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Mulheres fazem ato contra aumento de casos de feminicídio no DF

Repro­dução: © Lula Marques/ Agên­cia Brasil

Nos dois primeiros meses de 2023, foram registradas oito ocorrências


Pub­li­ca­do em 08/03/2023 — 20:26 Por Heloisa Cristal­do – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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A reivin­di­cação por mais segu­rança para as mul­heres ocupou uma das prin­ci­pais avenidas da cap­i­tal fed­er­al nes­ta quar­ta-feira (8) com a Mar­cha das Mul­heres 8M Unifi­cadas DF e Entorno. Real­iza­do anual­mente para cel­e­brar o Dia Inter­na­cional da Mul­her, o ato con­tou com apre­sen­tações cul­tur­ais e um espaço para autocuida­do.

Nos dois primeiros meses de 2023, foram reg­istra­dos oito casos de fem­i­nicí­dio no Dis­tri­to Fed­er­al. Segun­do a Sec­re­taria de Segu­rança Públi­ca do DF (SSP-DF), ape­nas na primeira sem­ana de 2023, foram reg­istra­dos qua­tro casos de fem­i­nicí­dios. Durante todo o ano pas­sa­do, 17 mul­heres foram assas­si­nadas no DF, víti­mas de fem­i­nicí­dio. Uma das coor­de­nado­ras da Casa Ieda San­tos Del­ga­do, Thaís Oliveira ressaltou que fal­tam espaços de acol­hi­men­to para mul­heres víti­mas de vio­lên­cia domés­ti­ca na cap­i­tal do país.

“A mar­cha hoje é por essas oito mul­heres que não estão mais aqui. Hou­ve um aumen­to do número de casos de fem­i­nicí­dio no DF e essas mul­heres mor­reram ape­nas por serem mul­heres. Hoje é dia de lem­brar­mos as mil­hares de mul­heres que tiver­am suas vidas tomadas pelo machis­mo e fas­cis­mo”, afir­mou.

“A vio­lên­cia domés­ti­ca é pre­ocu­pante e esta­mos des­de o ano pas­sa­do sem um espaço físi­co pois fomos desa­lo­jadas pelo gov­er­nador Ibaneis [Rocha, atual­mente afas­ta­do do exer­cí­cio do car­go]. Con­tin­u­amos o tra­bal­ho de for­ma itin­er­ante, com parce­rias, mas os pedi­dos de apoio não param de chegar”, acres­cen­tou. A Casa Ieda San­tos Del­ga­do é um espaço de refer­ên­cia para mul­heres em situ­ação de vio­lên­cia domés­ti­ca.

Brasília (DF) 08-03-2023 Marcha das mulheres em Brasília no eixo monumental!
Repro­dução: Ato con­tra o fem­i­nicí­dio ocu­pa o Eixo Mon­u­men­tal, em Brasília — Lula Marques/ Agên­cia Brasil

Segun­do a coor­de­nado­ra da Sec­re­taria de Mul­heres do Sindi­ca­to dos Pro­fes­sores do Dis­tri­to Fed­er­al (Sin­pro-DF), Môni­ca Caldeira, o movi­men­to tam­bém bus­ca a sen­si­bi­liza­ção do gov­er­no local para uma edu­cação que se com­pro­meta com o com­bate à vio­lên­cia de gênero.

“Enten­demos que é fun­da­men­tal a for­mação para sociedade basea­da em dire­itos humanos e con­tra man­i­fes­tações machis­tas den­tro da esco­la. O cur­rícu­lo deve ter con­teú­do inter­dis­ci­pli­nar com temáti­cas voltadas para inclusão de mul­heres. É fun­da­men­tal tam­bém que haja leis voltadas para crim­i­nal­iza­ção da mis­oginia. Já temos leis con­tra racis­mo e ped­ofil­ia, mas ain­da pre­cisamos avançar nesse sen­ti­do, pois a mis­oginia tam­bém mata”, aler­tou.

Para a dança­ri­na Priscila Assis, de 34 anos, a mar­cha é o momen­to de dar voz às angús­tias das mul­heres de todo o mun­do. Entre os anseios descritos por ela está o dire­ito a realizar abor­to de for­ma segu­ra.

“Sou mul­her e estou dire­ta­mente inter­es­sa­da nos meus dire­itos de poder exercer uma liber­dade real como, por exem­p­lo, sair soz­in­ha à noite ou mes­mo realizar um abor­to com segu­rança, em um hos­pi­tal”, afir­mou. “Além dis­so, acred­i­to que deve­mos reivin­dicar mais medi­das de segu­rança públi­ca para mul­heres, como treina­men­tos para poli­ci­ais. Acho que fal­ta estru­tu­ra para atendi­men­to de mul­heres quan­do acon­tece algo e só há poli­ci­ais home­ns”, ressaltou.

Brasília (DF) 08-03-2023 Marcha das mulheres em Brasília no eixo monumental. Psicóloga, Clara Barros e sua amiga, Priscila Assis.
Repro­dução: Clara Bar­ros e Priscila Assis par­tic­i­pam da Mar­cha das Mul­heres 8M Unifi­cadas DF e Entorno — Lula Marques/ Agên­cia Brasil

Ao lado de Priscila, a psicólo­ga Clara Bar­ros, de 34 anos, reit­er­ou o pedi­do por mais segu­rança e edu­cação volta­da para mul­heres.

“Fal­ta con­sci­en­ti­za­ção das pes­soas. Hou­ve uma dis­torção do que apren­demos sobre questões de gênero no gov­er­no Bol­sonaro, por exem­p­lo. As pes­soas pre­cisam enten­der que é fun­da­men­tal falar sobre machis­mo”, disse. “Ten­ho uma fil­ha e sin­to que pre­ciso blindá-la dessa vio­lên­cia que vive­mos, mas ao mes­mo tem­po pre­ciso ensiná-la questões rela­cionadas à segu­rança e faço o mes­mo com meu mari­do. O tem­po todo sin­to que ten­ho que ensi­nar a descon­tru­ir um machis­mo que ele apren­deu ao lon­go da vida”, con­tou.

Edição: Juliana Andrade

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