado­les­centes, que pos­te­ri­or­mente eram trafi­cadas para a Suíça e sub­meti­das à explo­ração sex­u­al. O esque­ma foi man­ti­do por três anos e as víti­mas eram, prin­ci­pal­mente, mul­heres goianas de origem humilde das cidades de Anápo­lis, Goiâ­nia e Trindade. Segun­do a PF, a própria fazen­da foi adquiri­da com din­heiro ori­un­do do trá­fi­co humano. Inte­grantes da quadrilha chegaram a estar na lista de Difusão Ver­mel­ha da Inter­pol para for­agi­dos inter­na­cionais.

“Com a nos­sa Jor­na­da, denun­ci­amos o cresci­men­to da vio­lên­cia con­tra as mul­heres do cam­po e esta área rep­re­sen­ta o grau de vio­lên­cia que sofre­mos”, expli­cou em nota Patrí­cia Cris­tiane, da direção nacional do MST. Além da denún­cia con­tra a explo­ração sex­u­al das mul­heres e ado­les­centes, a ocu­pação tam­bém bus­ca que a ter­ra cumpra sua função social.

“Exigi­mos que esta área, que antes era usa­da para vio­len­tar mul­heres, seja des­ti­na­da para o assen­ta­men­to destas famílias, para que pos­samos pro­duzir ali­men­tos saudáveis e com­bat­er a vio­lên­cia”, avaliou Patrí­cia Cris­tiane.

Feminicídio

Entre os anos de 2019 e 2022 os casos de fem­i­nicí­dio cresce­r­am 121,4% em Goiás. No ano pas­sa­do, foram reg­istra­dos 322 casos de estupro e mais de 15 mil ameaças con­tra mul­heres no esta­do. Em todo país, o Insti­tu­to de Pesquisas Econômi­cas Apli­cadas (Ipea) esti­ma que ape­nas 8,5% dos casos de estupro não chegaram ao con­hec­i­men­to da polí­cia.

Edição: Aline Leal

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