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Museu da Língua Portuguesa destaca mulheres em processos de migração

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Exposição relata vivências de migrantes que vivem em São Paulo


Pub­li­ca­do em 13/03/2022 — 18:31 Por Daniel Mel­lo – Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

Mul­heres migrantes foram tema das ativi­dades pro­postas neste domin­go (13) pelo Museu da Lín­gua Por­tugue­sa, na Luz, região cen­tral da cap­i­tal paulista. A migração é apre­sen­ta­da como um proces­so atrav­es­sa­do pelo idioma na exposição Son­hei em Por­tuguês!, que fica em car­taz até de 12 jun­ho na insti­tu­ição.

A mostra, con­struí­da em grande parte a par­tir dos relatos de migrantes de out­ros país­es que vivem na cidade de São Paulo, foi apre­sen­ta­da, nas vis­i­tas guiadas pro­postas para a sem­ana do Dia Inter­na­cional da Mul­her, a par­tir da pre­sença fem­i­ni­na. Entre as 13 pes­soas de diver­sas partes do mun­do que troux­er­am suas histórias, seis são mul­heres da África, Ásia e Améri­ca Lati­na.

O uni­ver­so de difi­cul­dades e desafios envolvi­dos na migração apare­cem já na insta­lação Trav­es­sia, de Lean­dro Lima. No tra­bal­ho feito espe­cial­mente para a exposição, o esquele­to de um bar­co é impul­sion­a­do por remos lumi­nosos no escuro da gale­ria. Na obra, mis­tu­ram-se refer­ên­cias da tec­nolo­gia con­tem­porânea com a anti­ga ação dos deslo­ca­men­tos humanos.

O impacto das tec­nolo­gias pre­sentes na vida dos migrantes é lem­bra­do de for­ma mais explíci­ta na insta­lação da sala seguinte, for­ma­da por tele­fones celu­lares anti­gos e novos pen­dura­dos. Uma refer­ên­cia às pes­soas que vão para out­ros país­es e pre­cisam con­tin­uar em con­ta­to com a família, ami­gos e cír­cu­los de afe­tos do lugar de origem.

Exposição Sonhei em português!, com curadoria de Isa Grinspum Ferraz, no Museu da Língua Portuguesa.
Repro­dução: O apren­diza­do da lín­gua aparece como pon­to impor­tante em diver­sos relatos na exposição no Museu da Lín­gua Por­tugue­sa. — Rove­na Rosa/Agência Brasil

Tam­bém têm espaço obje­tos tradi­cionais trazi­dos pelas migrantes, como a capu­lana, expos­ta em uma vit­rine e apre­sen­ta­da em depoi­men­to pela moçam­bi­cana Lara. O pano tradi­cional, que têm usos diver­sos entre as mul­heres de Moçam­bique, é recor­da­do pela imi­grante como prati­ca­mente uma exten­são do cor­po de sua mãe. “Quan­do eu era pequenin­in­ha, foi o meu primeiro berço nas costas dela”, con­ta Lara em vídeo.

Sobre seu proces­so de adap­tação no Brasil, Lara esta­ca espe­cial­mente uma telen­ov­ela em que se iden­ti­fi­cou com uma per­son­agem lés­bi­ca pre­sente na tra­ma. “Você vai ver uma nov­ela dessas e não vai se sen­tir soz­in­ha. Eu me per­gun­ta­va se eu era a úni­ca que gosta­va de mul­heres no mun­do”, disse Lara sobre os pen­sa­men­tos que sur­gi­ram a par­tir da história.

Processos com a língua

O apren­diza­do da lín­gua aparece como pon­to impor­tante em diver­sos relatos. A boli­viana Jobana vê o apren­diza­do do idioma por­tuguês como um proces­so em que pas­sam nec­es­sari­a­mente os afe­tos. “De algu­ma for­ma, quan­do você aprende uma lín­gua, você tam­bém ama”, reflete Jobana. Por isso, depois de alguns anos no Brasil, ela disse que só pas­sou a real­mente dom­i­nar o idioma quan­do se ape­gou à cidade. “Come­cei a me apaixonar por este lugar. Eu amo São Paulo.”

Em out­ros momen­tos, os depoi­men­tos rev­e­lam estran­hamen­tos com as palavras. A síria Joan­na con­ta que se espan­tou ao se ver cita­da como “empresária” pela primeira vez em um mate­r­i­al de divul­gação elab­o­ra­do por uma orga­ni­za­ção inter­na­cional que apoia refu­gia­dos. “Eu esta­va começan­do um pro­je­to para tra­bal­har com out­ros refu­gia­dos. Era um pro­je­to tão pequeno, e essa palavra é muito grande”, lem­brou o espan­to sen­ti­do naque­le momen­to.

Edição: Nádia Fran­co

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