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Museu da Cultura Afro-Brasileira abre mostra de artistas periféricos

Repro­dução: © Fes­ti­val Margem Visual/Divulgação

Evento no Rio reúne obras selecionadas por coletivo de mulheres negras


Publicado em 03/08/2024 — 08:16 Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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O Museu da História e da Cul­tura Afro-Brasileira, situ­a­do na Gam­boa, região por­tuária da cap­i­tal flu­mi­nense, ofer­ece neste sába­do (3) pro­gra­mação gra­tui­ta den­tro da ter­ceira edição do Fes­ti­val Margem Visu­al: Per­for­mance Per­iféri­ca, orga­ni­za­do pelo Mó Cole­ti­vo. O even­to é apre­sen­ta­do pelo Min­istério da Cul­tura e pela Sec­re­taria de Esta­do de Cul­tura e Econo­mia Cria­ti­va do Rio de Janeiro (Secec RJ), por meio da Lei Paulo Gus­ta­vo.

Uma das inte­grantes do cole­ti­vo, a artista e pesquisado­ra Mery Hor­ta, infor­mou que, neste sába­do e no próx­i­mo (10), a pro­gra­mação do museu será inteira­mente gra­tui­ta, com aces­si­bil­i­dade para pes­soas com defi­ciên­cia. A par­tir das 10h, haverá ter per­for­mances ao vivo e sem­i­nários com artis­tas, disse Mery à Agên­cia Brasil.

Tam­bém no local, até 1º de setem­bro e tam­bém com entra­da fran­ca, haverá exposição de tra­bal­hos sele­ciona­dos pelo Mó Cole­ti­vo para o fes­ti­val. No encer­ra­men­to da exposição, será dis­tribuí­do aos vis­i­tantes um catál­o­go impres­so, infor­mou Mery. “As pes­soas podem levar o livro para casa com tex­tos críti­cos, fotos dos artis­tas.”

Vinte artis­tas foram sele­ciona­dos para par­tic­i­par da exposição e das ativi­dades no 3º Fes­ti­val Margem Visu­al. A seleção foi uma curado­ria fei­ta por Mery e Car­oli­na Rodrigues e Mar­i­ana Maia, que tam­bém inte­gram o Mó Cole­ti­vo. “Somos três mul­heres negras, de origem per­iféri­ca, da zona oeste do Rio de Janeiro, que já tra­bal­ham com arte e têm pós-grad­u­ações na área de artes visuais. A gente trouxe esse fes­ti­val, essa seleção, para abrir uma opor­tu­nidade, um espaço para out­ros artis­tas per­iféri­cos mostrarem seus tra­bal­hos.”

Inscrições

A curado­ria rece­beu inscrições de mais de 100 tra­bal­hos de artis­tas de áreas per­iféri­c­as de todo o esta­do do Rio de Janeiro. “Todos artis­tas de per­for­mance. A gente rece­beu tra­bal­hos de fotografia em per­for­mance, de vídeo em per­for­mance, de per­for­mance ao vivo e, tam­bém, em diál­o­go com out­ros mate­ri­ais, como escul­tura, insta­lações que são ati­vadas com a per­for­mance”.

Dos 100 inscritos, foram sele­ciona­dos para par­tic­i­par do fes­ti­val 20 que vivem em regiões per­iféri­c­as do Rio, em São João de Mer­i­ti, Nova Iguaçu, Favela dos Taba­jaras, Maré, Quinti­no, Ban­gu, Nova Iguaçu e Niterói. Além dos artis­tas per­iféri­cos, a orga­ni­za­ção do even­to pri­or­i­zou artis­tas e cole­tivos com­pos­tos por pes­soas com defi­ciên­cia, negros, indí­ge­nas, LGBTQIA+ e mul­heres.

Mery Hor­ta disse que, para alguns dos artis­tas sele­ciona­dos, que estão ini­cian­do car­reira, o Fes­ti­val Margem Visu­al é uma opor­tu­nidade de mostrar seus tra­bal­hos pela primeira vez. “Para out­ros que já têm destaque na cena con­tem­porânea de artes visuais, não”. As curado­ras dizem que se sen­tem felizes em dar esse incen­ti­vo aos artis­tas que estão começan­do na car­reira.

Segun­do Mery, na ter­ceira edição do fes­ti­val, con­sta­ta-se que há maior diver­si­dade de artis­tas man­dan­do tra­bal­hos em relação ao primeiro fes­ti­val. “Há qual­i­dade poéti­ca nos tra­bal­hos. Isso nos mostra que a per­ife­ria do Rio de Janeiro pro­duz mui­ta coisa inter­es­sante, e o fes­ti­val é, jus­ta­mente, esse espaço para as pes­soas terem con­ta­to com o que os artis­tas estão pro­duzin­do.”

Obra-performance

Um dos artis­tas sele­ciona­dos foi Rafael Amor­im. A escol­ha de seu tra­bal­ho o motivou a pen­sar sua obra-per­for­mance para o con­tex­to do Museu da História e da Cul­tura Afro-Brasileira e sua relevân­cia históri­ca, enquan­to museu munic­i­pal com­pro­meti­do com a memória do povo pre­to no Rio de Janeiro. “A obra-per­for­mance que vou exe­cu­tar se chama Comunhão e é uma ten­ta­ti­va de aprox­i­mação entre artista e públi­co por meio do sim­ples gesto de, lit­eral­mente, par­til­har o pão”, disse Amor­im.

Além de Rafael Amor­im, par­tic­i­pam da exposição Pajé Rita Tupinam­bá, Sue­ka, Pre­ta Evelin, Milu Almei­da, Fla­viane Dam­a­s­ceno, Medusa Yoni, Thailane Mar­i­ot­ti, Jones, Car­ol Nkwana, Vika Teix­eira, Jade Maria e Lua­na Gar­cia, Padê Cole­ti­vo, Ras­tros de Dió­genes, Mapô, Pitô, Alex Reis, Mace­do Gri­ot, Quadrilha Jun­i­na Estrela Doura­da.

Durante todo o mês de agos­to, a exposição Margem Visu­al: Per­for­mance Per­iféri­ca ficará aber­ta ao públi­co de terça-feira a domin­go, das 10h às 17h. Segun­do a orga­ni­za­ção, há pos­si­bil­i­dade de rece­ber gru­pos esco­lares com medi­ação espe­cial­iza­da em aces­si­bil­i­dade.

Edição: Nádia Fran­co

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